Gustavo Ferrari/Earth, Wind & Fire
O mapa astral deixado por Maurice White ao Earth, Wind & Fire se completou na noite da última sexta-feira, no Via Funchal, em São Paulo. O elemento água - o único que faltava ao grupo - surgiu do suor dos mais de cinco mil fãs, entre jovens, adultos e idosos, que lotaram a casa noturna para dançar o boogie característico da banda. A ausência de Maurice - que deixou o E,W&F em 1996 por causa do Mal de Parkinson - foi suprida pelo carisma de Verdine White (baixo), a melodia de Philip Bailey (vocal e percussão) e a ginga de Ralph Jonhson (vocal e percussão).
Tecnicamente, o trio, com os outros nove músicos de suporte, é perfeito. Parece tocar dentro de um estúdio. 'Boogie Wonderland', o primeiro hit do show, comprovou a experiente sintonia do grupo de Chicago (EUA).
Mesmo nas baladas, como 'After the Love is Gone' e 'Fantasy', a voz afinada de Philip Bailey manteve-se a mesma da fase áurea da banda, que fincou raízes internacionais e emplacou diversos Grammys entre o final da década de 70 e o começo dos anos 80.
O ponto alto da apresentação chegou com 'September' - música escrita em 1978 por Maurice - na segunda metade do setlist. 'Let's Groove' levou o publico presente ao delírio. O groove americano estava ali, livre, leve e solto.
"Foi uma noite memorável", destacou a empresária de Sorocaba, Cecília Pavlovsky. Fã de carteirinha do grupo, ela teve a oportunidade de conhecer pessoalmente os músicos após o show. A própria produção americana enviou pelo correio a credencial. "Participei de um concurso pelo site do Earth, Wind & Fire e ganhei. Adoro eles há muito tempo. É uma banda maravilhosa", ressaltou.
O diretor sorocabano do grupo Caiuás, Tuto Miguel Almeida, também gostou da apresentação. Ao lado da esposa e dos dois filhos, ele relembrou sucessos do passado com disposição e satisfação. "A banda é muito boa. Um belo show", disse.
"É muito bom poder ouvir ao vivo a voz excepcional do Philip Bailey. Como ele mesmo disse no show, sua voz é como o vinho. As cinco mil pessoas que estavam lá foram privilegiadas. E é assim que me sinto: um privilegiado", salientou Fernando Cesar Gomes.
by Gustavo Ferrari