sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Assassino de Humberto Monteiro pega 16 anos e ‘entrega’ Oliveira Júnior

Trio condenado em Itu/Luiz Setti
Após 13 horas, o Tribunal do Júri de Itu condenou o instalador de ar-condicionado Thiago Martins Bandeira, de 21 anos, a 16 anos de prisão, por executar o advogado Humberto da Silva Monteiro, com um tiro na cabeça, no começo da tarde do dia 26 de janeiro de 2006, na rua Capitão Flemining, no centro da cidade, e por tentar matar o radialista Josué Soares Dantas Filho.

O segurança Luís Antônio Roque, o Tonhão, de 42 anos, também foi condenado a 16 anos de prisão. Foi ele quem contratou Thiago. Eduardo Aparecido Crepaldi, de 21 anos, foi condenado a 10 anos e oito meses de prisão. Ele pilotou a motocicleta, que levava Thiago na garupa, o autor dos cinco disparos de revólver calibre 38.

O assassino do advogado declarou que fora contratado a mando do ex-vice-prefeito de Itu, o empresário Élio Aparecido de Oliveira Júnior, para “dar um susto” em Dantas. O Ministério Público (MP) quer que Oliveira, atualmente vereador em Ribeirão Preto, vá a júri popular como o “mandante do crime”. Ele, que recorre do pedido, em Brasília, nunca chegou a ser preso. Declara-se inocente.

O julgamento começou com uma hora de atraso devido a espera da esteriotipista, residente em São Paulo. Oito jurados, de um total de 25 que estavam disponíveis a serviço da Justiça, foram rejeitados pelos três advogados de defesa. Após sete serem escolhidos, iniciou-se o júri, que alternou momentos de tensão, por parte da defesa, às “tiradas sarcásticas e bem-humoradas” do promotor Luiz Carlos Ormeleze, autor da acusação.

Segundo o MP, Thiago, um rapaz franzino, que na época do crime tinha 18 anos, foi contratado por Tonhão, segurança do Ituano Futebol Clube e pessoa de confiança de Nicéias de Oliveira Brito (que irá a julgamento no próximo dia 15), para “dar um susto” em Dantas. “Tudo isso por causa de R$ 1 mil”, sustentou Ormeleze. Ele, então, acertou o “negócio” pessoalmente com Brito, após Tonhão marcar o encontro entre os dois, e levou Eduardo, um amigo, para participar como piloto durante a execução. O motoboy também recebera R$ 1 mil pelo serviço.

O advogado de Tonhão, Ricardo Ribeiro, tentou “desqualificar” a autoria do acusado no crime, afirmando que ele “apenas apresentou Thiago a Brito”. O MP conseguiu provar ao corpo de jurados, que o segurança do Ituano e pessoa de confiança de Brito (segurança pessoal de Oliveira Júnior) “conhecia, e bem, os dois indivíduos, e que a arma utilizada no crime havia sido entregue a Thiago por ele”.

Desentendimentos

Na tese do MP, Oliveira Júnior teria “motivos de sobra” para matar o advogado Humberto da Silva Monteiro e Dantas Filho. A declaração bateu com a afirmação de Tonhão, que disse ao júri que o serviço, no caso o “crime”, havia sido encomendado a mando do ex-vice-prefeito de Itu. “A mulher do Brito trouxe-me um envelope branco para entregar ao Thiago”, disse o segurança do clube. “Esse envelope continha o dinheiro, os mil reais para cada”, rebateu o promotor.

Um vídeo de Oliveira Júnior, ameaçando “de forma indireta” Humberto e Dantas, foi exibido aos jurados. Além disso, ainda na tese do MP, o empresário estaria com “raiva” do advogado por ele ter “perdido” um prazo jurídico para sacar a quantia de R$ 4 milhões, referentes a uma transação que envolvia o passe do jogador Juninho Paulista, pertencente a Oliveira Júnior.

