segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A felicidade


A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor; Brilha tranquila, depois de leve oscila e cai como uma lágrima de amor.

A felicidade é como a pluma, que o vento vai levando pelo ar: voa tão leve, mas tem a vida breve. Precisa que haja vento sem parar.

A minha felicidade está sonhando, nos olhos da minha namorada. É como esta noite passando, passando, em busca da madrugada.

Falem baixo, por favor... pra que ela acorde alegre como o dia, oferecendo beijos de amor.

(Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Efeito H1N1

Aldo V. Silva/Secretários 'apertam' Guga após coletiva
Desde a última segunda-feira (10), o jornal Cruzeiro do Sul, de Sorocaba/SP, tem cruzado dados coletados junto a duas funerárias da cidade, hospitais públicos, privados e cartórios de Registro Civil, para informar a população da cidade sobre os casos "reais" de pessoas que morreram com sintomas da gripe suína.

Na terça-feira (11), o Cruzeiro publicou a reportagem 'Homem de 27 anos morre com sintomas em Sorocaba'. Segue o texto: M.G.M., de 27 anos, morreu ontem à tarde, por volta das 14h25, com influenza não-específica, insuficiência respiratória aguda, choque séptico (infecção generalizada) e broncopneumonia. Ele estava internado desde sábado (8) no Hospital Samaritano.

Há informações de médicos que teriam atendido um paciente, com suspeita da nova gripe, no mesmo hospital, neste final de semana. São profissionais que participaram, ontem à noite, de uma assembleia do Sindicato dos Médicos de Sorocaba e Região (Simesul). Eles também disseram que houve outra morte suspeita pelo vírus da gripe suína no Hospital Regional. Já o secretário da Saúde (SES), Milton Palma, declarou, por telefone ao Cruzeiro do Sul, “desconhecer” os dois casos.

5 mortes

Na quarta-feira (12), o Cruzeiro manchetou a reportagem 'Cidade tem cinco mortes com sintomas da doença'. O texto, assinado pelo idealizador deste blog e pelo jornalista Leandro Nogueira, mostra que cinco pessoas foram enterradas na cidade em decorrência de mortes provocadas por sintomas semelhantes aos da gripe suína.

Segue o texto: Mais cinco pessoas morreram em hospitais sorocabanos, ontem, com sintomas provocados pela nova gripe, também chamada de suína. Dois estavam internados na Santa Casa, um no Hospital Samaritano, um na Unimed e outro no Hospital Modelo.

Preocupados com a possibilidade dos corpos estarem com o vírus Influenza A (H1N1), as funerárias começam a enterrar em caixões lacrados. As vítimas são uma criança com quatro anos de idade (confirmado pelo Adolfo Lutz) e jovens entre 17 e 25 anos, uma delas grávida. Faleceram com os sintomas: broncopneumonia, sepse, falência múltipla de órgãos, síndrome da angústia respiratória do adulto, insuficiência respiratória e pneumonia. Todos morreram antes de completar uma semana de internação.

A grávida E.C.M., 24 anos, morreu ontem às 12h45 de falência múltipla de órgãos e sepse. A menor D.M.P.O., 17 anos, faleceu às 10h45 de sepse, broncopneumonia e comunicação intraventricular, ambos os casos na Santa Casa. No Hospital Modelo, V.B.M.M., 25 anos, faleceu às 9h40 do dia 10 com broncopneumonia, falência múltipla dos órgãos, sepse grave, síndrome da angústia respiratória do adulto e infecção viral. Outra menor, N.O., 17 anos, morreu no Hospital da Unimed devido a complicações causadas por insuficiência respiratória, sepse e pneumonia. Por motivos de segurança, foi seguido o protocolo do Ministério da Saúde para o enterro com caixão lacrado em caso suspeito.

O vendedor de uma concessionária de veículos em Sorocaba, M.G.M., 27 anos, cuja morte ocorreu na segunda-feira, no Hospital Samaritano, por sintomas da gripe, foi o primeiro caso de enterro com caixão lacrado.

A Secretaria da Saúde de Sorocaba, por meio da Vigilância Epidemiológica, divulga que a vítima residia em Votorantim. "Não temos óbitos confirmados de H1N1 em Sorocaba", disse o secretário da Saúde, Milton Palma.

"Recentemente tivemos um caso confirmado pela doença e todos os contatos fornecidos pelo paciente não existem. Em vários outros casos os telefones estavam incorretos e precisamos fazer visita domiciliar para comunicar resultado de exame aos pacientes e orientá-los", informou a diretora da Saúde Coletiva, Consuelo Matiello.

A Secretaria da Saúde (SES) informa que caso seja oficialmente diagnosticada a doença de algum óbito pelo Instituto Adolfo Lutz a SES informará imediatamente a imprensa. Durante entrevista na noite de ontem, Palma disse que avalia possibilidade de coletiva à imprensa com infectologistas do câmpus local da Faculdade de Medicina da PUC.

A Unimed informou que uma paciente foi internada em isolamento com suspeita da nova gripe na tarde de ontem com quadro clínico de pneumonia. Um outro caso informado pela Vigilância Epidemiológica de Capela do Alto encontra-se no Hospital Modelo, em Sorocaba. Trata-se de uma gestante com 22 anos, no quarto mês de gravidez, com suspeita da gripe, cujo resultados do exame no Instituto Adolfo Lutz são aguardados para o final de semana. Além desse caso suspeito, a VE de Capela do Alto continua monitorando outros 21 casos, todos apresentando quadro gripal, sem complicações.

