sexta-feira, 24 de abril de 2009

Intrigas de Estado

Reprodução

Esse é o mais recente filme norte-americano sobre jornalismo. Retrata, bem, o que é a realidade diária de um verdadeiro repórter.

Digo, sempre: 'A rua é o lugar de repórter. Todos são jornalistas, mas, repórter, uma minoria. É um fato, nato! Reportagem é faro, sensibilidade, paciência, contatos e, acima de tudo, respeito que traz respeito, confiança e credibilidade'.

O longa, dirigido pelo britânico Kevin Macdonald (O Último Rei da Escócia), mantém a atual crise do jornalismo abaixo da superfície de sua história. Russell Crowe interpreta Cal McAffrey, um repórter que bate às ruas, conversando com policiais.

Ele escreve para o Washington Globe. Cal investiga um duplo homicídio em um beco, que envolve a suposta amante de um senador.

O filme mostra, em sua essência, que a reportagem nos jornais diários está morrendo. Em muitos deles, isso já aconteceu; se não aconteceu, é questão de tempo. Por isso, manter o espírito de repórter bombando nas artérias desgasta, ao mesmo tempo em que emputece algumas pessoas que mandam nos veículos de comunicação. Mas vale a pena. E como!

by Gustavo Ferrari

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Jornais pelo mundo



http://www.newseum.org/todaysfrontpages/default.asp é o link do Portal Newseum - um museu interativo de notícia e jornalismo. O Cruzeiro do Sul, de Sorocaba/SP, está lá, assim como os jornais espalhados por nove regiões de cinco continentes.

Há, também, um link para acessar as fotos vencedoras do Pulitzer Prize. É simples e fácil de navegar. Dica do meu amigo Marcelo Roma.

by Gustavo Ferrari

Fala que eu te escuto!

O Ministro Joaquim Barbosa peitou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em plena sessão ordinária de ontem. Barbosa falou a ele o que muitos juristas têm vontade de dizer, mas sem o acesso, o destaque e a exposição midiática que a discussão mereceu receber.

Mendes já fora chamado de 'cangaceiro' pelo jornalista Luís Nassif e, ontem, foi exposto ao ridículo por Barbosa. Minha opinião: Barbosa acertou! Como ninguém é santo, muito menos em Brasília, a verdade deve ser colocada, sempre, à favor da democracia.

Mendes, que pensa 'dominar' a Corte Suprema, por ser o atual presidente, engoliu seco para não ofender Barbosa. Que o 'pau coma' e os dois saibam diferenciar joio de trigo. Aliás, quando não há dúvida sobre a supremacia de uma autoridade, ou de um chefe, situações assim não costumam acontecer. O mesmo posso dizer sobre a redação de um jornal. Chefe perdeu a autoridade, editores e repórteres 'deitam e rolam'.



Nota

O STF encaminhou nota à imprensa, informando que os ministros lamentam o episódio e reafirmam a confiança e o respeito pelo presidente Mendes.

"Os ministros do STF que subscrevem esta nota, reunidos após a Sessão Plenária de 22 de abril de 2009, reafirmam a confiança e o respeito ao Senhor Ministro Gilmar Mendes na sua atuação institucional como presidente do Supremo, lamentando o episódio ocorrido nesta data", diz a íntegra da nota.

O texto é assinado por oito dos 11 ministros do STF: Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Cezar Peluso, Carlos Ayres Britto, Eros Grau, Ricardo Lewandowski, Carmen Lúcia e Menezes Direito. Não assinaram a nota somente os envolvidos na polêmica, Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, além de Ellen Gracie, que está fora do Brasil.

by Gustavo Ferrari

quarta-feira, 22 de abril de 2009

5 álbuns e um destino: a leveza do mar!

Férias! Nada melhor que viajar e levar,...on the road..., cinco - recém-lançados - álbuns de bandas que aprecio. Confesso que todos são muito bons! Eis as resenhas, desenhadas em um paraíso à beira do mar: The Blue Eyes!



Depeche Mode - Sounds of the Universe: Denso, sem deixar de lado os experimentos do tecnopop, o trio britânico retorna com um CD movido a inspirações amorosas e desejos impetuosos do cotidiano, como emoções e agonias.

Fragile Tense, por exemplo, é uma volta aos anos 80, com uma batida saltitante, de nostalgia e sentimentos; Little Soul lembra uma paixão efêmera, algo praiano, enquanto que o single Wrong soa como moderninho rock pós-punk e, agora, pós-industrial. Já a atmosférica Space Walk mostra que o grupo ainda consegue criar, sem ser fake ou apenas retrô. Cool!






Radiohead - In Rainbows: Sétimo álbum dos ingleses, que foi lançado em 2007. Confesso que não me sentia atraído pelo som deles até assistir a apresentação que fizeram no mês passado, na Chácara do Jockey, em São Paulo.

In Rainbows soa como uma bossa nova unida ao trip hop furioso, com os vocais melancólicos de Tom Yorke. 15 Step é a prova disso: existencialismo + melancolismo = perda. Nude tem um tom poético, semelhantes às canções interpretadas por Beth Gibbons, do excelente Portishead; leva à reflexão. Já All I Need é envolvente, assim como Reckoner. Tiro certeiro!






Goldfrapp - Seventh Tree: Novamente um som vindo da Inglaterra. Alison Goldfrapp é uma cantora ora tímida ora um verdadeiro 'vulcão', em termos de sonoridade. Lembra um pouco a melancolia vocálica da islandesa Björk.

Se por um lado a faixa A&E remete a um passeio suave envolto a campos de lírio e algodão, Little Bird traz um voo regado a teclados e batidas do lounge contemporâneo. Para quem sabe diferenciar açúcar de suor. Felicidade é a prova disso. Viaje!






The Ting Tings - We Started Nothing: Nunca gostei de White Stripes e sempre achei tosca a forma da dupla tocar os instrumentos. Porém, não posso dizer o mesmo da inglesa The Ting Tings. O carisma encontrou a moderna sonoridade indie. As batidas são simples, mas diretas e divertidas.

A dupla, formada por Katie White e Jules De Martino, dá o recado do rock de hoje. Great DJ abre o CD, rementendo ao conceito expontâneo e socrático do que '"tudo o que sei é que nada sei"; portanto, sigo em frente. Se cair, levanto'. That's Not My Name lembra a clássica Hey Mickey, da oitentista Toni Basil. Prefiro We Walk, a do clipe na MTV. Lembra Metric com Lily Allen. Atraente, assim como Cansei de Ser Sexy. Ouça!






Queensrÿche - American Soldier: Gosto de escrever sobre esse quinteto americano, porque posso acentuar a letra y com o trema. Sinto falta dele em nossa escrita. Mas, o meu apreço pelo Queensrÿche vai além do português. Assisti a banda, ao vivo, duas vezes no Brasil: a primeira foi em 1997 e, a segunda, ano passado. Dois shows fantásticos! Nesse novo álbum, ela prova a sua superioridade no cenário rock pós-metal. Ideologicamente - falando das composições - o grupo está à frente de todos os outros do gênero.

American Soldier aborda o envolvimento dos americanos nos conflitos armados. Na era dos Bush, com as invasões do Golfo Pérsico (Kuwait), Afeganistão e Iraque, a narrativa do álbum mostra o por quê a angústia de uma guerra impôs corações e mentes a buscar, desesperadamente, a sobrevivência em terra inimigas. Destaques para Hundred Mile Stare, The Killer e Man Down. Respire!

by Gustavo Ferrari