Outro motivo que contribuiu para o crime foi o fato de o ex-vice-prefeito ter frequentado uma casa de prostituição em Sorocaba e esquecido de “sumir” com a fatura do cartão de crédito, que acusava gastos em tal estabelecimento. “Humberto deveria ter dado um jeito nisso, pediu Oliveira”, argumentou Ormeleze. No entanto, segundo o próprio MP, após relatos de Dantas, o advogado teria feito “chantagem emocional” com o acusado de ser o principal mandante da execução.

Após ter sido assassinado, os documentos deixados por Humberto à advogada Sheila Monteiro (sua irmã), desapareceram. Um inquérito policial corre em Itu contra o também advogado Ricardo Mendes, o qual seria “comparsa” de Oliveira Júnior nesse sumiço. Esses documentos “ajudariam a incriminar” o empresário.

by Gustavo Ferrari

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Vai um Buiu aí?

Limpe antes de pisar (/) Área 51
Então ficamos assim: a partir desta data e em caráter emergencial e irrevogável, fica instituída a figura do Buiu.

Temos a grata satisfação de apresentar-lhes aquele que está, sem a menor sombra de dúvidas, talhado a ser um dos heróis destes nossos tempos multifuncionais, multifacetados e multissociais: buiu, a nova e tão esperada função de serviçal-executivo, misto de multitarefeiro doméstico com personal executivo e quiça confidente, boi de piranha, laranja e que mas...

Voltado para um público mais exigente, porém descontraído, descolado, o operador agora apresentado será o único serviçal de um solteirão convicto ou não, de um jovem e bem sucedido profissional (ou não) das mais diversas áreas, de descasados, namoradores ou não (tudo isto leia-se, também, no feminino), que ao invés de contratar cozinheiro, faxineiro, motorista, boy, secretário, jardineiro, guarda-costas (tudo isto leia-se, também, no feminino), tem agora, no polivalente buiu, a solução boa e barata para seus problemas.

O perfil do buiu será sempre e necessariamente a daquele profissional especializado em nada e em tudo, bastante extrovertido, porém sem perder a discreção (ou conseguir muito bem dissimulá-la), disponível 24 horas por dia e com disponibilidade (e muita vontade) para viagens.

Ter um buiu será, certamente, sinal de status, objeto de inveja e quetais (_querido, você viu que o fulano está com um buiu? O maior charme! Afinal, amor, o que vem a ser um buiu? Sei não, docinho, mas acho que deve ser alguma coisa em francês. Talvez até em hindu, que agora está nas paradas, né? Só sei que é chique, muito chique!).

Pagar contas em bancos, fazer a loteca, a feira, o supermercado, a padoca, dar a volta em cobradores, em gerentes de banco, em namoradas ressentidas (leia-se, também, no masculino), levar o chachorrinho para o passeio (com o devido saquinho para o cocô à tiracolo), limpar a piscina, buscar a roupa no tintureiro, consertar o pinga-pinga chato da torneira. Enfim, todas as tarefas que antes exigiam alguns profissionais para suas execuções, hoje são resolvidas pelo buiu.

Ah (!), e não esquecer da árdua e constrangedora tarefa de levar aquele recado (ou um pequeno mimo), aquela paquera difícil (leia-se no masculino ou feminino), que você batalha e sonha conquistar.

Nosso novo herói já navega pelos lugares da moda, finge ser conhecido de todos, finge entender de todos os assuntos e, principalmente, finge ter uma vontade enorme de pegar no batente. Jura que está na ponta dos cascos e que só lhe falta uma chance, coitado.

E você, se estiver no seu dia (ou noite) de sorte, certamente irá cruzar com um buiu disponível e pronto a servi-lo fielmente.

Basta que lhe ofereça uma pequena fatia das suas inúmeras mordomias: carros, praias, piscinas, happy hour, algum dinheirinho (que ninguém é de ferro) e muita, muita menininha (leia-se, também, no masculino) no pedaço.

Seus problemas acabaram (?) e os do buiu com certeza!

by Eduardo Araújo Amorim, headhunter e consultor de empresas