20 mortes

No mesmo dia, o jornal listou, por meio dos dados cruzados mencionados no começo do texto, 20 casos semelhantes, que ocorreram em Sorocaba a partir do mês de junho. Leia abaixo:

Pelo menos outros 20 pacientes de Sorocaba e região morreram internados em hospitais da cidade por doenças respiratórias desde o final de junho. Todos apresentavam algum sintoma da nova gripe, como pneumonia, broncopneomonia ou insuficiência respiratória.

Os que residiam em Sorocaba eram M.A.R., 53 anos, falecido em 30/07, no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS); S.K.H.S., 53 anos, morreu em 17/07, no CHS; E.S.S., 57 anos, 15/07, CHS; F.H.B.G., 21 anos, 03/07, Unimed; D.R.L., 45 anos, 01/08, CHS; G.J.B., 58 anos, 28/07, CHS; T.P.; 21 anos, 02/08, CHS; M.A.R.; 53 anos, 30/07, CHS; M.O.R., 55 anos, 27/06, Unimed.

Os pacientes de outras cidades que morreram internados em Sorocaba foram: R.S.S., de Votorantim, 53 anos, 30/07, no CHS; A.B.A., Votorantim, 45 anos, 28/07, CHS; V.C.S., 18 anos, 01/08, CHS; D.R.F., de Guapiara, 40 anos, 29/07, CHS; F.M.C., de Guapiara, 35 anos, 25/07, CHS; A.A.S., de Guapiara, 37 anos, 05/07, CHS; V.M.A., de Angatuba, 68 anos, 21/07, no CHS; M.M., de Jacupiranga, 38 anos, 16/07, CHS; A.G.M.O., Mairinque, 62 anos, 13/07, CHS; M.O.M., Itapetininga, 55 anos, 09/07, CHS; R.M.S.M., de Itapetininga, 37 anos, 25/07, CHS.

Ainda no mesmo dia, ou seja, na quarta-feira, a Secretaria de Estado da Saúde confirmou a morte de um adolescente com o vírus Influenza A (H1N1), na região de Sorocaba. A nota oficial não especificou a cidade onde residia a vítima. Informou, apenas, que o paciente, de 16 anos, morreu entre o dia 18 de julho e 10 de agosto.

CHS contesta

Na quinta-feira (13), o Cruzeiro publicou uma série de reportagens, algumas contestadas pela Secretaria da Saúde de Sorocaba e também pelo próprio Governo de Estado. Segue o texto abaixo:

O diretor técnico de departamento, Ricardo José Salim, e a coordenadora do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), Rosana Maria Paiva dos Anjos, contestaram a reportagem publicada ontem pelo Cruzeiro do Sul, que aponta que ao menos 20 pessoas morreram devido a complicações respiratórias em Sorocaba desde o final de junho, dezoito delas no Hospital Regional.

Por meio de nota, via assessoria de imprensa, os dois alegam que o CHS “não foi consultado” para verificação das informações publicadas. E acrescentam: “Esclarecemos que no CHS não ocorreu nenhum óbito ocasionado pela Gripe H1N1 até a presente data, conforme supervisão direta realizada pelo Centro de Vigilância Epidemiológica Regional e pela Secretaria do Estado da Saúde. Ressaltamos que dos dezoito pacientes mencionados, seis não constam em nossos registros de internação. Entendemos que ao ser publicado que 'todos apresentavam algum sintoma da nova gripe' a população pode questionar a autenticidade dos diagnósticos realizados. Portanto, solicitamos esclarecimento sobre essa questão”.

A reportagem não obteve êxito ao tentar contato com os diretores do CHS, nem com a Secretaria do Estado da Saúde, no início da noite de ontem. Apesar da direção afirmar não ter registro de todas as internações, os médicos que atestaram os 18 óbitos foram: Alexsandro Sordi Libardoni, Ana Paula Okada, Antônio Carlos Correa, Edson Shitara, Frederico Rocha, Glauber Campos Souza, José Eduardo Amaral Campos, José Mauro Cafundó Moraes, Nélson Brancaccio dos Santos, Orlando Fermozelli Júnior, Otávio Ayres da Silva Neto, Pâmela Daniela da Silva Messula, Pedro Luiz Luarez e Wélson Santos.

MP acionado

No mesmo dia, porém à tarde, o principal vereador de oposição de Sorocaba, Francisco França da Silva (PT), acionou o Ministério Público (MP), para que tomasse providências em relação aos casos que supostamente estavam sendo 'maquiados' na cidade.

Veja o texto publicado pelo jornal na edição de quinta-feira (13): Na representação, os advogados do parlamentar, que incluíram como réus o prefeito Vitor Lippi (PSDB) e o secretário municipal de Saúde, Milton Palma, pedem ao MP para investigue quais são os procedimentos adotados pela municipalidade no sentido verificar os casos suspeitos e divulgá-los à imprensa e à população.

O vereador acusa da existência de indícios de que o Poder Público está se resguardando, consequentemente, omitindo informações importantes para a população.

Cita, como exemplo, reportagens publicadas na imprensa local que, segundo ele, demonstram que há contradições nas informações prestadas pela Prefeitura, visto que o secretário da Saúde, Milton Palma, disse na segunda-feira ao Cruzeiro do Sul que não havia o registro de mortes na cidade confirmadas causadas pela gripe suína. No mesmo dia, a diretora da Saúde Coletiva, Consuelo Matiello, ainda segundo o vereador, declarou ao jornal que 'recentemente' teve um caso confirmado pela doença.

