Gustavo Ferrari/Sisters of Mercy
Sábado de frio intenso em São Paulo. Nada melhor do que uma boa música para esquentar e chacoalhar o esqueleto. Via Funchal, 22h30. No palco, os lendários do The Sisters of Mercy trouxeram o clima sombrio de Leeds (Inglaterra) para a capital paulista.
Batida sintetizada, grooveada, imortal. Culpa de 'Doktor Avalanche'. Andrew Eldritch, agora careca, Ben Christo e Chris Catalyst executaram clássicos dos anos 80. Época gótica, do Lira Paulistana à Madame Satã. Época do Hard Temple.
'Crash and Burn', a música de abertura, me fez voltar aos porões de Loughton, Manchester, Fulham. Muita glicerina no palco, luzes, lasers, distorções. E Eldritch puxando: 'Do I drive? Or am I driven? Can I brake, What I've been given? Take a walk, Turn, Talk or crash and burn'.
'Alice', 'Giving Ground' (que me deixou em transe) e 'Mariah' - o romantismo de Eldritch - ecoaram sentimentos do passado ao cenário dark e gutural que se transformou a Funchal com os ingleses. Apocalíptico.
Faltou a presença da bela Patricia Morrison em 'Dominion' e 'This Corrosion'. Seria querer demais nos dias de hoje. 'Temple of Love', a última do show, já no bis, supriu, em partes, essa ausência.
A batida do Sisters é mesmo inconfundível!
by Gustavo Ferrari