Reprodução/Spectro
As artes cênicas despertam os mais nobres sentimentos existenciais na imaginação humana. A principal característica de seu signo inicial é justamente a "ligação física" com seu objeto, no caso a imagem x o telespectador. A fotografia, por exemplo, é primeiramente um índice; um registro da luz em determinado momento.
O cineasta John Howard Carpenter, por exemplo, utiliza em seus filmes uma luminosidade minimalista, com câmaras estáticas. Distintas composições sintetizadas são normalmente empregadas em seu estilo de editar. Ao longo de sua carreira, o terror e a imaginação surreal estão presentes em Fantasmas de Marte, Vampiros, Fuga de Nova York, No Limite da Loucura, Os Aventureiros do Bairro Proibido e Starman - O Homem das Estrelas.
Já David Keith Lynch - um cineasta envolvido com artes plásticas, que utiliza em seus filmes uma linguagem bastante provocadora - resume a qualidade da consciência imediata em uma impressão sentimentalmente invisível, não analisável. Tudo que esta à sua consciência é aquilo que se refere ao instante presente. Foi assim em Twin Peaks, Veludo Azul, Cidade dos Sonhos, O Homem Elefante e agora em O Império dos Sonhos.
Ambos se preocupam em manter a qualidade na interpretação como uma "alma" encarnada na matéria da concepção surrealista. Assim, o indivíduo atua e conecta a sua experiência de vida à emoção, transferindo ao contexto pessoal o sentimento de "ilusão".
O semioticista Ferdinand de Saussure define essa visão como 'relações sintagmáticas', ou seja, o uso da linguagem, da fala, da relação fluida que, no discurso ou na palavra, mantém em associação relações de contextualização e de presença. As 'relações paradigmáticas', diferentemente da estética "angular", refletem na ambivalência da linguagem conceitos de origem, sendo um registro que se porta estável na memória coletiva.
by Gustavo Ferrari