Editorial

Ainda na quinta-feira, o Cruzeiro publicou o editorial 'Contradições sobre a gripe'. Leia abaixo:

Na mesma semana em que a cidade de Cascavel, no Paraná, proibiu temporariamente o funcionamento de cinemas, shoppings e casas noturnas, para prevenir a propagação do vírus causador da gripe suína, as escolas de Ensino Fundamental e Médio de Sorocaba começaram a retomar as aulas (as particulares já voltaram na segunda-feira, dia 10, e as públicas devem retornar na próxima segunda, 17), depois de prolongar as férias por uma ou duas semanas.

Quem tem razão? Quem tenta evitar reuniões em lugares fechados, por acreditar que o pior da epidemia de gripe suína ainda não passou, ou quem levanta as restrições à convivência de crianças e adolescentes em sala de aula, por acreditar que “o tempo já esquentou” e o risco de contágio agora é menor?

O mapa das mortes oficiais causadas pela gripe suína mostra que os Estados mais atingidos são os do Sul e Sudeste, onde o frio é intenso nesta época do ano. Segundo boletim divulgado na terça-feira, 11, pelo Ministério da Saúde, São Paulo segue à frente de todo o Brasil com 75 vítimas fatais, seguido por Rio Grande do Sul (44), Paraná (42), Rio de Janeiro (24) e Santa Catarina - a exceção que confirma a regra -, com três óbitos.

Em contrapartida, Minas, Bahia, Pernambuco e Paraíba registraram até agora - oficialmente, ao menos -apenas uma morte cada um. E, para o restante dos Estados, todos eles localizados acima do Trópico de Capricórnio, o Influenza A(H1N1) ainda é quase uma abstração, conhecida mais pelo noticiário da TV do que por parentes ou conhecidos que o tenham apanhado.

Para os paulistas, que sentiram a temperatura aumentar alguns graus nos últimos dias, a volta às aulas ainda é motivo de ansiedade - como, por sinal, tudo o que diz respeito à gripe. Contribuem para esse clima as próprias decisões dos governos federal, estaduais e municipais, flagrantemente contraditórias entre si.

Há poucos dias, os governos do Rio de Janeiro e Minas Gerais dispensaram as servidoras grávidas que trabalham no atendimento ao público, para evitar riscos a elas e aos bebês. Nesta semana, como está noticiado em outra parte desta edição, as visitas de familiares a presidiários em São Paulo estão sendo suspensas. Não soa incoerente que, enquanto medidas profiláticas são tomadas por um lado, por outro se prepare a volta às aulas, como se o risco de contágio em sala de aula fosse apenas uma possibilidade remota?

É uma questão sobre a qual as autoridades da Saúde e da Educação em São Paulo devem refletir, no pouco tempo que resta antes da segunda-feira. Mais que isso: as autoridades precisam passar em revista suas políticas de comunicação sob a ótica da transparência e do direito dos cidadãos a receber informações claras, precisas e abrangentes.

Estratégias diferenciadas de divulgação dos balanços da gripe (número de casos suspeitos, contágios confirmados, etc.) têm dado margem justamente ao oposto do que pretendem evitar: o receio (para não dizer, o pânico) da população. Nos últimos dias, correntes de e-mails com informações alarmistas sobre um suposto “descontrole” dos casos da gripe têm sido enviadas às milhares para os internautas, levando muitos a acreditar que a situação é bem mais grave do que as autoridades divulgam.

Talvez as dificuldades para levantar informações sobre a epidemia, vivenciadas diariamente pela imprensa, expliquem o porquê de essas mensagens não serem rejeitadas de pronto, como boatos que são. Os repórteres que trabalham na cobertura da gripe reclamam de dificuldades enormes para checar as informações. Algumas autoridades agem como se tivessem uma responsabilidade messiânica sobre os fatos, e acabam perdendo excelentes oportunidades de manter a população calma, precavida e bem informada.

Achar a atitude correta, a postura ideal na tomada de decisões e nas informações transmitidas é o desafio - em sua essência, vital - para todos os que lidam com o assunto.

2 casos por dia

Na mesma quinta, o Cruzeiro manchetou: 'Dois casos são confirmados por dia na cidade'. Veja abaixo o texto:

Nos primeiros 12 dias de agosto foram confirmados, por exames do Instituto Adolfo Lutz, 22 novos casos de pessoas infectadas pelo vírus Influenza A (H1N1) em Sorocaba, uma média de quase 2 por dia.

A informação da Vigilância Epidemiológica (VE) é que todos apresentaram os primeiros sintomas entre os dias 1º e 5 de agosto. Mas a doença deve atingir muito mais gente, já que apenas são submetidos aos exames laboratoriais que diagnosticam a doença os pacientes com sintomas graves que necessitam de internação.

O boletim da VE divulgado, no final da tarde de ontem, pela Secretaria da Saúde, informa que das 195 notificações em Sorocaba desde maio, foram confirmados 60 (30,8%) casos, dois deles continuavam internados ontem, enquanto os demais haviam tido alta.

No total, foram um caso em maio, dois em junho, 35 em julho e 22 em agosto. Durante esse mesmo período, 67 (34,3%) casos suspeitos foram descartados. Ainda, pelo boletim oficial da VE, 68 (34,9%) casos suspeitos aguardam resultados de exames.

