Gustavo Ferrari/Grão-mestre!
O Blog do Guga comemora, nesta data, três anos de existência.
Numa rede em que nem tudo o que é postado tem credibilidade, agradeço os 204 mil acessos - segundo o SiteMeter - de internautas que acreditam num jornalismo sério, imparcial, autêntico, investigativo e com diversa variedade de temas, que vai desde a política, polícia à cultura e o lazer.
Deixo, aqui, uma reflexão do mestre colombiano Gabriel José García Márquez, o Gabo. Um forte abraço a todos.
"Fez isso bem e por muito tempo, principalmente nos anos da guerra, quando a realidade foi mais sinistra que os pesadelos. Só ela podia decidir na hora do café da manhã o que cada um deveria fazer naquele dia, e como deveria fazê-lo, até que seus prognósticos acabaram sendo a única autoridade na casa. Seu domínio sobre a família foi absoluto: até mesmo o suspiro mais tênue dependia da sua ordem. Naqueles dias em que estive em Viena o dono da casa havia acabado de morrer, e tivera a elegância de legar a ela uma parte de suas rendas, com a única condição de que continuasse sonhando para a família até o fim de seus sonhos."
(in Me alugo para sonhar, trecho do texto extraído do livro 'Doze Contos Peregrinos', Editora Record - Rio de Janeiro, 1999, pág. 89)
domingo, 31 de outubro de 2010
sábado, 30 de outubro de 2010
'Hotel de luxo' derruba cúpula da P-2
Aldo V. Silva/Vista aérea da 'Dr. Antônio de Souza Neto'
Denúncias do Cruzeiro do Sul, sobre a existência de um 'hotel de luxo' na Penitenciária 'Dr. Antônio de Souza Neto', a P-2 de Aparecidinha - que sofreu uma 'varredura' por 40 homens do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), na manhã da segunda-feira, dia 18 -, fizeram a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) derrubar toda a diretoria da unidade prisional.
A partir de agora, Marcelo Ferroni Persike, que estava na Cadeia Pública de Americana, assume o comando do presídio. Um áudio exclusivo de quem participou da operação foi obtido pelo jornal e está disponível no site www.cruzeirodosul.inf.br. A situação criou um clima de instabilidade no gabinete do titular da SAP, Lourival Gomes.
Persike assume a vaga de Cássio Ribeiro de Campos, então diretor-geral da P-2 até os fatos virem a público. O GIR apreendeu 21 celulares, além de porções de cocaína, quantias em dinheiro, TVs de LCD, notebookes, modems 3G, DVDs, incluindo alguns de pornografia, aparelhos de MP3, diversas garrafas de coca-cola e até uma cama box no formato 'king size'. Nos computadores apreendidos, os presos acessavam sites de pornografia e pedofilia.
Um dos agentes do GIR, ouvido pelo Cruzeiro, confirmou a informação dada com exclusividade pelo jornal e repercutida durante toda a semana passada. "Os agentes carcerários estavam fazendo um caixa... cobrando uma mensalidade dos presos para usarem essa academia. Apreendemos um televisor por cela. E na maioria das celas, que têm dez presos, tinha dez televisores (corrige), sete televisores. Apreendemos uma vasta coleção de DVDs pornográficos e jogos de carteado. Chegamos a perguntar para os agentes: O que significa tudo isso aqui? Os agentes viraram para a nossa cara e disseram: Não sabemos de nada!", ressaltou um dos funcionários da SAP que atuou na operação. "Esse presídio possui presos diferenciados; presos de 'seguro', que não oferecem riscos à população. Por isso que o que vimos lá dentro foi anormal. Não era para estar assim. Só havia visto conteúdos assim em presídios dominados pelo PCC", assegurou.
Coordenador visitou unidade
O coordenador das Unidades Prisionais da Região Central, José Reinaldo da Silva, confirmou ao Cruzeiro, na tarde de ontem, a troca de toda a diretoria da P-2. Ele mesmo esteve na unidade, pessoalmente, na quinta-feira, para comprovar o material encontrado e apreendido com os internos.
Há 10 anos o local não registra tentativas de fuga ou rebelião. Muitos dos internos que lá se encontram passam o dia no regime semiaberto, trabalhando em convênios com empresas privadas, incluindo a Prefeitura de Sorocaba.
O juiz da Vara de Execuções Criminais, José Eduardo Marcondes Machado, informou ao Cruzeiro que a audiência realizada com o diretor do Centro de Detenção Provisória de Aparecidinha (CDP), Márcio Coutinho -, responsável pela coordenação do GIR -, e o então diretor-geral da P-2, Cássio Ribeiro de Campos, foi o início de um procedimento administrativo aberto para apurar as irregularidades encontradas dentro da unidade. O promotor Eduardo Francisco dos Santos Júnior acompanhou as oitivas.
Imagens da operação feitas pelo próprio GIR serão anexadas a um inquérito policial que será instaurado pela Polícia Civil. Marcondes Machado lembrou que a apuração da Vara de Execuções Criminais corre em paralelo com a da Corregedoria da SAP. O magistrado, no entanto, garantiu que Coutinho e Campos negaram, em juízo, a apreensão da cama box, dos computadores e dos televisores.
O Cruzeiro conversou, ainda, com presos que trabalham no regime semiaberto. Eles falaram que a maioria dos produtos divulgados pelo jornal "realmente estava dentro das celas". "Era tudo liberado lá. Bastava levar coca-cola, a nossa moeda de troca", revelou um deles.
O jornal tentou localizar, inclusive, algumas pessoas que postaram comentários à respeito da operação no portal on-line. Muitos dos telefones deixados como referência são inexistentes; outros, são da própria P-2. Os nomes colocados nas postagens, checados pela reportagem, não batem com a descrição do indivíduo na identificação obrigatória do portal.
Lei de Execuções Penais não é cumprida
O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) acusa a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de não cumprir, em sua integridade, a Lei de Execuções Penais (LEP).
De acordo com o presidente da entidade, João Rinaldo Machado, o sindicato "não defende" ações irregulares ou corruptas, nem compactua com a ideia de que se ofereça qualquer tipo de regalia aos detentos. "Nosso papel é defender os direitos legais dos servidores do sistema prisional. Também não concordamos com regalias aos servidores penitenciários, por isso lutamos por salários dignos e condições de trabalho. Tudo dentro da lei."
Para ele, há informações "inverídicas" sobre a realidade na Penitenciária 'Dr. Antônio de Souza Neto', a P-2 de Aparecidinha. "Não cremos que os repórteres tenham inventado tais acontecimentos, e sabemos da dificuldade em se comprovar in loco informações relativas às unidades prisionais, onde o acesso é proibido. Cremos, no entanto, que a 'fonte' utilizada para a reportagem não quis passar apenas os acontecimentos verdadeiros, e sim, de certa forma, desmoralizar não só os trabalhadores daquela unidade prisional, mas também o sistema prisional como um todo."
Machado disse que informações da própria Coordenadoria dos Estabelecimentos Prisionais da Região Central davam conta de denúncias sobre irregularidades naquela penitenciária.
A apuração de tais denúncias foi feita através de revista, com participação do GIR. "Segundo apuramos com os próprios funcionários da unidade, não foram achados notebookes, camas king size ou vários televisores de LCD nas celas."
Conforme informou ao Cruzeiro do Sul, havia um aparelho de TV LCD na unidade, localizado não em cela, mas numa área de uso comum aos detentos. "Esse aparelho de TV não entrou escondido na penitenciária. Ele ali estava autorizado pela direção da unidade prisional", ressaltou. "Para quem não sabe, o uso de aparelhos televisores normais (de tubo) também é comumente autorizado pela SAP, no número máximo de um por cela", acrescentou.
Investigações
O presidente do Sifuspesp concorda que as irregularidades encontradas na P-2 devem ser alvo de investigações feita pela Coordenadoria Central da SAP.
"Uma correta investigação sobre o caso é de interesse não apenas da sociedade e do governo, mas sobretudo dos servidores prisionais paulistas e deste sindicato, que prezam pela dignidade da profissão já tão marcada pelo preconceito dos que, por ignorância ou má-fé, não se preocupam em separar o joio do trigo."
