Octopus abdpus aculeatus/México
Cientistas americanos dizem ter desvendado as táticas de conquistas de uma espécie de polvos na Indonésia e afirmam que, quando se trata de sexo, os moluscos gostam de paquerar e estariam dispostos a matar por ciúmes.
Os pesquisadores da Universidade da Califórnia, Berkeley, observaram durante várias semanas o comportamento sexual do Octopus abdpus aculeatus, uma espécie diurna de cefalópode que tem o tamanho equivalente ao de uma laranja pequena.
Entre as descobertas, os cientistas afirmaram que os machos não optam pela primeira fêmea que passa pela frente. Ao contrário, muitos escolhem uma parceira específica, guardando-a dentro de uma caverna durante vários dias. Ao perceber a aproximação de um rival, muitos moluscos usam seus tentáculos para estrangular e matar o adversário.
Quando partem para a paquera ou para a briga, os machos ainda exibem listras marrons, símbolo de sua masculinidade. Os especialistas explicam que por serem criaturas marítimas tímidas, até então era difícil interpretar o comportamento sexual dos polvos.
"Eles são obsessivamente discretos, solitários e bastante estranhos. É difícil estudá-los", afirmou Roy Caldwell, pesquisador envolvido no trabalho.
Mesmo assim, o cientista não descarta que esse comportamento possa ser comum em outras espécies de polvo. "Essa não é uma espécie única de polvo, o que sugere que outros (polvos) se comportem desse jeito", disse Caldwell.
Os cientistas ainda observaram que alguns machos se disfarçam de fêmeas para se aproximar delas e escolher sua preferida.
Para isso, nadam perto do chão da mesma forma como elas nadam e escondem a listra marrom. Em geral, afirmam os especialistas, os machos escolhem fêmeas maiores porque elas colocam mais ovos, originando grandes proles.
Há cerca de 300 espécies de polvos em todo mundo, desde os gigantes que habitam o Oceano Pacífico até os minúsculos que nadam em águas dos trópicos.
Os moluscos podem copular várias vezes ao dia ao atingirem a maturidade sexual. Assim que recebe os espermas, a fêmea se retira em uma caverna onde deposita dezenas de milhares de ovos.
Durante esse tempo, que dura em média um mês, a mãe não pode sair para buscar comida e pouco depois do nascimento dos filhotes, morre de fraqueza.
O pai também morre alguns meses após iniciar a vida sexual, deixando milhares de órfãos. "Não é o sexo que leva à morte", esclarece a pesquisadora Christine Huffard. "É que os polvos produzem apenas uma cria durante sua curta vida, que dura, em média, um ano". (Fonte: BBC Brasil/Marine Biology)