domingo, 31 de agosto de 2008

O furacão Gustav

Reprodução/Ameaça ao Atlântico
Sempre soube o significado da palavra Gustavo, mas jamais poderia imaginar que este seria o nome dado a um furacão capaz de tantos estragos. Gustav é o sétimo ciclone tropical, o terceiro furacão e o segundo 'maior' da temporada de furacões no Atlântico de 2008.

Gustav formou-se durante a manhã do último dia 25, a cerca de 415 km a sudeste de Porto Príncipe, Haiti, e se intensificou rapidamente para uma tempestade tropical. Transformou-se em furacão na madrugada do dia seguinte.

Às 15h do dia 25, uma onda tropical, que tinha antes produzido fortes chuvas nas Pequenas Antilhas, desenvolveu bandas de tempestade bem definidas e brevemente exibiu uma estrutura semelhante a um olho. Com isso, o Centro Nacional de Furacões (NHC) classificou o sistema para uma 'depressão tropical'. Mais tarde, um avião caçador de furacões encontrou indícios suficientes para classificar a depressão numa 'tempestade tropical'. O NHC lhe atribuiu o nome Gustav.

Gustavo é um nome de origem sueca, que significa 'bastão de combate' ou 'cetro do rei'. A palavra indica uma pessoa impetuosa e tão segura de si, que às vezes pode parecer arrogante. Pessoas com o nome têm chances de alcançar sucesso na carreira política ou militar.

Ultimamente, tenho enfrentado a ira de algumas pessoas: uma mulher que gosto e admiro bastante, e um religioso. Instituições também não me pouparam às críticas. Será que isso passa, assim como o furacão? (Fonte: Wikipédia)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Não é mole, não!

Quando comecei a trabalhar em Sorocaba tive problemas para levantar dados referentes às secretarias da Prefeitura. Minhas solicitações sempre barravam no secretário de Comunicação. Diante da problemática, resolvi mudar meu foco. Passei a procurar, diretamente, os próprios titulares das Pastas, sem passar pela Secretaria de Comunicação. Deu certo!

Vejo que a mídia da Capital teve problemas semelhantes com a SPTrans. O Jornal da Tarde e a Folha de São Paulo informaram que a assessoria de empresa, que cuida do sistema de ônibus na capital, está demorando ou até mesmo se negando a responder às solicitações dos jornalistas para a realização de matérias. "A SPTrans está segurando as informações. Está muito difícil de conseguir um retorno", contou Ana Vinhas, editora de Cidade do JT.

Na quarta (20/08), a assessoria da empresa pública de transportes enviou, por engano, um relatório interno de atendimento dos meios de comunicação para a imprensa. Informava pautas de veículos como Folha, Diário de S.Paulo, Rede TV! e TV Globo.

A Folha de S.Paulo ligou para a assessoria. Segundo o repórter Alencar Izidoro, a assessoria disse que teria cometido uma falha e que o profissional seria demitido.

Sua pauta, sobre a ampliação do bilhete único para três horas, tinha sido pedida há duas semanas. "A SPTrans se recusa a soltar as informações", disse o repórter. "A solicitação continua", informou.

O Jornal da Tarde toca três pautas. A Folha, uma. Ninguém deixou de fazer matéria por causa do vazamento de informações. "A gente faz pauta para o leitor", disse Ana Vinhas, do JT.

"É constrangedor para a assessoria da SPTrans. Não para nós. Nossa pauta vai além dos números (pedidos) ", afirmou Ana Vinhas.

Para a Rede TV!, a situação não foi semelhante. De acordo com a apuração do Comunique-se, a reportagem deixou de fazer uma pauta sobre os "pólos geradores" de tráfego, por causa do vazamento e da demora em entregar as respostas.

A TV Globo teve uma resposta diferente. A emissora diz que não recebeu o relatório da assessoria. Suas pautas, uma do SPTV 2ª edição e outra do Fantástico, transcorram normalmente.

“Não tivemos conhecimento do vazamento das pautas, pois as produções (SPTV 2 e Fantástico) não receberam o relatório”, disse a Central Globo de Comunicação.

SPTrans

A São Paulo Transporte informa que o vazamento do relatório foi "um acidente". Andréa Wolffenbüttel, coordenadora de comunicação da Secretaria Municipal de Transportes, que engloga a SPTrans, diz que o documento era interno, porém, não confidencial.

Andréa não confirma o afastamento do jornalista que enviou o material por engano. Afirma, ainda, que não teria recebido ligações da imprensa. "Não chegou para mim nenhuma reclamação".

Sobre a suposta demora para liberar informações para as matérias da imprensa, a empresa pública preferiu não se manifestar. (Fonte: Portal Comunique-se)

sábado, 16 de agosto de 2008

Stress, basta!