Ele informou "que há pessoas que querem transformar o sistema prisional paulista em algo ainda pior do que já está". "Há irregularidades? Então a secretaria, seus coordenadores e seus diretores devem ser cobrados por elas. Não se pode simplesmente jogar nas costas dos funcionários todas as mazelas do sistema. Não se pode achar que 'punir por punir' resolverá os problemas das unidades prisionais. Tem que se mudar a política empregada pelo governo, que transformou a superlotação carcerária (unidades com o dobro ou até o triplo de presos além de sua capacidade) em regra e, por outro lado, não contrata o número correto de funcionários para esse trabalho. A responsabilidade nesse episódio precisa ser apurada, e os erros punidos", finalizou.
O Cruzeiro procurou, por três vezes, o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), Cícero 'Sarnei' dos Santos, para que expusesse a sua opinião sobre os fatos, principalmente sobre a atuação do GIR dentro da P-2. Porém, ele não retornou às ligações da reportagem.
by Gustavo Ferrari
Denúncias do Cruzeiro do Sul, sobre a existência de um 'hotel de luxo' na Penitenciária 'Dr. Antônio de Souza Neto', a P-2 de Aparecidinha - que sofreu uma 'varredura' por 40 homens do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), na manhã da segunda-feira, dia 18 -, fizeram a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) derrubar toda a diretoria da unidade prisional.
A partir de agora, Marcelo Ferroni Persike, que estava na Cadeia Pública de Americana, assume o comando do presídio. Um áudio exclusivo de quem participou da operação foi obtido pelo jornal e está disponível no site www.cruzeirodosul.inf.br. A situação criou um clima de instabilidade no gabinete do titular da SAP, Lourival Gomes.
Persike assume a vaga de Cássio Ribeiro de Campos, então diretor-geral da P-2 até os fatos virem a público. O GIR apreendeu 21 celulares, além de porções de cocaína, quantias em dinheiro, TVs de LCD, notebookes, modems 3G, DVDs, incluindo alguns de pornografia, aparelhos de MP3, diversas garrafas de coca-cola e até uma cama box no formato 'king size'. Nos computadores apreendidos, os presos acessavam sites de pornografia e pedofilia.
Um dos agentes do GIR, ouvido pelo Cruzeiro, confirmou a informação dada com exclusividade pelo jornal e repercutida durante toda a semana passada. "Os agentes carcerários estavam fazendo um caixa... cobrando uma mensalidade dos presos para usarem essa academia. Apreendemos um televisor por cela. E na maioria das celas, que têm dez presos, tinha dez televisores (corrige), sete televisores. Apreendemos uma vasta coleção de DVDs pornográficos e jogos de carteado. Chegamos a perguntar para os agentes: O que significa tudo isso aqui? Os agentes viraram para a nossa cara e disseram: Não sabemos de nada!", ressaltou um dos funcionários da SAP que atuou na operação. "Esse presídio possui presos diferenciados; presos de 'seguro', que não oferecem riscos à população. Por isso que o que vimos lá dentro foi anormal. Não era para estar assim. Só havia visto conteúdos assim em presídios dominados pelo PCC", assegurou.
Coordenador visitou unidade
O coordenador das Unidades Prisionais da Região Central, José Reinaldo da Silva, confirmou ao Cruzeiro, na tarde de ontem, a troca de toda a diretoria da P-2. Ele mesmo esteve na unidade, pessoalmente, na quinta-feira, para comprovar o material encontrado e apreendido com os internos.
Há 10 anos o local não registra tentativas de fuga ou rebelião. Muitos dos internos que lá se encontram passam o dia no regime semiaberto, trabalhando em convênios com empresas privadas, incluindo a Prefeitura de Sorocaba.
O juiz da Vara de Execuções Criminais, José Eduardo Marcondes Machado, informou ao Cruzeiro que a audiência realizada com o diretor do Centro de Detenção Provisória de Aparecidinha (CDP), Márcio Coutinho -, responsável pela coordenação do GIR -, e o então diretor-geral da P-2, Cássio Ribeiro de Campos, foi o início de um procedimento administrativo aberto para apurar as irregularidades encontradas dentro da unidade. O promotor Eduardo Francisco dos Santos Júnior acompanhou as oitivas.
Imagens da operação feitas pelo próprio GIR serão anexadas a um inquérito policial que será instaurado pela Polícia Civil. Marcondes Machado lembrou que a apuração da Vara de Execuções Criminais corre em paralelo com a da Corregedoria da SAP. O magistrado, no entanto, garantiu que Coutinho e Campos negaram, em juízo, a apreensão da cama box, dos computadores e dos televisores.
O Cruzeiro conversou, ainda, com presos que trabalham no regime semiaberto. Eles falaram que a maioria dos produtos divulgados pelo jornal "realmente estava dentro das celas". "Era tudo liberado lá. Bastava levar coca-cola, a nossa moeda de troca", revelou um deles.
O jornal tentou localizar, inclusive, algumas pessoas que postaram comentários à respeito da operação no portal on-line. Muitos dos telefones deixados como referência são inexistentes; outros, são da própria P-2. Os nomes colocados nas postagens, checados pela reportagem, não batem com a descrição do indivíduo na identificação obrigatória do portal.
Lei de Execuções Penais não é cumprida
O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) acusa a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de não cumprir, em sua integridade, a Lei de Execuções Penais (LEP).
De acordo com o presidente da entidade, João Rinaldo Machado, o sindicato "não defende" ações irregulares ou corruptas, nem compactua com a ideia de que se ofereça qualquer tipo de regalia aos detentos. "Nosso papel é defender os direitos legais dos servidores do sistema prisional. Também não concordamos com regalias aos servidores penitenciários, por isso lutamos por salários dignos e condições de trabalho. Tudo dentro da lei."
Para ele, há informações "inverídicas" sobre a realidade na Penitenciária 'Dr. Antônio de Souza Neto', a P-2 de Aparecidinha. "Não cremos que os repórteres tenham inventado tais acontecimentos, e sabemos da dificuldade em se comprovar in loco informações relativas às unidades prisionais, onde o acesso é proibido. Cremos, no entanto, que a 'fonte' utilizada para a reportagem não quis passar apenas os acontecimentos verdadeiros, e sim, de certa forma, desmoralizar não só os trabalhadores daquela unidade prisional, mas também o sistema prisional como um todo."
Machado disse que informações da própria Coordenadoria dos Estabelecimentos Prisionais da Região Central davam conta de denúncias sobre irregularidades naquela penitenciária.
A apuração de tais denúncias foi feita através de revista, com participação do GIR. "Segundo apuramos com os próprios funcionários da unidade, não foram achados notebookes, camas king size ou vários televisores de LCD nas celas."
Conforme informou ao Cruzeiro do Sul, havia um aparelho de TV LCD na unidade, localizado não em cela, mas numa área de uso comum aos detentos. "Esse aparelho de TV não entrou escondido na penitenciária. Ele ali estava autorizado pela direção da unidade prisional", ressaltou. "Para quem não sabe, o uso de aparelhos televisores normais (de tubo) também é comumente autorizado pela SAP, no número máximo de um por cela", acrescentou.
Investigações
O presidente do Sifuspesp concorda que as irregularidades encontradas na P-2 devem ser alvo de investigações feita pela Coordenadoria Central da SAP.
"Uma correta investigação sobre o caso é de interesse não apenas da sociedade e do governo, mas sobretudo dos servidores prisionais paulistas e deste sindicato, que prezam pela dignidade da profissão já tão marcada pelo preconceito dos que, por ignorância ou má-fé, não se preocupam em separar o joio do trigo."
Ele informou "que há pessoas que querem transformar o sistema prisional paulista em algo ainda pior do que já está". "Há irregularidades? Então a secretaria, seus coordenadores e seus diretores devem ser cobrados por elas. Não se pode simplesmente jogar nas costas dos funcionários todas as mazelas do sistema. Não se pode achar que 'punir por punir' resolverá os problemas das unidades prisionais. Tem que se mudar a política empregada pelo governo, que transformou a superlotação carcerária (unidades com o dobro ou até o triplo de presos além de sua capacidade) em regra e, por outro lado, não contrata o número correto de funcionários para esse trabalho. A responsabilidade nesse episódio precisa ser apurada, e os erros punidos", finalizou.