Morte 'oficial'

Nesta sexta-feira (14), o Cruzeiro publica: 'Gestante é a 1ª vítima fatal em Sorocaba'. A Secretaria da Saúde de Sorocaba confirmou, às 18h de ontem, o primeiro óbito de pessoa infectada pelo vírus A/H1N1 na cidade, por meio de resultado de exame emitido pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo. O anúncio foi feito à imprensa pelo secretário Milton Palma, em entrevista coletiva.

A vítima é uma mulher de 24 anos que faleceu na segunda-feira, dia 10. Ela fazia parte do grupo de risco da doença, pois havia dado à luz recentemente. O parto foi no dia 3 de agosto, na cidade de Pilar do Sul, mas a paciente era residente em Sorocaba e retornou à cidade logo após o nascimento do bebê. A criança passa bem.

Segundo dados da Vigilância Epidemiológica, a primeira manifestação de sintomas ocorreu no dia 6 e a mulher foi internada no mesmo dia na Santa Casa de Sorocaba. "Recebeu a medicação específica dentro do prazo previsto, teve toda a assistência, mas tinha um fator de risco e evoluiu com gravidade", salientou o secretário da Saúde, Milton Palma.

Até a presente data Sorocaba tem dois outros óbitos com suspeita da doença aguardando resultado de exames do Instituto Adolfo Lutz.

A Secretaria da Saúde informou, ainda, que a partir desta sexta-feira passará a divulgar boletins duas vezes por semana, com os dados atualizados sobre a gripe causada pelo vírus Influenza A/H1N1 na cidade. Os boletins serão divulgados às terças e sextas-feiras.

Se houver confirmação oficial de óbito, por meio de resultado de exame, esta divulgação será feita independente do dia, por meio de nota enviada a toda a imprensa.

80 shows cancelados

Durante a coletiva de imprensa realizada no final da tarde de ontem, o prefeito em exercício, José Ailton Ribeiro, informou o cancelamento de mais de 80 apresentações culturais que aconteceriam na cidade, neste final de semana, em comemoração ao aniversário de 355 anos de Sorocaba.

"A decisão tem o objetivo de prevenir a disseminação do vírus Influenza A (H1N1), causador da nova gripe, também conhecida como 'suína'. Até o dia 23 de agosto, nenhum local de responsabilidade do Governo Municipal receberá qualquer tipo de evento que implique a aglomeração de pessoas", enfatizou o prefeito.

Buscamos as informações verdadeiras. Apenas isso, sempre!

by Gustavo Ferrari

Fumaça, que nada!

Reprodução/Cover art do projeto
Completa-se, hoje, uma semana da lei antifumo no Estado de São Paulo, que restringe o uso do cigarro em locais fechados.

Sendo assim, diversos cinzeiros de bares, restaurantes, casas noturnas, entre outros, ficaram obsoletos. O projeto 'Era uma vez um cinzeiro' (www.eraumavezumcinzeiro.com.br), propõe transformar os objetos que estão sem utilidade em peças artísticas.

Dessa forma, os cinzeiros recolhidos pelo grupo LCD (coletivo experimental da Agência Loducca) serão entregues a renomados artistas (fotógrafos, artistas plásticos, pintores, estilistas), que irão transformá-los em arte, seja ela qual for.

Os estabelecimentos que já doaram seus cinzeiros foram: Dom, Due Cuochi, Piselli, Fasano, Vegas, Sonique e o Rubaiyat.

Na lista de artistas que aderiram ao projeto estão de Vik Muniz aos estilistas Alexandre Herchcovitch e Jack Vartanian, passando pelo fotógrafo Bob Wolfenson e o escritório de arquitetura Triptyque.

Todas as obras expostas estarão à venda nos estabelecimentos citados e o dinheiro arrecadado será doado à Fundação do Câncer.

"O intuito do projeto é aproveitar a causa e ajudar a fundação”, diz Guga Ketzer, sócio e Diretor de Criação da Loducca. "Uma obra de arte pode ser um jeito muito interessante de conscientizar as pessoas sobre a questão de fumar. E ainda mais com o olhar de artistas tão importantes quanto os que estão com a gente nesse projeto", ressalta.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O reconhecimento do jornalismo investigativo

Reprodução: twitter na Abraji
Parabéns ao jornal Cruzeiro do Sul pela esclarecedora matéria do Caderno de Domingo (19/07), intitulada 'Caminhos do Quarto Poder', sob a competente reportagem do jornalista Marcelo Andrade.

Foi uma grata oportunidade em conhecer melhor a importância dessa ferramenta, sobre tudo, a forma profissional, ética, responsável e imparcial que deve nortear as atividades dos meios de comunicação que atuam com o jornalismo investigativo.

O comprometimento com a verdade sobre as informações de interesse e domínio público deve permear a lisura permanente no desenvolvimento das atividades profissionais, contribuindo na construção de uma democracia que possibilite à comunidade o exercício de 'cidadania plena', doa a quem doer...

Por fim, parabéns a todos os profissionais da imprensa sorocabana, em especial, nas pessoas dos profissionais do JCS, Eugênio Araújo, Gustavo Ferrari e Leandro Nogueira, que muito bem representaram a capacidade e competência dos 'caipiras do interior' no 4º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), realizado nos dias 09 a 11 de julho, na Universidade Anhembi-Morumbi, em São Paulo.