Erick Pinheiro/David Lynch em SP
Nem anões embalados ao som do jazz, em cenário de cortinas
vermelhas (Twin Peaks), nem coelhos orelhudos, que permanecem mudos
enquanto o público se diverte com gestos grotescos extraídos de um
pesadelo, com mensagem subliminar (Império dos Sonhos).

A última quimera do cineasta e diretor norte-americano David Lynch - o primeiro encontro no Brasil - não teve personagens esquisitos e esquizofrênicos, erotismo ou violência gratuita. Mas foi engraçada!

Na semana passada, ele lotou o auditório da Livraria Cultura, em São Paulo, para conversar com a imprensa e com os inúmeros fãs, que portavam a obra Em Águas Profundas para ser autografada pelo ‘mestre do cinema bizarro hollywoodiano’. Foi indicado três vezes ao Oscar, mas nunca ganhou a estatueta.

Praticante da meditação transcendental há 33 anos, Lynch veio ao Brasil pregar a consciência e a paz mundial. A fundação que mantém o seu nome tem distribuído milhões de dólares em bolsas para estudantes que se interessam em aprender a técnica. “Com ela é possível reduzir os níveis de estresse nas escolas e, consequentemente, os problemas de um país”, disse, durante o descontraído bate-papo com o público.

Aos 62 anos, o cineasta e autor de O Homem Elefante, Veludo Azul, Cidade dos Sonhos e Coração Selvagem, entre outros, demonstra afinidade com a cultura brasileira. Em 1997, quando fez Estrada Perdida, utilizou a música Insensatez, de Tom Jobim. “Ultimamente, tenho ouvido apenas as músicas de meditação do Donovan”, brincou. “Mas gosto muito da criatividade dos músicos brasileiros”, enfatizou.

Donovan tornou-se uma espécie de guru para o cineasta. Famoso na década de 60 pelos hits Hurdy Gurdy Man e Mellow Yellow, o músico escocês e professor de meditação de Lynch conheceu a técnica quando visitou a Índia, ao lado dos Beatles, em 1968. Foi lá que conheceu o hindu Maharishi Mahesh Yogi, a quem pertence a dedicatória de Em Águas Profundas.

Ao ser questionado por um fã, se a meditação transcendental ajudaria a entender um pouco os filmes que faz, Lynch foi incisivo. “Claro que sim! Ela melhora a atividade artística”. E emendou: “vivemos em um superfície da vida. Antigamente, questionavam-se as coisas materiais, como as moléculas, os átomos, as partículas menores. Aos poucos, foi se descobrindo as forças que atuavam sobre as partículas. Com isso, chegou-se ao campo unificado, capaz de envolver todas as forças de criação, de contentamento infinito”, ressaltou.

A Ciência Védica, defendida por Lynch dentro da meditação transcendental, é realizada através de fórmulas matemáticas precisas. “O potencial do ser humano é a iluminação, a inteligência, a criatividade infinita. Com a sua prática, todo o ódio, a raiva, o medo, a insegurança se dispersam. É um alívio ao estresse do dia-a-dia”, destacou.

Kubrick

O cineasta não quis dizer qual dos seus filmes gosta mais. Mas elogiou um antigo colega de profissão: Stanley Kubrick. “Lolita, de 1962, é um dos meus prediletos”, afirmou, após ser questionado por outro fã. “Meus filmes são como crianças pequenas. Uma é diferente da outra”, justificou, ao não responder a pergunta.

Para ele, o cinema atual carece de criatividade. “A negatividade é o inimigo da criatividade. Se houvesse mais meditação, haveria mais filmes criativos. A paz verdadeira não é só a ausência de guerra. É a paz interior”, argumentou.

Sobre os comerciais que faz com frequência para a televisão norte-americana e os curtas, Lynch deu um recado. “Merchandise em filme putrifica o ambiente. Há muitos no cinema hoje em dia. Isso não é bom. Mas, preciso sobreviver. É um trabalho como outro qualquer na minha área”, salientou.

Roteiro

Segundo Lynch, um bom roteiro cinematográfico é feito de acordo com a realidade existencial de quem o produz. “O artista precisa entender sobre o sofrimento, mas não precisa sofrer. O roteiro é como pescar. Você desenha mentalmente o peixe e realiza a pescaria. O desejo puxa uma idéia. Depende da própria consciência. Um dia chegará o peixe pequeno que tanto adora e ama. Fazer cinema é traduzir a idéia e a maneira como se vê esse peixe”, falou aos jornalistas.

Trabalhar as idéias é uma das características que Lynch tanto gosta de enaltecer. “É nos ensaios que elas se afinam. Não faço testes com atores. Simplesmente converso com eles e vejo quem se encaixa nos elementos do roteiro. Um filme é feito de tantos elementos que você quer que se encaixem corretamente. Sempre me pergunto: ‘por que tantas idéias’?”, finalizou.

by Gustavo Ferrari