O Cruzeiro procurou, por três vezes, o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), Cícero 'Sarnei' dos Santos, para que expusesse a sua opinião sobre os fatos, principalmente sobre a atuação do GIR dentro da P-2. Porém, ele não retornou às ligações da reportagem.
by Gustavo Ferrari
sábado, 23 de outubro de 2010
Analista surta, mata o sogro e esfaqueia a família
Gustavo Ferrari/Velório de Eli Badin, sogro de Papick
Um surto psicótico jamais deixará os moradores da pacata rua Damácio de Azevedo, no Jardim Dr. Laurindo, em Tatuí, sossegados.
A maioria deles - que reside num local de classe média - presenciou o analista Papick Richard Bianchi Viscelli, de 25 anos, assassinar, com 20 facadas, o sogro Eli Benedito Donizetti Badin, de 47 anos; desferir 11 facadas na sogra Rosana Maria Unterckirsher Badin, de 46 anos; acertar a esposa Erica Unterckirsher Badin, de 22 anos, com sete facadas; o próprio pai, o médico psiquiatra Pérsio Viscelli, de 56 anos, com duas facadas na perna e a própria mãe Jandira Candido, de 54 anos, com outra facada.
O crime de homicídio e as várias tentativas de homicídio ocorreram às 17h30 de quinta-feira e começaram na residência de número 65. Terminaram no meio da via pública.
Papick só foi contido com a chegada de três viaturas da Polícia Militar (PM). Ele tentou se matar, mas os policiais conseguiram evitar que ele tirasse a própria vida. O motivo, segundo informações dos vizinhos, seria o término do relacionamento que o rapaz mantinha com a esposa. Os dois possuem um filho de um ano e dois meses.
A sociedade tatuiana ficou chocada com a tragédia. No velório de Eli, que foi sepultado às 17h30 de ontem, vestindo uma camiseta do Santos Futebol Clube, no cemitério municipal, a tristeza se transformou em dor e revolta. "Era um trabalhador que não merecia esse fim", disse um dos familiares.
Os pais do autor dos delitos tiveram alta médica. A sogra Rosana foi internada num dos hospitais do município. Já a esposa Erica teve de ser transferida para o Hospital Regional de Sorocaba.
Segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde, a mulher permanecia estável. Ela havia passado pela clínica vascular da unidade, com ferimentos nos ombros e cotovelos. Passaria, ainda na noite de ontem, por avaliação ortopédica, mas não corria risco de morte. Porém, poderia ser submetida a uma cirurgia.
Papick desferiu os golpes utilizando uma faca de cozinha do modelo Tramontina de 20 centímetros. A arma branca foi apreendida e encaminhada ao Instituto de Criminalística de Itapetininga (IC).
Natural de Bauru, ele era tido pela vizinhança como uma pessoa "calma" e "trabalhadora". "Queria ser médico, igual o pai", ressaltou um outro familiar.
Homicídio qualificado
Assim que foi preso, Papick foi indiciado por homicídio qualificado pelo delegado José Alexandre Garcia Andreucci e encaminhado a uma carceragem da região.
Conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o seu paradeiro não seria divulgado à imprensa. No entanto, o Cruzeiro do Sul obteve a informação de que ele passou a madrugada de sexta-feira na Delegacia Seccional de Itapetininga.
No boletim de ocorrência, o subtenente Vieira e o soldado Amaral relataram ter sido acionados por transeuntes que presenciaram os fatos.
Quando chegaram à rua Damácio de Azevedo, flagraram Papick atacando o sogro, enquanto tentava ser contido pelo próprio pai. "Ele desferiu diversos golpes no pescoço dele. Foi difícil assistir a essa cena", comentou uma vizinha que preferiu o anonimato.
Os moradores locais disseram que o rapaz "surtado" só foi contido quando os policiais conseguiram acertá-lo com galhos de árvore e pedaços de madeira.
"Toda a ação durou cerca de dez minutos. Podiam (os policiais) ter atirado na perna dele, mas não fizeram isso", questionou uma senhora que também presenciou o crime. "Dava para ver um ódio no rosto deste menino", acrescentou.
No comando da PM de Tatuí, um dos sargentos disse que não havia como os policiais dispararem tiros no rapaz, porque havia "muitas crianças" passando pela via "naquele momento".
Na esquina da rua Damácio de Azevedo existe uma escola municipal. No horário das 17h30, os alunos deixam a unidade.
by Gustavo Ferrari
Um surto psicótico jamais deixará os moradores da pacata rua Damácio de Azevedo, no Jardim Dr. Laurindo, em Tatuí, sossegados.
A maioria deles - que reside num local de classe média - presenciou o analista Papick Richard Bianchi Viscelli, de 25 anos, assassinar, com 20 facadas, o sogro Eli Benedito Donizetti Badin, de 47 anos; desferir 11 facadas na sogra Rosana Maria Unterckirsher Badin, de 46 anos; acertar a esposa Erica Unterckirsher Badin, de 22 anos, com sete facadas; o próprio pai, o médico psiquiatra Pérsio Viscelli, de 56 anos, com duas facadas na perna e a própria mãe Jandira Candido, de 54 anos, com outra facada.
O crime de homicídio e as várias tentativas de homicídio ocorreram às 17h30 de quinta-feira e começaram na residência de número 65. Terminaram no meio da via pública.
Papick só foi contido com a chegada de três viaturas da Polícia Militar (PM). Ele tentou se matar, mas os policiais conseguiram evitar que ele tirasse a própria vida. O motivo, segundo informações dos vizinhos, seria o término do relacionamento que o rapaz mantinha com a esposa. Os dois possuem um filho de um ano e dois meses.
A sociedade tatuiana ficou chocada com a tragédia. No velório de Eli, que foi sepultado às 17h30 de ontem, vestindo uma camiseta do Santos Futebol Clube, no cemitério municipal, a tristeza se transformou em dor e revolta. "Era um trabalhador que não merecia esse fim", disse um dos familiares.
Os pais do autor dos delitos tiveram alta médica. A sogra Rosana foi internada num dos hospitais do município. Já a esposa Erica teve de ser transferida para o Hospital Regional de Sorocaba.
Segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde, a mulher permanecia estável. Ela havia passado pela clínica vascular da unidade, com ferimentos nos ombros e cotovelos. Passaria, ainda na noite de ontem, por avaliação ortopédica, mas não corria risco de morte. Porém, poderia ser submetida a uma cirurgia.
Papick desferiu os golpes utilizando uma faca de cozinha do modelo Tramontina de 20 centímetros. A arma branca foi apreendida e encaminhada ao Instituto de Criminalística de Itapetininga (IC).
Natural de Bauru, ele era tido pela vizinhança como uma pessoa "calma" e "trabalhadora". "Queria ser médico, igual o pai", ressaltou um outro familiar.
Homicídio qualificado
Assim que foi preso, Papick foi indiciado por homicídio qualificado pelo delegado José Alexandre Garcia Andreucci e encaminhado a uma carceragem da região.
Conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o seu paradeiro não seria divulgado à imprensa. No entanto, o Cruzeiro do Sul obteve a informação de que ele passou a madrugada de sexta-feira na Delegacia Seccional de Itapetininga.
No boletim de ocorrência, o subtenente Vieira e o soldado Amaral relataram ter sido acionados por transeuntes que presenciaram os fatos.
Quando chegaram à rua Damácio de Azevedo, flagraram Papick atacando o sogro, enquanto tentava ser contido pelo próprio pai. "Ele desferiu diversos golpes no pescoço dele. Foi difícil assistir a essa cena", comentou uma vizinha que preferiu o anonimato.
Os moradores locais disseram que o rapaz "surtado" só foi contido quando os policiais conseguiram acertá-lo com galhos de árvore e pedaços de madeira.
