terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Ebola: aumenta investigação sobre o vírus

Wisconsin University/Virus
Uma versão "segura" do vírus Ebola foi desenvolvida por pesquisadores que desejam ampliar as oportunidades de estudá-lo. Se aprovada pelas autoridades reguladoras nacionais dos EUA, o não-infeccioso vírus poderia ser estudado em uma ampla variedade de laboratórios, removendo um importante obstáculo para encontrar-se a tão procurada cura.
Os trabalhos sobre o Ebola (EBOVs), que causa febre hemorrágica mortal, são realizados em um pequeno número de laboratórios avaliados em biossegurança nível-4 (BSL-4) - o nível mais alto que existe. "A falta de espaço suficiente BSL-4 e pessoal treinado, assim como os rigores do trabalho têm prejudicado a investigação básica com EBOVs", disse Peter Halfmann, da Universidade de Wisconsin.
Os conhecimentos atuais do Ebola "são muito limitados" devido à falta de instalações, concorda Jens Kuhn, um virologista e perito em biossegurança da Harvard Medical School.

Proxies

Outros pesquisadores têm tentado obter um laboratório especial para trabalhar com a versão proxies: um vírus que têm comportamentos semelhantes ao Ebola. Mas os resultados deste método nem sempre se aplicam ao real EBOVs.
Para isso, Halfmann e seu grupo deram um vírus selvagem e golpeado a um dos sete genes - uma proteína chamada VP30, que é crucial para a replicação, substituindo-o por um gene marcador.
Modificado desta forma, o Ebola só pode ser mantido dentro de células geneticamente alteradas para expressar VP30 -, como as células renais do macaco. Estes vírus se assemelham ao verdadeiro EBOVs selvagem, em termos do seu ciclo de vida, da estrutura e do crescimento das células. Mas eles não podem prosperar especialmente concebido fora desses núcleos, de modo não-infecciosos.
Os pesquisadores estão incubando o vírus novo em células humanas. Tudo indica que ele não poderia pegar o gene para produzir VP30 das células do macaco, o seu hospedeiro.

Sistema seguro

"É um sistema muito agradável, porque é seguro", diz Elke Mühlberger, um perito da Phillips Universidade de Marburg, na Alemanha. "Sem esta proteína, que não existe, o vírus morre", ressaltou.
"Na verdade, é segura mas tem limitações: não pode ser utilizada em modelos animais, por exemplo, porque ela não pode infectar um animal vivo", diz Mühlberger, ao estudar o vírus em testes compostos antivirais. O VP30-menos Ebola também tem potencial como uma vacina, embora isto não tenha sido ainda testado. (Fonte: Nature)

by Gustavo Ferrari