quarta-feira, 22 de abril de 2009

5 álbuns e um destino: a leveza do mar!

Férias! Nada melhor que viajar e levar,...on the road..., cinco - recém-lançados - álbuns de bandas que aprecio. Confesso que todos são muito bons! Eis as resenhas, desenhadas em um paraíso à beira do mar: The Blue Eyes!



Depeche Mode - Sounds of the Universe: Denso, sem deixar de lado os experimentos do tecnopop, o trio britânico retorna com um CD movido a inspirações amorosas e desejos impetuosos do cotidiano, como emoções e agonias.

Fragile Tense, por exemplo, é uma volta aos anos 80, com uma batida saltitante, de nostalgia e sentimentos; Little Soul lembra uma paixão efêmera, algo praiano, enquanto que o single Wrong soa como moderninho rock pós-punk e, agora, pós-industrial. Já a atmosférica Space Walk mostra que o grupo ainda consegue criar, sem ser fake ou apenas retrô. Cool!






Radiohead - In Rainbows: Sétimo álbum dos ingleses, que foi lançado em 2007. Confesso que não me sentia atraído pelo som deles até assistir a apresentação que fizeram no mês passado, na Chácara do Jockey, em São Paulo.

In Rainbows soa como uma bossa nova unida ao trip hop furioso, com os vocais melancólicos de Tom Yorke. 15 Step é a prova disso: existencialismo + melancolismo = perda. Nude tem um tom poético, semelhantes às canções interpretadas por Beth Gibbons, do excelente Portishead; leva à reflexão. Já All I Need é envolvente, assim como Reckoner. Tiro certeiro!






Goldfrapp - Seventh Tree: Novamente um som vindo da Inglaterra. Alison Goldfrapp é uma cantora ora tímida ora um verdadeiro 'vulcão', em termos de sonoridade. Lembra um pouco a melancolia vocálica da islandesa Björk.

Se por um lado a faixa A&E remete a um passeio suave envolto a campos de lírio e algodão, Little Bird traz um voo regado a teclados e batidas do lounge contemporâneo. Para quem sabe diferenciar açúcar de suor. Felicidade é a prova disso. Viaje!






The Ting Tings - We Started Nothing: Nunca gostei de White Stripes e sempre achei tosca a forma da dupla tocar os instrumentos. Porém, não posso dizer o mesmo da inglesa The Ting Tings. O carisma encontrou a moderna sonoridade indie. As batidas são simples, mas diretas e divertidas.

A dupla, formada por Katie White e Jules De Martino, dá o recado do rock de hoje. Great DJ abre o CD, rementendo ao conceito expontâneo e socrático do que '"tudo o que sei é que nada sei"; portanto, sigo em frente. Se cair, levanto'. That's Not My Name lembra a clássica Hey Mickey, da oitentista Toni Basil. Prefiro We Walk, a do clipe na MTV. Lembra Metric com Lily Allen. Atraente, assim como Cansei de Ser Sexy. Ouça!






Queensrÿche - American Soldier: Gosto de escrever sobre esse quinteto americano, porque posso acentuar a letra y com o trema. Sinto falta dele em nossa escrita. Mas, o meu apreço pelo Queensrÿche vai além do português. Assisti a banda, ao vivo, duas vezes no Brasil: a primeira foi em 1997 e, a segunda, ano passado. Dois shows fantásticos! Nesse novo álbum, ela prova a sua superioridade no cenário rock pós-metal. Ideologicamente - falando das composições - o grupo está à frente de todos os outros do gênero.

American Soldier aborda o envolvimento dos americanos nos conflitos armados. Na era dos Bush, com as invasões do Golfo Pérsico (Kuwait), Afeganistão e Iraque, a narrativa do álbum mostra o por quê a angústia de uma guerra impôs corações e mentes a buscar, desesperadamente, a sobrevivência em terra inimigas. Destaques para Hundred Mile Stare, The Killer e Man Down. Respire!

by Gustavo Ferrari