"Toda a ação durou cerca de dez minutos. Podiam (os policiais) ter atirado na perna dele, mas não fizeram isso", questionou uma senhora que também presenciou o crime. "Dava para ver um ódio no rosto deste menino", acrescentou.
No comando da PM de Tatuí, um dos sargentos disse que não havia como os policiais dispararem tiros no rapaz, porque havia "muitas crianças" passando pela via "naquele momento".
Na esquina da rua Damácio de Azevedo existe uma escola municipal. No horário das 17h30, os alunos deixam a unidade.
by Gustavo Ferrari
terça-feira, 12 de outubro de 2010
SWU termina em rave
Erick Pinheiro/Tiësto
Tido como o melhor DJ do mundo, o holandês Tijs Michiel Verwest, ou simplesmente o famoso Tiësto, de 41 anos, fechou a terceira noite do Festival SWU, na Arena Maeda, em Itu, já na madrugada de terça-feira, em clima de festa rave, com uma temperatura que beirava os 10 graus, segundo dados do Instituto de Meteorologia (Inmet).
Sua música eletrônica, no entanto - que mescla elementos da trance music com a deep house -, aqueceu o público presente, que dançou embalado aos hits 'Escape Me', 'Here on Earth', 'In the Dark', 'Kaleidoscope', 'Open Your Eyes' e 'Your Loving Arms', entre outras. Foram quase duas horas de apresentação, que se encerrou às 4h.
As irmãs Marcela e Michelle pularam sem parar na pista premium do evento, enquanto Tiësto mixava e projetava imagens surreais no gigantesco telão de LED, instalado ao fundo do Palco Água. "O cara é demais!", disseram as duas.
DJs conhecidos da região, como o português Xangaii - que acabou de retornar de uma turnê pela Rússia, Índia e Portugal -, estavam entre os fãs presentes.
Já o inglês Erol Alkan embalou a tenda de música eletrônica da Heineken com mixagens distintas, que uniram o pop ao indie e o rock convencional, para um público formado, em sua maioria, de clubers e patricinhas.
O setlist apresentado mesclou de tudo um pouco. Foram remixes para 'Drop the Pressure', de Mylo, 'Atlantis to Interzone', do Klaxons, e 'Squaque Eyes', de Riton.
Linkin Park
Erick Pinheiro/Chester Bennington
O tão aguardado show dos norte-americanos da Califórnia, Linkin Park, na noite de segunda-feira, transformou-se num verdadeiro ensaio de experimentos musicais ao vivo no Palco Ar.
Tradicional na fusão do hip-hop com guitarras distorcidas e o vocal gritado de Chester Bennington, o público estimado em 58 mil pessoas - segundo a organização do SWU - ficou sem entender qual era a proposta da banda: tocar rock ou misturar sons industriais com arranjos da cultura indiana?
Detentores de uma patente que inclui vendagens de álbuns superiores aos 52 milhões, incluindo dois Grammy Awards, o Linkin Park chegou a irritar fãs como Renato Pompeu, de Brasília. "Vim para assistir aquela pegada agressiva do Chester, mas tô vendo outra coisa aqui. E passando frio também", disse.
Ora lembrando os britânicos do Massive Attack ora lembrando Nine Inch Nails, os californianos decepcionaram o público em geral. "Um lixo de som", afirmou Ronaldo Mastro, de São Paulo.
Parte da imprensa, que acompanha a banda desde a primeira vinda ao Brasil, no Estádio do Morumbi, em 2004, criticou o show no SWU. "Péssimo som; mudaram muito o estilo, com essa coisa de música em prol da sustentabilidade", ressaltou o jornalista Ricardo Seratti.
Dos hits comerciais sobraram mesmo 'Numb', 'Crawling', 'One Step Closer', 'Shadow of The Day' e 'In the End'. No restante, canções do recém-lançado 'A Thousand Suns'. "Um fiasco de apresentação", criticou a atendente de telemarketing, Priscila Santos. Ela foi até Itu de excursão com amigos, que saiu da cidade de Marília.
Pixies
Erick Pinheiro/Frank Black
Parecia Sessão da Tarde com final de festa. Foi assim a apresentação dos americanos do Pixies, segunda-feira à noite, no encerramento do Festival SWU, em Itu.
Obeso, o vocalista Frank Black e a cinquentona Kim Deal não conseguiram empolgar o público, que já havia curtido os shows do Incubus e do Queens of the Stone Age. Aliás, o atraso de quase uma hora na apresentação da banda anterior pôde ter tirado o brilho do Pixies no palco.
No som, o quarteto rolou 'Debaser', 'Wave of Mutilation', a clássica 'Here Comes Your Man' e a tão aguardada 'Where is My Mind', a última de um total de onze músicas.
No show da banda formada em Boston nos anos 80, o público predominante aparentava idade superior aos 35 anos.
by Gustavo Ferrari
Tido como o melhor DJ do mundo, o holandês Tijs Michiel Verwest, ou simplesmente o famoso Tiësto, de 41 anos, fechou a terceira noite do Festival SWU, na Arena Maeda, em Itu, já na madrugada de terça-feira, em clima de festa rave, com uma temperatura que beirava os 10 graus, segundo dados do Instituto de Meteorologia (Inmet).
Sua música eletrônica, no entanto - que mescla elementos da trance music com a deep house -, aqueceu o público presente, que dançou embalado aos hits 'Escape Me', 'Here on Earth', 'In the Dark', 'Kaleidoscope', 'Open Your Eyes' e 'Your Loving Arms', entre outras. Foram quase duas horas de apresentação, que se encerrou às 4h.
As irmãs Marcela e Michelle pularam sem parar na pista premium do evento, enquanto Tiësto mixava e projetava imagens surreais no gigantesco telão de LED, instalado ao fundo do Palco Água. "O cara é demais!", disseram as duas.
DJs conhecidos da região, como o português Xangaii - que acabou de retornar de uma turnê pela Rússia, Índia e Portugal -, estavam entre os fãs presentes.
Já o inglês Erol Alkan embalou a tenda de música eletrônica da Heineken com mixagens distintas, que uniram o pop ao indie e o rock convencional, para um público formado, em sua maioria, de clubers e patricinhas.
O setlist apresentado mesclou de tudo um pouco. Foram remixes para 'Drop the Pressure', de Mylo, 'Atlantis to Interzone', do Klaxons, e 'Squaque Eyes', de Riton.
Linkin Park
Erick Pinheiro/Chester Bennington
O tão aguardado show dos norte-americanos da Califórnia, Linkin Park, na noite de segunda-feira, transformou-se num verdadeiro ensaio de experimentos musicais ao vivo no Palco Ar.
Tradicional na fusão do hip-hop com guitarras distorcidas e o vocal gritado de Chester Bennington, o público estimado em 58 mil pessoas - segundo a organização do SWU - ficou sem entender qual era a proposta da banda: tocar rock ou misturar sons industriais com arranjos da cultura indiana?
Detentores de uma patente que inclui vendagens de álbuns superiores aos 52 milhões, incluindo dois Grammy Awards, o Linkin Park chegou a irritar fãs como Renato Pompeu, de Brasília. "Vim para assistir aquela pegada agressiva do Chester, mas tô vendo outra coisa aqui. E passando frio também", disse.
Ora lembrando os britânicos do Massive Attack ora lembrando Nine Inch Nails, os californianos decepcionaram o público em geral. "Um lixo de som", afirmou Ronaldo Mastro, de São Paulo.
Parte da imprensa, que acompanha a banda desde a primeira vinda ao Brasil, no Estádio do Morumbi, em 2004, criticou o show no SWU. "Péssimo som; mudaram muito o estilo, com essa coisa de música em prol da sustentabilidade", ressaltou o jornalista Ricardo Seratti.
Dos hits comerciais sobraram mesmo 'Numb', 'Crawling', 'One Step Closer', 'Shadow of The Day' e 'In the End'. No restante, canções do recém-lançado 'A Thousand Suns'. "Um fiasco de apresentação", criticou a atendente de telemarketing, Priscila Santos. Ela foi até Itu de excursão com amigos, que saiu da cidade de Marília.