Viva a liberdade de imprensa!

by Sérgio Ponciano de Oliveira, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorocaba (SSPMS)

O jornalismo pede passagem

Gustavo Ferrari durante palestra no congresso da Abraji
Na semana passada, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), acuado por denúncias de irregularidades - diga-se de passagem, graves o suficiente para que o colega de partido e correligionário Pedro Simon (RS) defendesse abertamente seu afastamento -, subiu à tribuna para fazer um desabafo que já se tornou clichê em casos assim.

Para Sarney, o tsunami de escândalos que o tem atingido - e que outro senador peemedebista, Álvaro Dias (PR), definiu como uma tragédia ética que se abate sobre o Senado -, não passa de uma campanha pessoal movida pelo jornal O Estado de S. Paulo, que os demais veículos de imprensa acabam repercutindo.

Mesmo sem querer, Sarney tirou o chapéu para a qualidade do jornalismo investigativo praticado em relação ao Senado e à sua pessoa. Fossem efetivamente mentirosas as denúncias, o senador pelo Amapá subiria à tribuna com documentos e provas para demonstrar cabalmente sua inocência.

Político veterano com passagem pelo cargo mais alto do país, Sarney deveria saber que só ataca o jornal quem não consegue responder aquilo que o jornal publica. Tentativas de tapar o sol da informação com a peneira da campanha movida pela imprensa funcionam, na prática, como uma confissão implícita de que as acusações são irrespondíveis. Na falta de argumentos para rebatê-las é que se apela para a desqualificação de quem as veiculou.

As descobertas de irregularidades praticadas pelo Senado não teriam existido sem um jornalismo competente, marcado pela independência em relação aos ocupantes do poder e pelo compromisso ético com a população à qual a imprensa se dispõe a servir. Esse jornalismo é, ainda, pedra rara no garimpo da imprensa.

Embora a expressão jornalismo investigativo pareça um pleonasmo - é impossível imaginar uma forma de jornalismo que prescinda da investigação -, a verdade é que nem tudo o que se publica ou se leva ao ar é feito com profundidade, abrangência, conhecimento e capacidade de desconfiar.

O jornalismo burocrático e de serviços, que se contenta em reproduzir press-releases e fazer a cobertura da agenda mais superficial de cada dia, fez escola no Brasil e afastou leitores dos jornais impressos nos últimos anos.

Erick Pinheiro/Guga fala sobre o case 'Trabalho Infantil'


Não é uma coincidência que o jornalismo investigativo, assim como o bom texto e a reportagem de fôlego, voltem a ser valorizados ao final de um tempo de imediatismos e concepções distorcidas, em que as notícias encolheram em tamanho e profundidade.

No novo cenário da imprensa mundial, a internet pulverizou a informação de tal forma que se tornou impossível competir pela preferência dos leitores apenas com serviços e coberturas pontuais. Ninguém pagará para ter esse tipo de material, disponível em profusão na web.

A briga pela liderança entre os órgãos de imprensa, sejam eles impressos, eletrônicos ou on-line, depende cada vez mais do material exclusivo, da reportagem bem apurada, do texto bem escrito e, principalmente, da credibilidade de quem informa - coisas que não se encontra com facilidade por aí.

Este jornal fica feliz por constatar que está absolutamente sintonizado com essa visão moderna e democrática de jornalismo, ao colocar entre suas prioridades a lavra de informações exclusivas, sem descuidar dos princípios éticos, da qualidade da informação e da independência editorial.

Um resultado palpável dessa postura foi colhido recentemente, com a participação de dois repórteres desta casa, Gustavo Ferrari e Leandro Nogueira, como expositores, no 4º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) entre os dias 9 e 11 de julho, em São Paulo.

O convite para que os profissionais participassem do evento mais importante do jornalismo investigativo no Brasil, expondo reportagens publicadas neste jornal, é um reconhecimento ao esforço de nossa equipe e aos valores que orientam o jornalismo praticado pelo Cruzeiro do Sul, de Sorocaba (SP), além de um estímulo para que procuremos melhorar cada vez mais.

Editorial do jornal Cruzeiro do Sul, de 21 de julho de 2009

A pedofilia e a relação com a internet

Fotomontagem: Gustavo Ferrari
O Código Penal brasileiro contempla uma variada possibilidade de violações e crimes contra as pessoas, como estupro, infanticídio, homicídio, dentre outros. Entretanto, uma modalidade grave não consta entre as previstas e sua ocorrência suscita elevada preocupação: a pedofilia.

Na agenda do dia constam debates infindáveis sobre a descriminalização da maconha, a autorização do aborto, a redução da maioridade penal, a eutanásia, etc. E sobre a pedofilia os olhares parecem ser furtivos, pois, até tramitam alguns projetos, porém, nada de efetivo. Nem uma singela linha consta no ordenamento penal nacional.

O Brasil ainda caminha em passos lentos no que tange ao combate à pedofilia. E para agravar ainda mais a questão, a tecnologia possibilita o aprimoramento de meios cada vez mais insidiosos sobre o tema que sobrepujam a inércia do legislador e atentam contra as crianças brasileiras.

Em tempos de globalização e descarte tecnológico, o maior aliado do pedófilo se tornou o computador, mais especificamente a internet.

Pessoas que mascaram sua identidade e criam um perfil falso com o interesse de atrair crianças para exercer sua demência, e como subterfúgio criam meios que ofertam propostas de trabalho como modelo, fotos artísticas, dentre outras, quando, na verdade, se tratam de joguetes para abuso infantil e pedofilia.

