segunda-feira, 24 de maio de 2010

Virada Cultural 2010

Gustavo Ferrari/Praça Júlio Prestes
Reduto de usuários de crack no tradicional centro histórico de São Paulo, a Praça Júlio Prestes multiplicou-se em cores vivas na madrugada do dia 16, durante a sexta edição da Virada Cultural 2010.

Enquanto personalidades paulistanas desciam de seus luxuosos carros para um jantar na histórica Sorocabana, no palco montado em frente à torre da estação a cantora Zélia Duncan entretia um público imensurável de ser calculado pelos organizadores do evento.

As atrações seguintes foram Céu e os americanos do Living Colour. Tudo transcorreu dentro da normalidade. Apenas a música chamou a atenção de quem passou pelo local.

Gustavo Ferrari/Living Colour

A proibição de veículos circulando pelo centro histórico na noite de sábado obrigou o paulistano a conhecer uma cidade congestionada, só que de pessoas. Desde a baldeação do metrô Paraíso à Praça da Sé, filas e mais filas se formavam nas plataformas das estações.

Na República, local onde os irmãos Max de Castro e Wilson Simoninha rememoravam os sucessos do pai, no badalado ‘Baile’, o que se via nas ruas assustava de tão incomum. Pais caminhavam com seus filhos; idosos se aglomeravam a jovens. Isso à 0h. Era a velha geração de Simonal com a ‘nova’, cara do samba. A praça ficou lotada durante o revezamento de artistas, entre eles Jair Rodrigues e Elza Soares.

Gustavo Ferrari/Escola de Circo

Na avenida São João, o palco ‘do peso’ reuniu os ex-membros da banda de Janes Joplin. E não faltaram outros ex-membros de bandas famosas, como o guitarrista Tracii Guns, que estava à frente do seu grupo, o L.A. Guns, a origem do Guns N’ Roses.

Em direção ao palco Reggae da Virada, o ponto negativo foram os lixos, que se espalhavam pelas ruas, e o urinódromo de cada esquina. Eram poucos os banheiros químicos para a multidão que se encontrava naquela região.

Gustavo Ferrari/Zeca Baleiro

Mesmo somente observando era possível também ‘fumar’ um baseado, sem estar com ele. O que não faltou foi ‘fumaça’ no meio do público que dançava o som da Jamaica. Índios peruanos, que levaram a cultura Maia às ruas do centro, tocavam música andina. Os ‘chapados’ pulavam sem saber o que aquilo significava.

De volta à Praça Júlio Prestes, a cantora Céu fez o público dançar a sua MPB paulistana, com sucessos de seus dois trabalhos de estúdio. “Malemolência”, sua canção mais executada nas rádios de São Paulo, ‘esquentou’ os vinte mil presentes, segundo registros da Polícia Militar (PM), à 1h de domingo. Fazia 12 graus naquele ponto da capital.

Gustavo Ferrari/Índios Peruanos

Mas foi às 3h, mesmo com a temperatura baixando e a sensação térmica negativa aumentando, que o público pulou. Nos seus 25 anos de estrada, o Living Colour mostrou que o swingue negro, aliado ao rock, contagia qualquer geração.

Apenas um ano distante dos palcos brasileiros, o grupo nova iorquino, já cinquentão, voltou a mostrar como se faz música de forma ‘redonda’. Os álbuns “Vivid” e “Time’s Up” foram a base do show, pautado nas músicas clássicas da história do quarteto.

Gustavo Ferrari/Céu

Como não podia deixar de ser, o melhor ficou para o final da apresentação, quase às 5h. “Cult of Personality”, “Glamour Boys”, “Ignorance Is Bliss” e “Elvis is Dead”, cantada por Corey Glover com o refrão em português, mencionando “Elvis está morto”, transformaram a Praça Júlio Prestes numa área onde cantar, sem soar metaforicamente, ainda é possível.




Gustavo Ferrari/Cidadão Instigado

Em Jundiaí, a Secretaria da Cultura optou por levar um cast "experiente". Cat Power, a diva indie, superlotou o Teatro Polytheama. No Parque da Uva, Cidadão Instigado e Zeca Baleiro "esquentaram" os presentes, com seus respectivos sucessos. E Em Sorocaba... Deixa pra lá!

by Gustavo Ferrari