quarta-feira, 23 de julho de 2008

Incautos

Gustavo Ferrari/Jato by cel...roses
Velas que derramam a cera da incerteza;
tristeza que alimenta egos desprotegidos;
calefação que aquece almas angustiadas;
despreparo emocional e físico...

Sentimentos que transformam raiva em piedade;
injúria, cretinice, medo;
perdas que revelam um ganho em dobro;
sintuosa apologia à ideologia da mentira...

Cegos que encontram um desafio no passado;
mentes fracas que se acham intelectualizadas;
risos que ignoram a verdade irradiante do prazer;
sacanagem proveitosa de dar e doar...

Erros infames, fajutos, grotescos;
distância ignorante de cobiça e anseios;
pavor tremendo de teimar com o acaso;
insurgência de aproximação...

Temor promíscuo de uma crença certeira;
devaneio claro e conciso de esperteza declarada;
burrice aguda, insone e calhorda;
paura contínua de fuga e solidão...

Sábia sintonia entre o ser e o errante ser;
mistério que acovarda corações e mentes;
derrame mútuo de clareza e ódio;
terra que trai o menos avantajado capaz...

Procura insistente pela capacidade de errar;
clareza que desperta a falta de vivência profissional;
um sábio que caminha sem horizontes;
intelectualóide nefasta de somas irredutíveis...

É do verbo ser que costuma primar pelo engano;
asa que não se abre sem cometer deslizes;
rabo que se encolhe quando vê uma ereção melancólica;
certo que engana a si mesma...

Subtração desnecessária;
insatisfação corrente de desejo;
ganância no olhar, farto de tristeza;
alimento que engana a si mesma...

Um...se pode ter, dois...se pode ir.

Para que lutar?


by Gustavo Ferrari