Nesse diapasão temos a produção de vídeos com crianças fazendo cenas que muitas vezes nem sabem do que se trata, mas são configuradas como pornografia infantil. O menor, constrangido, não sabe se o que foi feito é certo ou não e os danos psicológicos causados podem ser detectados somente muito tempo depois.

O comércio desse material na internet propaga ainda mais a pedofilia, pois, quem compra e assiste online também pratica o evento danoso. Mas como responsabilizar o emissor e o receptor se a lei é falha, ou melhor, inexistente?

Com a tecnologia é relativamente fácil um pedófilo forjar endereços ip falsos para assistir e fabricar material advindo de pedofilia. E nada obsta que o passo seguinte seja o oferecimento pessoal a menores de idade.

A dificuldade do enfrentamento reside na variada possibilidade de camuflar o delito, pois como provar que um maníaco se masturbou ante a uma criança através de um chat? Como rastrear um vídeo de uma criança sendo tocada nas partes íntimas por um adulto, se o site tem origem inexistente, ou melhor, dados falsos?

Na agenda do dia deve conter como debate necessário o combate a essa modalidade vil e covarde de crime, porque uma criança por conta da selvageria praticada por um inconseqüente pode ter todo o seu futuro maculado. E esse deve ser o prêmio? Uma vida danificada? A juventude perdida?

by Antonio Gonçalves, advogado, mestre em Filosofia do Direito e doutorando pela PUC-SP. É especialista em Direito Penal Empresarial Europeu pela Universidade de Coimbra (Portugal), e em Criminologia Internacional: ênfase em Novas armas contra o terrorismo pelo Istituto Superiore Internazionale di Scienze Criminali, Siracusa (Itália)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Silje = Anneke?

'All You Are' é o novo clipe da banda holandesa The Gathering, single do recém-lançado 'The West Pole', com a vocalista Silje Wergeland (ex-Octavia Speratti). A voz dela é parecida com a de Anneke Van Giesbergen (ex-vocalista do grupo). Good!



by Gustavo Ferrari

domingo, 12 de julho de 2009

O dia em que segui o mestre

Conti e Talese: aplausos na Tenda dos Escritores
Gay Talese caminha apressado. Puxa a esposa, Nan, de braços dados em direção à Igreja Matriz Nossa Senhora dos Remédios, no centro histórico da histórica Paraty, Rio de Janeiro.

O calçamento irregular da cidade, formado por pedras 'pé-de-moleque', não dificulta os passos noturnos do jornalista e escritor norte-americano de 77 anos, estrela da 7.ª edição da Festa Literária Internacional (Flip).

Quatro minutos foi o tempo que levou da pousada onde estava hospedado ao assento localizado na segunda fileira de bancos à direita da entrada principal. Não perderia, às 20h30, uma seleção de Choros, que incluía Pixinguinha, Benedito Lacerda e Ernesto Nazareth, executados pelo quinteto Kaleidos.

"O importante para um repórter é vivenciar fatos, presenciar fatos, contar fatos. Repórter precisa contar o que vê", ensina.


Painel = Bandeira

A maratona de Talese, no penúltimo dia da festa, começou cedo. Logo pela manhã, recebeu repórteres e estudantes na porta da Pousada Ouro. Sugeriu dicas, deu orientações, contou curiosidades da carreira e deixou um recado: "Escrever não é um jogo de produtividade, mas de qualidade, de algo que se possa ler com o passar do tempo e que continue relevante". O mestre do 'new journalism' foi aplaudido.

Duas horas antes da mesa 'Fama e Anonimato' começar,- que traria o editor da revista Piauí, Mario Sergio Conti, fazendo perguntas a Talese -, fãs do escritor, autor de livros como 'A Mulher do Próximo', 'Honra Teu Pa' e 'O Reino e o Poder - Uma história do The New York Times', buscavam ingressos remanescentes para assistir a apresentação na Tenda dos Autores.


Essa cena fez-me lembrar o Slava

Diferentemente dos anônimos, atrizes globais como Cissa Guimarães, Malu Mader, Regina Casé e Betty Gofman não enfrentaram filas: tinham lugares reservados nas principais cadeiras. O mesmo aconteceu com o humorista Claudio Manoel, interprete do personagem 'Seu Creysson', do também global Casseta e Planeta, e a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia.

Anônimos

Vestindo um terno creme alinhado, com colete impecável e gravata amarela,- o segundo conjunto do dia -, Talese respondeu aos questionamentos de Conti por uma hora. Narrou fatos que marcaram a sua vida enquanto repórter das revistas Esquire, The New Yorker e do jornal The New York Times.


Talese autografa diversos livros

"Procuro a integridade em meus textos. Sou um observador acima de tudo", disse, logo no início, após responder a primeira pergunta de Conti, sobre o fato de ser filho de pais italianos, que cultuavam o ditador Benito Mussolini, mas viviam em Nova Jersey, Estados Unidos, um país contrário aos ideais italianos na Segunda Guerra Mundial.

"Meu pai era alfaiate e minha mãe o ajudava na loja que tinha. Vendia roupas. Aproveitei a infância para ouvir histórias contadas pelas clientes que lá estiveram, pois meu quarto ficava no segundo andar dessa loja. Meus pais eram diferentes durante o dia e a noite: na loja, eram a favor dos americanos, mas, em casa, eram totalmente italianos. Só falavam em italiano", ressaltou, lembrando: "Foi assim que descobri o valor do depoimento de pessoas anônimas, referindo-se às clientes que frequentavam a loja. São as pessoas anônimas que contam histórias verdadeiras".