Pixies
Erick Pinheiro/Frank Black
Parecia Sessão da Tarde com final de festa. Foi assim a apresentação dos americanos do Pixies, segunda-feira à noite, no encerramento do Festival SWU, em Itu.
Obeso, o vocalista Frank Black e a cinquentona Kim Deal não conseguiram empolgar o público, que já havia curtido os shows do Incubus e do Queens of the Stone Age. Aliás, o atraso de quase uma hora na apresentação da banda anterior pôde ter tirado o brilho do Pixies no palco.
No som, o quarteto rolou 'Debaser', 'Wave of Mutilation', a clássica 'Here Comes Your Man' e a tão aguardada 'Where is My Mind', a última de um total de onze músicas.
No show da banda formada em Boston nos anos 80, o público predominante aparentava idade superior aos 35 anos.
by Gustavo Ferrari
Metal 'assalta' Itu
Gustavo Ferrari/Avenged Sevenfold
A banda norte-americana de metal californiana Avenged Sevenfold levou as 50 mil pessoas - que se encontravam na Arena Maeda -, segundo balanço divulgado às 20h de ontem, pela organização, ao delírio.
Eram fãs do quinteto de todas as idades, raças e nacionalidades. "Vim de Montevideu, no Uruguai, só para ver o conjunto", disse a fonoaudióloga Katrina Sanes.
O diferencial da apresentação, em Itu, foi sem sombra de dúvida o baterista Mike Portnoy, ex-Dream Theater, que substituiu Jimmy 'The Rev' Sullivan, falecido no começo do ano.
Gustavo Ferrari/Mike Portnoy quebra tudo!
Com agressividade e uma pegada inconfundível, principalmente nos dois bumbos, sendo considerado um dos melhores da atualidade no segmento - segundo a conceituada revista Modern Drummer - o baterista tocou em pé, fez graça e foi o mais aplaudido dos cinco pelo público.
Novamente o frio e o vento tentaram incomodar os participantes do Festival SWU. Tentaram, porque a sonoridade do Avenged Sevenfold impediu qualquer um de ficar parado.
A banda abriu o show com 'Nightmare', faixa título do recém-lançado álbum que recebe o mesmo nome e é uma homenagem a 'The Rev'.
Em seguida, os participantes viram e ouviram uma 'metralhadora pesada' de sucessos. 'Critical Acclaim' e 'Welcome to the Family' - também do último álbum -, levantaram suspiros do engenheiro André Gomes. "Que show!", se limitou a dizer ao Cruzeiro do Sul, na pista premium.
Com 'Beast & The Harlot', a banda - formada em 1999 por Matthew Sanders 'M. Shadows' (vocal), Zachary Barker 'Zacky Vengeance' (guitarra), Bryan Hanner 'Synyster Gates' (guitarra) e Jonathan Seward 'Johnny Christ' (baixo) -, parecia saída de uma 'tumba recém-aberta'. "Se assemelham a bonecos de cera", brincou a estudante de Letras, Vanessa Maraico.
O quinteto seguiu a apresentação, que durou cerca de uma hora, com 'Buried Alive', 'Afterlife', 'God Hates Us All' - cantada com 'M. Shadows', de óculos escuros, esgoelando a voz, 'Unholy Confessions' e 'Almost Easy', a última da noite.
Da nova safra do rock pesado, o Avended Sevenfold demonstra competência e excelente presença de palco, fatores predominantes a quem almeja reinar no disputado cenário do mainstream.
Irmãos Cava
Gustavo Ferrari/Cavalera Conspiracy
Parecia que Max e o irmão Igor estavam de volta ao Sepultura. A união dos dois no Cavalera Conspiracy abriu uma enorme roda no meio do público.
'Quebradeira total', referiu-se o advogado Almir Júnior, ao bater cabeça quando a banda tocou 'Inflikted', a faixa inicial do setlist, em Itu, e também a primeira do álbum homônimo lançado pelo quarteto, em meados de 2008.
Essa foi, também, a primeira vez que os irmãos tocam em território brasileiro, desde a saída de Max do antigo grupo, em 1996.
Com 'Refuse/Resist', do álbum 'Chaos A.D.', - sucesso do Sepultura - o 'bicho pegou' na Arena Maeda. Uma enorme poeira subiu entre os fãs, que se espremeram para ver, rente à grade de proteção, a dupla estremecer as estruturas do Palco Água, no Festival SWU.
Parecia que a arena toda estava extasiada. Em seguida, o que se viu foi pura 'porradaria sonora'. Não faltaram músicas como 'Sanctuary', 'Troops of Doom', 'Attitude' e a clássica 'Roots Bloody Roots', que, coincidentemente, está no último álbum gravado por Max, na era Sepultura.
Gustavo Ferrari/Público se espreme para ver os Cavalera
'Demais isso cara, os irmãos são uma verdadeira lenda brasileira do rock', disse o publicitário Marcos Afonso de Lima.
No final da apresentação, a tradicional marca dos irmãos - levantar a bandeira brasileira e saldá-la - garantiu aplausos demorados na tarde de ontem. Realmente, o SWU conseguiu reviver, pelo menos no terceiro e último dia, o bom e velho metal 'Made in Brazil'.
Hard sueco
Gustavo Ferrari/Crashdïet
A áurea fase do Hard Rock oitentista durou 30 minutos na Arena Maeda, com a apresentação dos suecos do Crashdïet. Empolgados por tocar para uma multidão - havia mais de 25 mil às 15h45 de ontem - os roqueiros mostraram faixas do terceiro álbum, intitulado 'Generation Wild'.
'Isso lembra Guns 'N' Roses, não?', indagou o estudante do terceiro colegial do Ensino Médio, Thiago Pereira, de 17 anos. Ele estava com o irmão Lucas, na pista premium do evento.
O show foi aberto com 'Breaking the Chainz' e em seguida a banda executou 'Rebel'. Com 'So Alive', o quarteto de Estocolmo fez a galera, que aguardava com a ansiedade a apresentação dos irmãos Cavalera, levantar os pés do chão. 'Rock ’N’ Roll!', berrou a jornalista Fátima Terra, também na área vip do Festival SWU.
Com um visual totalmente de couro, lembrando um pouco os tempos de Dennis Hopper, em 'Easy Rider - Sem Destino', e do punk britânico da década de 70, com os Sex Pistols, o vocalista do grupo, Simon Cruz, soltou a voz em 'Riot in Everyone', o principal hit do Crashdïet. O público curtiu e cantou junto.
O sol forte, que ardeu a visão daqueles que estava sem os tradicionais óculos escuros, não atrapalhou o visual da projeção digital do telão de LED instalado no fundo do Palco Água.
Nele, imagens de fogo se contrapunham à apresentação do quarteto. 'Generation Wild', a faixa título do último álbum, fechou a rápida apresentação dos suecos na cidade de Itu. Semana passada, o mesmo grupo já havia tocado para mais de 400 pessoas no Inferno Clube, localizado na rua Augusta, em São Paulo.
De tudo um pouco
Gustavo Ferrari/Movimento em prol da sustentabilidade
Durante os três dias de cobertura do Festival SWU foi possível perceber de tudo um pouco na estrada vicinal que liga os acessos viários ao local do evento.
Pessoas compravam latas de cerveja a R$ 6; mulheres urinavam na frente de muitos transeuntes; flanelinhas cobravam até R$ 100 para 'tentar' arrumar uma vaga no estacionamento da organização; droga, como maconha, rolava à vontade.
Mas o que chamou a atenção da reportagem foi o pequeno Júnior, de 5 anos. Ele empurrava um carrinho de pedreiro abarrotado de latinhas vazias quando foi fotografado. "É para a minha mãe", disse o menor, mostrando os dedos da mão, como forma de informar a idade.
Para o vendedor de sorvetes, Osmar Souto, o festival rendeu uma "boa grana". "Até agora (isso às 14h30 de ontem) eu havia vendido mais de dois mil picolés. Deu para faturar legal", ressaltou.
