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Um novo estudo inglês sugere que homens que tem uma vida sexual intensa entre os 20 e 40 anos de idade tem mais chances de desenvolver câncer de próstata.
Os pesquisadores da Universidade de Nottingham observaram 840 homens - um grupo de 431 diagnosticados com câncer de próstata e outro com 409 homens saudáveis.
Os voluntários responderam questionários sobre a frequência das relações sexuais e da masturbação, o número de parceiras e a saúde sexual.
De acordo com os resultados, publicados na edição de segunda-feira da revista científica British Journal of Urology, 40% dos homens com câncer costumavam fazer sexo mais de 20 vezes por mês entre os 20 e 40 anos, comparados com 32% entre o grupo dos homens saudáveis.
Os homens diagnosticados com câncer de próstata também se masturbavam mais (34%) do que os saudáveis (24%) nesta faixa etária.
A pesquisa indica, ainda, que o grupo dos homens diagnosticados com câncer registrou mais casos de doenças sexualmente transmissíveis.
"Descobrimos uma associação entre o câncer de próstata, atividade sexual e masturbação nos homens entre 20 e 40 anos", afirmou Polyxeni Dimitropoulou, principal autor do estudo.
"Não há, no entanto, nenhuma relação entre a atividade sexual e o câncer em homens acima dos 40 anos", acrescentou o pesquisador.
Hormônios
Segundo os pesquisadores, é possível que o alto nível de hormônios seja responsável por um aumento na atividade sexual entre os 20 e 40 anos, e também pelo desenvolvimento do câncer de próstata em idades mais avançadas.
"Os hormônios parecem ter um papel importante no desenvolvimento do câncer de próstata, e é muito comum fazer tratamentos para reduzir o nível de hormônios que estimulam as células cancerígenas", ressaltou Dimitropoulou.
"Da mesma forma, o apetite sexual dos homens também é regulado pelos níveis de hormônio. Portanto, o estudo examinou a teoria de que a vontade sexual afeta o risco de câncer de próstata", completou o pesquisador.
Para John Neate, diretor da ONG Prostate Cancer Charity, que ajuda pacientes e trabalha com pesquisas sobre a doença, as descobertas do estudo precisam de mais provas para que sejam aceitas.
"O papel da atividade sexual vem ganhando cada vez mais atenção na pesquisa sobre o câncer de próstata", disse Neale. "Infelizmente, esse estudo oferece poucos conselhos práticos para homens que querem reduzir o risco da doença".
O diretor da ONG acrescentou que os dados do estudo podem não ser precisos, já que se baseia nas respostas dos entrevistados sobre suas experiências de 20 ou 30 anos atrás, e essas informações podem não ser verdadeiras.
"A amostra usada no estudo também é relativamente pequena, o que torna ainda mais difícil chegar a conclusões universais", concluiu Neale. (Fonte: Portal IG)