quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

60 jornalistas foram assassinados em 2008

Paz para o mundo em 2009
De acordo com levantamento feito pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), 60 jornalistas foram assassinados em 2008. O número é menor do que no ano passado, quando se registraram 86 assassinatos. A RSF lembra que os dados são baseados nos relatos que chegam à organização, excluindo os casos mantidos em segredo pelas vítimas, muitas vezes por motivos de segurança. Há o registro também de um colaborador de mídia assassinado.

A organização diz que não há razões para ser otimista. Os assassinatos se concentraram em regiões em que há conflitos armados, violência político-mafiosa e o terrorismo, como no Iraque (15 mortos), Paquistão (sete), Filipinas (seis) e México (quatro).

Prisão, agressão e ameaça

O levantamento contabiliza 673 jornalistas presos, contra 887, em 2007. Na questão de agressão e ameaça, foram 929, contra 1551 no ano anterior.

Casos de prisão ou detenção foram elevados na África, onde as delegacias são "ponto de passagem obrigatório" para os jornalistas, que incomodam o poder e passam dos limites impostos. Só no Iraque foram 31 detenções. Na China, registraram-se 38. Na Birmânia, o endurecimento da junta militar sobre jornalistas e blogueiros críticos provocou 17 detenções.

Censura e sequestros

A censura apresentou redução em relação a 2007. Este ano, 353 meios de comunicação foram censurados, contra 528 no ano passado. A China foi o país que mais registrou casos de censura, com 132. No Brasil, foram 14 casos.

Casos de sequestros também diminuíram. Vinte e nove profissionais de imprensa foram sequestrados este ano, contra 67 no ano anterior. No Afeganistão, sete jornalistas ou colaboradores foram sequestrados, enquanto na Somália foram 5 casos, no México também cinco e no Iraque, quatro.

Internet é o meio que sofre mais repressão

Com o crescimento da Internet, o meio tem sido cada vez mais alvo de ataques. Do total citado acima, um blogueiro foi assassinado, 59 detidos, 45 agredidos e 1.740 sites de informação chegaram ao fim ou foram suspensos.

A RSF chama a atenção para o fato de, pela primeira vez, um homem ter sido morto por realizar o trabalho de "jornalismo cidadão". O empresário chinês Wei Wenhua foi espancado até a morte após ter filmado distúrbios com manifestantes, na cidade de Tianmen (província de Hubei). Foram registradas ações de censura sobre a Internet em 37 países, como a China (93 sites censurados), a Síria (162 sites censurados) e o Irã (38 sites censurados).

As críticas publicadas em blogs também motivaram a prisão de jornalistas e blogueiros. Dez ciberdissidentes foram presos na China, 31 agredidos ou ameaçados e ao menos três foram condenados pela Justiça. (Fonte: Portal Comunique-se)