Entre os seguranças do evento, a 'briga' foi para arranjar um assento num dos ônibus contratados para transportá-los. 'Tá uma luta isso aqui', destacou um deles.
Gustavo Ferrari/Camping Premium
Na área do camping premium, a manhã raiou às 15h. Até o final da tarde, pessoas ainda dormiam esparramadas pela grama do local.
O registro de presos portando entorpecentes chegou a 47, segundo informações da organização do evento. Nenhuma briga havia sido registrada.
Kings decepção
Gustavo Ferrari/Público lotou o Maeda
Sabe quando aquelas bandas se apresentam somente por causa da assinatura contratual? Foi essa a impressão que a imprensa e o público tiveram do show do Kings of Leon, na fria noite de domingo.
Apáticos no Palco Ar, os irmãos Caleb Followill (guitarra e vocal), Jared (baixo), Nathan (bateria) e o primo Matthew (guitarra) só não dormiram durante a apresentação por causa da popular 'Use Somebody'.
Foi a penúltima canção e a única cantada, em coro, pelo público presente, estimado em 57 mil pessoas, segundo os organizadores do evento.
O quarteto abriu o show com 'Crawl', do álbum 'Only by the Night', de 2008. Sem empolgar, tocou, em seguida, 'My Party', 'Closer' e 'Four Kix'.
"Horrível", resumiu a artista plástica Bianca Eleonora. "Parecem mumificados no palco", brincou a paulistana, que estava acampada em área específica do próprio evento.
Do último trabalho de estúdio, 'Come Around Sundown' - o quinto dos norte-americanos, programado para ser lançado no começo de novembro, o quarteto não tocou executou nenhuma faixa durante a apresentação.
"Pensei que fosse ouvir algo novo. Achei o show bem fraquinho", concluiu Bianca. O setlist, composto de 20 músicas, durou um pouco mais de 1h30.
"Gostei somente de 'Sex on Fire'", ressaltou o estudante de Direito, Paulo Andrade. Não houve registro de tumulto durante a saída do público na Arena Maeda naquela madrugada.
by Gustavo Ferrari
A banda norte-americana de metal californiana Avenged Sevenfold levou as 50 mil pessoas - que se encontravam na Arena Maeda -, segundo balanço divulgado às 20h de ontem, pela organização, ao delírio.
Eram fãs do quinteto de todas as idades, raças e nacionalidades. "Vim de Montevideu, no Uruguai, só para ver o conjunto", disse a fonoaudióloga Katrina Sanes.
O diferencial da apresentação, em Itu, foi sem sombra de dúvida o baterista Mike Portnoy, ex-Dream Theater, que substituiu Jimmy 'The Rev' Sullivan, falecido no começo do ano.
Gustavo Ferrari/Mike Portnoy quebra tudo!
Com agressividade e uma pegada inconfundível, principalmente nos dois bumbos, sendo considerado um dos melhores da atualidade no segmento - segundo a conceituada revista Modern Drummer - o baterista tocou em pé, fez graça e foi o mais aplaudido dos cinco pelo público.
Novamente o frio e o vento tentaram incomodar os participantes do Festival SWU. Tentaram, porque a sonoridade do Avenged Sevenfold impediu qualquer um de ficar parado.
A banda abriu o show com 'Nightmare', faixa título do recém-lançado álbum que recebe o mesmo nome e é uma homenagem a 'The Rev'.
Em seguida, os participantes viram e ouviram uma 'metralhadora pesada' de sucessos. 'Critical Acclaim' e 'Welcome to the Family' - também do último álbum -, levantaram suspiros do engenheiro André Gomes. "Que show!", se limitou a dizer ao Cruzeiro do Sul, na pista premium.
Com 'Beast & The Harlot', a banda - formada em 1999 por Matthew Sanders 'M. Shadows' (vocal), Zachary Barker 'Zacky Vengeance' (guitarra), Bryan Hanner 'Synyster Gates' (guitarra) e Jonathan Seward 'Johnny Christ' (baixo) -, parecia saída de uma 'tumba recém-aberta'. "Se assemelham a bonecos de cera", brincou a estudante de Letras, Vanessa Maraico.
O quinteto seguiu a apresentação, que durou cerca de uma hora, com 'Buried Alive', 'Afterlife', 'God Hates Us All' - cantada com 'M. Shadows', de óculos escuros, esgoelando a voz, 'Unholy Confessions' e 'Almost Easy', a última da noite.
Da nova safra do rock pesado, o Avended Sevenfold demonstra competência e excelente presença de palco, fatores predominantes a quem almeja reinar no disputado cenário do mainstream.
Irmãos Cava
Gustavo Ferrari/Cavalera Conspiracy
Parecia que Max e o irmão Igor estavam de volta ao Sepultura. A união dos dois no Cavalera Conspiracy abriu uma enorme roda no meio do público.
'Quebradeira total', referiu-se o advogado Almir Júnior, ao bater cabeça quando a banda tocou 'Inflikted', a faixa inicial do setlist, em Itu, e também a primeira do álbum homônimo lançado pelo quarteto, em meados de 2008.
Essa foi, também, a primeira vez que os irmãos tocam em território brasileiro, desde a saída de Max do antigo grupo, em 1996.
Com 'Refuse/Resist', do álbum 'Chaos A.D.', - sucesso do Sepultura - o 'bicho pegou' na Arena Maeda. Uma enorme poeira subiu entre os fãs, que se espremeram para ver, rente à grade de proteção, a dupla estremecer as estruturas do Palco Água, no Festival SWU.
Parecia que a arena toda estava extasiada. Em seguida, o que se viu foi pura 'porradaria sonora'. Não faltaram músicas como 'Sanctuary', 'Troops of Doom', 'Attitude' e a clássica 'Roots Bloody Roots', que, coincidentemente, está no último álbum gravado por Max, na era Sepultura.
Gustavo Ferrari/Público se espreme para ver os Cavalera
'Demais isso cara, os irmãos são uma verdadeira lenda brasileira do rock', disse o publicitário Marcos Afonso de Lima.
No final da apresentação, a tradicional marca dos irmãos - levantar a bandeira brasileira e saldá-la - garantiu aplausos demorados na tarde de ontem. Realmente, o SWU conseguiu reviver, pelo menos no terceiro e último dia, o bom e velho metal 'Made in Brazil'.
Hard sueco
Gustavo Ferrari/Crashdïet
A áurea fase do Hard Rock oitentista durou 30 minutos na Arena Maeda, com a apresentação dos suecos do Crashdïet. Empolgados por tocar para uma multidão - havia mais de 25 mil às 15h45 de ontem - os roqueiros mostraram faixas do terceiro álbum, intitulado 'Generation Wild'.
'Isso lembra Guns 'N' Roses, não?', indagou o estudante do terceiro colegial do Ensino Médio, Thiago Pereira, de 17 anos. Ele estava com o irmão Lucas, na pista premium do evento.
O show foi aberto com 'Breaking the Chainz' e em seguida a banda executou 'Rebel'. Com 'So Alive', o quarteto de Estocolmo fez a galera, que aguardava com a ansiedade a apresentação dos irmãos Cavalera, levantar os pés do chão. 'Rock ’N’ Roll!', berrou a jornalista Fátima Terra, também na área vip do Festival SWU.
Com um visual totalmente de couro, lembrando um pouco os tempos de Dennis Hopper, em 'Easy Rider - Sem Destino', e do punk britânico da década de 70, com os Sex Pistols, o vocalista do grupo, Simon Cruz, soltou a voz em 'Riot in Everyone', o principal hit do Crashdïet. O público curtiu e cantou junto.
O sol forte, que ardeu a visão daqueles que estava sem os tradicionais óculos escuros, não atrapalhou o visual da projeção digital do telão de LED instalado no fundo do Palco Água.
Nele, imagens de fogo se contrapunham à apresentação do quarteto. 'Generation Wild', a faixa título do último álbum, fechou a rápida apresentação dos suecos na cidade de Itu. Semana passada, o mesmo grupo já havia tocado para mais de 400 pessoas no Inferno Clube, localizado na rua Augusta, em São Paulo.