Escritor de vidas

Na 7.ª edição da Flip, Talese trouxe ao Brasil sua recente obra: 'Vida de Escritor'. Nela, o jornalista, conforme conversa com Conti, descreve fatos que marcaram a carreira.


Tenda dos Autores vista à noite

"Já escrevi sobre variados temas: sexo, máfia, jornalismo, Frank Sinatra, Mohammed Ali, futebol, uma mulher que cortou o pênis do marido... às vezes, notícias são muito óbvias. Sou um defensor da não-ficção".

Em 'Honra Teu Pai', publicado em 1971, o escritor conta como foi reproduzir a história da máfia americana da família Bonanno. "Levo anos para conhecer as pessoas. Em média, demoro dez anos para escrever um livro. Bill Bonanno confiou a sua história em mim e nunca fiz algo que traísse essa confiança. Tudo o que ele descreveu, reproduzi com fidelidade. Essa quebra nunca pode existir".

A Conti, Talese expôs a reportagem que fez sobre a mulher que cortou o pênis do marido, John Wayne, então fuzileiro naval, e que acabou sendo recusada por uma editora.

"Quando recebi a informação fui atrás da tal mulher, Lorena Bobbitt. O problema é que, para chegar-se até ela, tive que procurar um agente, porque a mulher havia se transformado em celebridade. Passei meses apurando essa história, que acabou não sendo publicada". No início de carreira, completou o jornalista, diversos textos que escrevera foram recusados.


Constrangimento

Festa literária 'assusta'

Na última pergunta ao jornalista, Conti quis saber sobre o livro que Talese está escrevendo, em referência aos 50 anos do próprio casamento.

Fez uma indagação, questionando se o autor não iria expor a mais humilhações a esposa Nan, como o fizera em 'A Mulher do Próximo', de 1980, quando passou a frequentar bordéis para escrever sobre o tema 'prostituição'.

Incomodado com a questão, o escritor foi direto: "A abordagem desses assuntos é uma coisa complicada. Espero tratá-la com 'decência' e 'fidelidade'. Isso é tudo que tenho a dizer". Novamente recebeu aplausos.


Aglomeração: Tenda dos Autores

Com a mesma elegância e pose que tivera durante a entrevista com o editor da Piauí, Talese deslocou-se para a Tenda dos Autógrafos, local que o esperava para retribuir o carinho recebido na cidade histórica. Filas se formaram em busca de sua assinatura.

Em seu penúltimo compromisso do dia, o jornalista e escritor autografou livro por livro, sorriu para fotos, posou ao lado dos fãs. Em meio a um ou outro gole de água, voltava a sorrir. Transpirava felicidade. O suor que escorria à lapela do paletó parecia não incomodá-lo.


Talese e Nan rumam à igreja

Incansável, Talese,- que para a média de público presente à Flip, com faixa etária entre 30 e 40 anos, parecia um 'papai/vovô' -, se divertia com a situação.

Antes de seguir rumo à igreja, para assistir a seleção de Choros do quinteto Kaleidos, precisava voltar à pousada. Era a última troca de terno do dia.




by Gustavo Ferrari

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Paraty


Pedras na rua, águas turvas;
Sol que se põe e se opõe a encantos;
Tarde bela, maciça, rica...
Devaneio que estabelece segurança.

Sombra, mar, vento;
Riqueza histórica, tombada;
Caminhos que se cruzam, esquinas...
Macro poesia.

Leitura que traz o mundo;
Escritores de uma ilusão...
Sabedoria no ar, pureza total;
Encontros que não se esquecem.

Paraty em chamas, cinco dias;
Livros, poetas, autores...
Luzes baixas, velas, música;
Inteligência que contagia.

Cansaço tolerável, instantâneo;
Seiva que emana alegria;
Conteúdo que atrai...
Assim quis o destino.

by Gustavo Ferrari

Journalism by Talese


"Todos os jornalistas deveriam se preocupar com a precisão. O bom jornalismo são os fatos apenas."

"Bom jornalismo é contar histórias e transformar imagem em palavras."

"Quando eu estava na redação, há 40 anos, éramos outsiders. Hoje, temos o mesmo nível das pessoas que estão no poder."

"Esquecemos o principal: contar a verdade, lembrando-se que ninguém conta a nós a verdade completa."

"O que escrevi para blogs atualmente foi motivado pelo mesmo de 50 anos atrás, em minha primeira matéria."

"Ninguém desafia o governo hoje."

"Não creio ser necessário diploma para jornalismo. Curiosidade não se ensina na faculdade."

"No começo, cobria esportes, mas não me interessava o placar; me interessavam os atletas e as pessoas em torno deles."

"Escrever simples é difícil."

"Nunca criei histórias, eu observo tempo o bastante para escrever tão bem como se fosse ficção."

"A imprensa foi irresponsável com Michael Jackson, não provou as acusações de abuso e agora o trata como santo."

"É preciso haver confiança do entrevistado e conquistá-la é um processo lento como um namoro."

