terça-feira, 1 de setembro de 2009

Vai um Buiu aí?

Limpe antes de pisar (/) Área 51
Então ficamos assim: a partir desta data e em caráter emergencial e irrevogável, fica instituída a figura do Buiu.

Temos a grata satisfação de apresentar-lhes aquele que está, sem a menor sombra de dúvidas, talhado a ser um dos heróis destes nossos tempos multifuncionais, multifacetados e multissociais: buiu, a nova e tão esperada função de serviçal-executivo, misto de multitarefeiro doméstico com personal executivo e quiça confidente, boi de piranha, laranja e que mas...

Voltado para um público mais exigente, porém descontraído, descolado, o operador agora apresentado será o único serviçal de um solteirão convicto ou não, de um jovem e bem sucedido profissional (ou não) das mais diversas áreas, de descasados, namoradores ou não (tudo isto leia-se, também, no feminino), que ao invés de contratar cozinheiro, faxineiro, motorista, boy, secretário, jardineiro, guarda-costas (tudo isto leia-se, também, no feminino), tem agora, no polivalente buiu, a solução boa e barata para seus problemas.

O perfil do buiu será sempre e necessariamente a daquele profissional especializado em nada e em tudo, bastante extrovertido, porém sem perder a discreção (ou conseguir muito bem dissimulá-la), disponível 24 horas por dia e com disponibilidade (e muita vontade) para viagens.

Ter um buiu será, certamente, sinal de status, objeto de inveja e quetais (_querido, você viu que o fulano está com um buiu? O maior charme! Afinal, amor, o que vem a ser um buiu? Sei não, docinho, mas acho que deve ser alguma coisa em francês. Talvez até em hindu, que agora está nas paradas, né? Só sei que é chique, muito chique!).

Pagar contas em bancos, fazer a loteca, a feira, o supermercado, a padoca, dar a volta em cobradores, em gerentes de banco, em namoradas ressentidas (leia-se, também, no masculino), levar o chachorrinho para o passeio (com o devido saquinho para o cocô à tiracolo), limpar a piscina, buscar a roupa no tintureiro, consertar o pinga-pinga chato da torneira. Enfim, todas as tarefas que antes exigiam alguns profissionais para suas execuções, hoje são resolvidas pelo buiu.

Ah (!), e não esquecer da árdua e constrangedora tarefa de levar aquele recado (ou um pequeno mimo), aquela paquera difícil (leia-se no masculino ou feminino), que você batalha e sonha conquistar.

Nosso novo herói já navega pelos lugares da moda, finge ser conhecido de todos, finge entender de todos os assuntos e, principalmente, finge ter uma vontade enorme de pegar no batente. Jura que está na ponta dos cascos e que só lhe falta uma chance, coitado.

E você, se estiver no seu dia (ou noite) de sorte, certamente irá cruzar com um buiu disponível e pronto a servi-lo fielmente.

Basta que lhe ofereça uma pequena fatia das suas inúmeras mordomias: carros, praias, piscinas, happy hour, algum dinheirinho (que ninguém é de ferro) e muita, muita menininha (leia-se, também, no masculino) no pedaço.

Seus problemas acabaram (?) e os do buiu com certeza!

by Eduardo Araújo Amorim, headhunter e consultor de empresas