Comunicação Social da Marinha
A Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil inaugurou um laboratório destinado à realização de pesquisas oceanográficas na área de desenvolvimento de estudos de correntes marítimas e previsão de ondas do mar.
Essas pesquisas serão realizadas em colaboração com universidades brasileiras, com investimentos da Petrobras destinados à implantação da Rede Temática de Modelagem e Observação Oceanográfica (REMO). O laboratório funciona no Centro de Hidrografia da Marinha, em Niterói (Rio de Janeiro).
Os resultados das pesquisas da Rede serão utilizados tanto em apoio à indústria de petróleo e gás quanto para a Marinha, no que tange à previsão meteorológica marinha, salvaguarda da vida humana no mar e segurança da navegação sob responsabilidade do Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (Metarea-V) e Organização Marítima Internacional (Navarea-V).
A construção deste laboratório atende à estratégia da Petrobras de investir em infra-estrutura e formação de recursos humanos nas universidades e institutos de pesquisa brasileiros, em um modelo de relacionamento sustentável, através da formação de Redes de parceria tecnológica, em áreas de interesse estratégico da empresa.
Somente na Rede Temática de Modelagem e Observação Oceanográfica, terão sido investidos cerca de R$ 16 milhões até o final de 2008. Esta Rede é integrada pela USP, UFRJ, UFBA e Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG), além da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) e do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) da Marinha do Brasil.
"Por meio deste modelo de parceria, a Petrobras, através de seu Centro de Pesquisas, está investindo mais de R$400 milhões por ano na implantação de uma infra-estrutura laboratorial voltada para atividades do setor petróleo, gás e biocombustíveis. Esses investimentos em infra-estrutura de pesquisa, complementados por investimentos em formação de recursos humanos e capacitação tecnológica, colocarão o parque tecnológico brasileiro como um dos mais importantes do mundo, nas áreas onde a Petrobras atua. A iniciativa envolve atualmente mais de 70 instituições nacionais de pesquisa, em todo o país.", informa o gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras, Carlos Tadeu Fraga.
Estes investimentos fazem parte dos contratos de concessão para a exploração e produção de petróleo no Brasil e são regulamentados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Parcerias
O Diretor de Hidrografia e Navegação, vice-almirante Luis Fernando Palmer Fonseca, destaca a importância da inauguração do prédio. "Ele simboliza a sinergia existente entre os setores empresarial, acadêmico-científico e a Marinha do Brasil em prol do desenvolvimento científico-tecnológico, visando contribuir para a exploração sustentável dos recursos naturais e para a segurança da navegação na área marítima sob responsabilidade do Brasil, a nossa Amazônia Azul", disse.
De acordo com a chefe da Coordenadoria de Tecnologia e Recursos Humanos da ANP, Anália Ferreira Martins, a necessidade de geração de novas tecnologias induziu a criação de novos mecanismos de financiamento, a exemplo da Cláusula de Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento, incluída pela ANP em todos os Contratos de Concessão para Exploração, Desenvolvimento e Produção de Petróleo e Gás Natural assinados a partir de 1998.
"Esse mecanismo tem gerado recursos expressivos, cuja aplicação tem contribuído para expandir a fronteira do conhecimento e para assegurar o desenvolvimento tecnológico do País e, em especial, do setor de petróleo, gás e biocombustíveis que demanda tecnologias cada vez mais sofisticadas", disse Anália.
Segundo o Professor Edmo Campos do Instituto Oceanográfico da USP, participante da Rede Remo, os modelos desenvolvidos e utilizados operacionalmente permitirão um avanço significativo na capacidade de previsão de ondas e correntes marinhas ao largo do litoral brasileiro.
Um primeiro modelo com capacidade de assimilação de medidas da elevação e da temperatura da superfície do mar obtidas por satélite está em fase de testes, com início previsto para uso operacional no segundo semestre do presente ano.
A Rede traz benefícios para a Petrobras. "Os resultados dos modelos numéricos de correntes oceânicas irão permitir maior agilidade para a indústria de petróleo em informações para caracterização ambiental, disponibilidade de dados para projetos em águas profundas, apoio para operações marítimas com plataformas de perfuração e convênios de pesquisa & desenvolvimento para apoiar a consolidação da Petrobras em tecnologias para águas ultra-profundas", disse o gestor da Rede Remo, José Antonio Lima, do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes).
Redes
As Redes Temáticas fazem parte de um modelo de parceria tecnológica estabelecido pela Petrobras para relacionamento institucional com universidades e instituições nacionais de pesquisa.
Através das redes criadas em diversas áreas de seu interesse, a Companhia vem investindo em projetos de infra-estrutura e de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em mais de 70 instituições participantes credenciadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), em todo o país.
O modelo de parcerias tecnológicas através de Redes Temáticas foi criado para atender, de forma sustentável, à cláusula de investimentos de P&D presente nos contratos de concessão de exploração e produção entre a Petrobras e a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).
Segundo a cláusula, pelo menos 1% da receita bruta gerada pelos campos de grande rentabilidade ou grande volume de produção deve ser investido em pesquisa e desenvolvimento, sendo 50% deste valor para universidades e instituições nacionais. Todos os projetos de infra-estrutura passam por autorização prévia da ANP.
O modelo contribui para a interação entre as instituições nacionais de pesquisa e o meio empresarial e para a excelência do conhecimento científico brasileiro na área de petróleo, gás e biocombustíveis. Abordam temas tecnológicos de interesse estratégico deste segmento.