"Há muitas experiências a descobrir se vocês abandonarem os laptops e explorarem as situações no local."

from Twitter: @gaytalese_masp

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Dá-lhe Votoraty

Gustavo Ferrari/Carlos Pivetta
Com o Leão de Ribeirão Preto no comando, o Tigre de Votorantim levou apenas cinco meses para subir da A3 para a A2. Diante de 2.249 pagantes, que compareceram ao Estádio Domenico Paolo Metidieri, o Votoraty venceu o Osvaldo Cruz por 4 a 1, e conquistou o acesso à tão sonhada Série A2 do Campeonato Paulista. O prefeito da cidade, Carlos Augusto Pivetta (foto), acompanhou o jogo de perto, no alambrado.

O triunfo faz o clube devolver à cidade a possibilidade de disputar a segunda divisão após 57 anos e, de quebra, leva a equipe do técnico Fernando Diniz à final contra o Grêmio Osasco amanhã.

Em um confronto aguerrido, o time votorantinense dominou praticamente toda a partida e deixou o Osvaldo Cruz encurralado no próprio campo de defesa. Aos 9, Rodolfo cobrou falta pelo lado esquerdo e Edinei, escorando de cabeça, no canto esquerdo de Thiago Gaúcho, abriu o placar: 1 a 0. Jairo, também de cabeça, tentou igualar a partida para o Osvaldo Cruz, mas sem sucesso.

Aos 18, Rodolfo, do Votoraty, cobrou falta com perigo. Martinho, aos 23, recebeu a bola dentro da grande área, após um belo passe de Paulo Krauss, e bateu cruzado, em cima do goleiro Thiago Gaúcho. Aos 26, o defensor Wesley, do Osvaldo Cruz, deu entrada violenta em Martinho e foi expulso pelo árbitro Rodrigo Braghetto.

Com um jogador a mais, o Votoraty seguiu sufocando o time adversário e conseguiu fazer o segundo gol. Martinho, aos 39, fez boa jogada pela direita e achou Paulo Krauss livre de marcação dentro da área do Osvaldo Cruz; com categoria, o jogador tocou por cima de Thiago Gaúcho e correu para a torcida: 2 a 0.

No segundo tempo, o Votoraty voltou a campo disposto a aumentar o placar. Aos 13, o zagueiro Anderson arrancou pelo lado esquerdo e bateu cruzado, sem direção. Aos 25, Serrano achou Marquinhos, que, pelo lado esquerdo, bateu forte no canto esquerdo de Thiago Gaúcho: 3 a 0. Dois minutos depois, Rodolfo, cobrando falta, na entrada da área, acertou o travessão do gol adversário.

O Osvaldo Cruz conseguiu descontar o resultado aos 38, após um bate-rebate dentro da área votorantinense. Naldinho, sozinho com o goleiro Juliano, tocou no canto direito: 3 a 1. Nos descontos, aos 46, o Votoraty presenteou a torcida com mais um gol. Helder penetrou a área adversária, pela direita, e tocou na saída de Thiago Gaúcho: 4 a 1. Festa em Votorantim.

by Gustavo Ferrari

Ajoelhou, reza!

Cleston Rubens/O baile funk

MC Créu, conhecido por suas músicas 'sensuais', desembarcou em Sorocaba e trouxe consigo as dançarinas 'Mulher Jaca' e 'Mulher Cereja'. O trio requebrou, pulou e mostrou o que o Rio de Janeiro tem de bom: o funk!



Cleston Rubens/Cereja



Cleston Rubens, fotógrafo experiente da noite, registrou o momento em que MC manda 'Cereja' ajoelhar e rezar. 'Jaca' só observou. E o que rolou depois? Créu, é claro!






Cleston Rubens/Jaca



Segundo Cleston, o mestre de cerimônica carioca apresentou, ao público presente, a sua nova composição: 'Posição de Ataque'. "E quem fica em posição de ataque", perguntou o fotógrafo a Créu. "É lógico que são elas!"






by Gustavo Ferrari

Resquícios de um baile funk

Cleston Rubens/Vai, vem e volta



Tudo o que sobe, desce.
O que levanta, abaixa.
O que pede, toma.
E o que fica, perdura.





by Gustavo Ferrari

Batida inconfundível!

Gustavo Ferrari/Sisters of Mercy
Sábado de frio intenso em São Paulo. Nada melhor do que uma boa música para esquentar e chacoalhar o esqueleto. Via Funchal, 22h30. No palco, os lendários do The Sisters of Mercy trouxeram o clima sombrio de Leeds (Inglaterra) para a capital paulista.

Batida sintetizada, grooveada, imortal. Culpa de 'Doktor Avalanche'. Andrew Eldritch, agora careca, Ben Christo e Chris Catalyst executaram clássicos dos anos 80. Época gótica, do Lira Paulistana à Madame Satã. Época do Hard Temple.

'Crash and Burn', a música de abertura, me fez voltar aos porões de Loughton, Manchester, Fulham. Muita glicerina no palco, luzes, lasers, distorções. E Eldritch puxando: 'Do I drive? Or am I driven? Can I brake, What I've been given? Take a walk, Turn, Talk or crash and burn'.

'Alice', 'Giving Ground' (que me deixou em transe) e 'Mariah' - o romantismo de Eldritch - ecoaram sentimentos do passado ao cenário dark e gutural que se transformou a Funchal com os ingleses. Apocalíptico.

Faltou a presença da bela Patricia Morrison em 'Dominion' e 'This Corrosion'. Seria querer demais nos dias de hoje. 'Temple of Love', a última do show, já no bis, supriu, em partes, essa ausência.

A batida do Sisters é mesmo inconfundível!



by Gustavo Ferrari