Arquivo/O Globo (1999)
O ex-estudante de medicina Mateus da Costa Meira, 34, que ficou conhecido em 3 de novembro de 1999 por matar três pessoas e ferir outras quatro ao atirar, com uma submetralhadora, em frequentadores do cinema do Shopping Morumbi, em São Paulo, durante uma sessão do filme "Clube da Luta", voltou a tentar matar no último dia 8, na Penitenciária Lemos Brito (PLB), em Salvador, segundo a Secretaria de Cidadania, Justiça e Direitos Humanos da Bahia.
Considerado preso de bom comportamento, ele foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio, na 10.ª Delegacia.
A vítima, o espanhol Francisco Vidal Lopes, 68, condenado por tráfico de drogas, foi agredido com um golpe de tesoura na cabeça.
O instrumento, usado pelos internos da PLB para trabalhos artesanais, não chegou a romper o crânio do espanhol, que foi atendido na própria unidade médica da penitenciária, onde passou por exames que não detectaram maior gravidade no ferimento.
Meira, condenado em 2004 a 110 anos e seis meses de prisão - a pena foi reduzida, em 2007, para 48 anos e nove meses de reclusão -, foi transferido da Penitenciária 2, de Tremembé, em São Paulo, para a PLB no último 27 de fevereiro, depois de a Justiça acolher pedido dos pais do atirador, que moram na capital baiana.
Em depoimento ao delegado Pedro Andrade da Silva, disse que só falaria em juízo. Já Lopes declarou desconfiar que a agressão foi motivada por um desentendimento na noite anterior, quando Meira reclamou do barulho da conversa mantida entre o espanhol e amigos.
Desde o crime, Meira está sendo mantido em isolamento, na PLB. O pai do jovem, o oftalmologista Deolino Vanderlei Meira, de 70 anos, disse que não vai comentar o episódio. (Agência Estado)