De tudo um pouco
Gustavo Ferrari/Movimento em prol da sustentabilidade
Durante os três dias de cobertura do Festival SWU foi possível perceber de tudo um pouco na estrada vicinal que liga os acessos viários ao local do evento.
Pessoas compravam latas de cerveja a R$ 6; mulheres urinavam na frente de muitos transeuntes; flanelinhas cobravam até R$ 100 para 'tentar' arrumar uma vaga no estacionamento da organização; droga, como maconha, rolava à vontade.
Mas o que chamou a atenção da reportagem foi o pequeno Júnior, de 5 anos. Ele empurrava um carrinho de pedreiro abarrotado de latinhas vazias quando foi fotografado. "É para a minha mãe", disse o menor, mostrando os dedos da mão, como forma de informar a idade.
Para o vendedor de sorvetes, Osmar Souto, o festival rendeu uma "boa grana". "Até agora (isso às 14h30 de ontem) eu havia vendido mais de dois mil picolés. Deu para faturar legal", ressaltou.
Entre os seguranças do evento, a 'briga' foi para arranjar um assento num dos ônibus contratados para transportá-los. 'Tá uma luta isso aqui', destacou um deles.
Gustavo Ferrari/Camping Premium
Na área do camping premium, a manhã raiou às 15h. Até o final da tarde, pessoas ainda dormiam esparramadas pela grama do local.
O registro de presos portando entorpecentes chegou a 47, segundo informações da organização do evento. Nenhuma briga havia sido registrada.
Kings decepção
Gustavo Ferrari/Público lotou o Maeda
Sabe quando aquelas bandas se apresentam somente por causa da assinatura contratual? Foi essa a impressão que a imprensa e o público tiveram do show do Kings of Leon, na fria noite de domingo.
Apáticos no Palco Ar, os irmãos Caleb Followill (guitarra e vocal), Jared (baixo), Nathan (bateria) e o primo Matthew (guitarra) só não dormiram durante a apresentação por causa da popular 'Use Somebody'.
Foi a penúltima canção e a única cantada, em coro, pelo público presente, estimado em 57 mil pessoas, segundo os organizadores do evento.
O quarteto abriu o show com 'Crawl', do álbum 'Only by the Night', de 2008. Sem empolgar, tocou, em seguida, 'My Party', 'Closer' e 'Four Kix'.
"Horrível", resumiu a artista plástica Bianca Eleonora. "Parecem mumificados no palco", brincou a paulistana, que estava acampada em área específica do próprio evento.
Do último trabalho de estúdio, 'Come Around Sundown' - o quinto dos norte-americanos, programado para ser lançado no começo de novembro, o quarteto não tocou executou nenhuma faixa durante a apresentação.
"Pensei que fosse ouvir algo novo. Achei o show bem fraquinho", concluiu Bianca. O setlist, composto de 20 músicas, durou um pouco mais de 1h30.
"Gostei somente de 'Sex on Fire'", ressaltou o estudante de Direito, Paulo Andrade. Não houve registro de tumulto durante a saída do público na Arena Maeda naquela madrugada.
by Gustavo Ferrari
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
A beldade que encanta cantando
Gustavo Ferrari/Joss Stone
O suíngue típico do negro norte-americano e a voz grave dos músicos de Nova Orleans se uniram para formar a beldade chamada Joss Stone.
Com uma equipe de músicos invejáveis, a loira britânica de 23 anos mostrou que sabe fazer música no melhor estilo jazzístico. Sua voz conseguia se sobressair ao coral de vozes das três backing vocals negras. Metais e uma cozinha mantida impecavelmente pelos baixista, baterista e guitarrista garantiram os diversos aplausos que a musa recebeu em Itu.
Joss vendeu mais de 10 milhões de discos no mundo todo. Seu último álbum, 'Introducing Joss Stone', parece soar perfeito executado para grandes multidões. O hit 'Super Duper Lover' abriu o show, que seguiu com 'Baby, Baby, Baby', 'Love' e 'You Had Me'.
"Sou fanzaça dessa mulher" berrou a médica Érika Santeiro, que veio com um grupo de amigos de Uberlândia, Minas Gerais. Para ela, a musa é "única". "Você já viu uma pessoa ter um timbre de voz tão inconfundível como ela?", questionou. O mesmo defendeu o analista de sistema Henrico Alcântara. "Ela não só canta, como também é linda. Viva o SWU", destacou.
Dave
Gustavo Ferrari/Música + Artes+ Sustentabilidade
Para espantar o frio, somente pulando e levantando a poeira da Arena Maeda. Foi com 'Shake Me' que a Dave Matthews Band encontrou a forma de esquentar as quase 50 mil pessoas que estavam, até as 22h30 de ontem, nas dependências do local onde rola o SWU.
Eclético, o grupo fez um show pautado no último álbum 'Big Whiskey and the GrooGrux King', o sétimo de estúdio, que foi lançado em junho de 2009.
A segunda música da apresentação, 'Die Trying', mostrou um lado intimista de Dave. Já com 'Seven', os músicos voltaram a soar como banda de arena, aquelas específicas para grandes multidões. O público adorou o concerto. "Eles são muitos bons", disse a dentista de Paulínia, Fernanda Lanateris.
O show se completou com 'Why I Am', 'Crash' e '2 Steps', no total de 12 músicas. "Foi bom para namorar nesse friozinho", ressaltou o casal de Santos, Adilson e Mila.
Regina
Gustavo Ferrari/Regina Spektor
Tímida, maquiada e com uma sonoridade ímpar. Foi assim que Regina Spektor abriu a maratona dos shows noturnos no segundo dia do Festival SWU. A cantora russa, que vive em Nova York, empolgou o público com o seu jeito simples mas meigo de cantar e tocar.
Com um talento invejável sobre o piano, Regina fez os fãs dobrarem o frio e o vento gelado com 'Samson'. Ontem havia mais gente do que na noite anterior.
Conhecida no Brasil pelo hit 'Fidelity', da novela global A Favorita - música que deixou para tocar no final da apresentação -, a pianista, que se apresentou ao lado de um conjunto de cordas, fez charme ao jogar beijos em sua despedida do palco.
Com 'Dance Anthem of the 80's', a musa dos cabelos crespos agradeceu os presentes, lembrando ser esta a primeira vez que vem ao Brasil.
Os 15 graus feitos no local, com sensação térmica de 12 (segundo novamente o Instituto de Meteorologia/Inmet) não deixaram de esquentar o público. "Gostei bastante da sonoridade e do timbre de voz dela. Confesso que não a conhecia, mas achei um som suave, típico das baladinhas comuns das novelas", ressaltou a estudante piracicabana de psicologia, Maria Helena Campos.
by Gustavo Ferrari
O suíngue típico do negro norte-americano e a voz grave dos músicos de Nova Orleans se uniram para formar a beldade chamada Joss Stone.
Com uma equipe de músicos invejáveis, a loira britânica de 23 anos mostrou que sabe fazer música no melhor estilo jazzístico. Sua voz conseguia se sobressair ao coral de vozes das três backing vocals negras. Metais e uma cozinha mantida impecavelmente pelos baixista, baterista e guitarrista garantiram os diversos aplausos que a musa recebeu em Itu.
Joss vendeu mais de 10 milhões de discos no mundo todo. Seu último álbum, 'Introducing Joss Stone', parece soar perfeito executado para grandes multidões. O hit 'Super Duper Lover' abriu o show, que seguiu com 'Baby, Baby, Baby', 'Love' e 'You Had Me'.
"Sou fanzaça dessa mulher" berrou a médica Érika Santeiro, que veio com um grupo de amigos de Uberlândia, Minas Gerais. Para ela, a musa é "única". "Você já viu uma pessoa ter um timbre de voz tão inconfundível como ela?", questionou. O mesmo defendeu o analista de sistema Henrico Alcântara. "Ela não só canta, como também é linda. Viva o SWU", destacou.
Dave
Gustavo Ferrari/Música + Artes+ Sustentabilidade
Para espantar o frio, somente pulando e levantando a poeira da Arena Maeda. Foi com 'Shake Me' que a Dave Matthews Band encontrou a forma de esquentar as quase 50 mil pessoas que estavam, até as 22h30 de ontem, nas dependências do local onde rola o SWU.
Eclético, o grupo fez um show pautado no último álbum 'Big Whiskey and the GrooGrux King', o sétimo de estúdio, que foi lançado em junho de 2009.
A segunda música da apresentação, 'Die Trying', mostrou um lado intimista de Dave. Já com 'Seven', os músicos voltaram a soar como banda de arena, aquelas específicas para grandes multidões. O público adorou o concerto. "Eles são muitos bons", disse a dentista de Paulínia, Fernanda Lanateris.
O show se completou com 'Why I Am', 'Crash' e '2 Steps', no total de 12 músicas. "Foi bom para namorar nesse friozinho", ressaltou o casal de Santos, Adilson e Mila.
Regina
Gustavo Ferrari/Regina Spektor
Tímida, maquiada e com uma sonoridade ímpar. Foi assim que Regina Spektor abriu a maratona dos shows noturnos no segundo dia do Festival SWU. A cantora russa, que vive em Nova York, empolgou o público com o seu jeito simples mas meigo de cantar e tocar.
Com um talento invejável sobre o piano, Regina fez os fãs dobrarem o frio e o vento gelado com 'Samson'. Ontem havia mais gente do que na noite anterior.
Conhecida no Brasil pelo hit 'Fidelity', da novela global A Favorita - música que deixou para tocar no final da apresentação -, a pianista, que se apresentou ao lado de um conjunto de cordas, fez charme ao jogar beijos em sua despedida do palco.
Com 'Dance Anthem of the 80's', a musa dos cabelos crespos agradeceu os presentes, lembrando ser esta a primeira vez que vem ao Brasil.
Os 15 graus feitos no local, com sensação térmica de 12 (segundo novamente o Instituto de Meteorologia/Inmet) não deixaram de esquentar o público. "Gostei bastante da sonoridade e do timbre de voz dela. Confesso que não a conhecia, mas achei um som suave, típico das baladinhas comuns das novelas", ressaltou a estudante piracicabana de psicologia, Maria Helena Campos.
by Gustavo Ferrari
domingo, 10 de outubro de 2010
Rage Against the SWU
Gustavo Ferrari/Rage Against the Machine
Quando subiu ao palco, às 22h06 de ontem, Zack de La Rocha pensou que havia sido contratado para tocar num festival de múltiplas dimensões, e não de decepções como as que ocorreram durante a primeira passagem do Rage Against the Machine no Brasil.
Falha grotesca da organização do SWU, que deixou queimar um PA - no inglês popular - 'Public Address', que refere-se às caixas de som cuja intenção principal é o som destinado ao público. Falha total. Cerca de 47 mil pessoas estavam na Arena Maeda, em Itu, naquele momento.
Gustavo Ferrari/Telão RATM
A primeira interrupção da banda aconteceu quando um tumulto, envolvendo as pessoas rentes às grades que dividem a platéia do palco se romperam. O som parou.
O próprio Eduardo Fisher - organizador do evento - pediu calma aos presentes e solicitou que todos dessem três passos atrás, para que houvesse o recuo do espaço mínimo necessário de segurança.
A segunda interrupção foi a grotesca. Com o contrabaixo altíssimo, o PA cedeu e Zack de La Rocha cantava 'sem voz'. Não havia potência em nada: guitarra, baixo, bateria. Tudo zerado. O gás inicial, elevado pelas canções 'Bombtrack', 'Know Your Enemy' e 'Bullet in Your Head', entre outras, acabara ali.
Tom Morello, inconfundível em seu timbre até então, não sabia se pulava, solava ou se desculpava-se com as falhas no som. Fãs chiaram e reclamaram muito da organização. Somente 'Killing in the Name' - a última - minimizou a apresentação do quarteto americano. Que lástima!
Hermanos salvam
Gustavo Ferrari/Árvore Vermelha
O retorno do quarteto Los Hermanos foi caloroso, independente da temperatura de 15 graus feita na noite de ontem, por volta das 20h. Os dados foram transmitidos pelo Instituto de Meteorologia (Inmet).
Empolgado com os cerca de 30 mil fãs presentes até então - segundo a organização do evento -, Marcelo Camelo agradeceu a todos pelo fato do retorno da banda ter se dado devido ao clamor do público. "Fomos escolhidos por vocês; por isso estamos aqui", frisou.
Gustavo Ferrari/Roda Gigante
De Londrina, Mayara Lindaura não se preocupou com o frio, nem com a umidade relativa do ar, que beirava os 75%. "Quero é curtir. SWU é azaração. Vamos pular pra esquentar", disse a paranaense.
No campo musical, os Los Hermanos fizeram um aparato de toda a carreira, mas não tocaram o hit 'Ana Júlia'. Mesmo assim, canções como 'Todo Carnaval Tem O Seu Fim' e 'Romance' levantaram o público, que aguardava ansiosamente a primeira aparição da banda americana Rage Against the Machine.
Gustavo Ferrari/Mutantes
Antes dos Hermanos, Sérgio Dias comandou um Mutantes totalmente reformulado e com tons politizados. Brincou com Dilma Rousseff. E soltou a voz em 'Ando Meio Desligado', 'Balada do Louco' e 'Minha Menina'. A vocalista Bia Lemos, que se apresentou grávida, parecia intimidada nas músicas clássicas, principalmente em 'Baby'.
Gustavo Ferrari/Infectious Grooves
Vai de qualquer jeito
Distante dos palcos principais como o Água e o Ar, artistas independentes se apresentavam para um público ecleticamente independente. "Quero som novo; por isso arrisquei vir de Pernambuco e tô curtindo muito", salientou o estudante de administração Mauro de Azevedo. Ele estava na Tenda da Oi durante a apresentação da banda cearense Cidadão Instigado. "Fernando Catatau é um roqueiro muito porreta", resumiu.
Gustavo Ferrari/Coca Cola Rapel
O Cidadão Instigado fez um show baseado no CD "Uhuuu" e levantou as mais de três mil pessoas que acompanhavam o som. 'O Nada' e 'Contando Estrelas' estiveram entre as músicas executadas pelo quintento do Nordeste. "Rock independente é tudo", frisou a paulistana Jéssica Sampaio. Mallu Magalhães também esteve entre os artistas da mesma tenda e mostrou um visual retrô, estilo década de 30.
Gustavo Ferrari/Cidadão Instigado
Gustavo Ferrari/Mallu Magalhães
Um fato negativo, admitido pela organização, foi a ação de algumas pessoas que estavam na fila para comprar tíquetes de alimentação e bebida, que acabaram repentinamente. Elas resolveram promover uma rápida baderna. Parte das bilheterias foi chutada e copos voaram entre os vendedores. Ninguém se feriu. Um copo de cerveja era vendido por R$ 7.
Gustavo Ferrari/Lounge
Outro fato negativo foi a muvuca generalizada na saída do evento. Isso foi constatado às 2h30 do domingo, após o término da primeira noite do festival.
A equipe do Cruzeiro do Sul permaneceu duas horas num engarrafamento, que parecia não ter hora para terminar.
Fãs que participaram do SWU reclamaram, a todo instante, que o serviço de ônibus e de vans - oferecido pela organização a quem deixasse os veículos nos estacionamentos autorizados - não estaria cumprindo os horários combinados.
Gustavo Ferrari/Catavento reciclado
Muitos voltaram quilômetros a pé.
Capa da Playboy
Erick Pinheiro/Nicole Bahls
De resto, a minha foto com a capa da Playboy deste mês diz tudo. Até mais tarde!
by Gustavo Ferrari
Quando subiu ao palco, às 22h06 de ontem, Zack de La Rocha pensou que havia sido contratado para tocar num festival de múltiplas dimensões, e não de decepções como as que ocorreram durante a primeira passagem do Rage Against the Machine no Brasil.
Falha grotesca da organização do SWU, que deixou queimar um PA - no inglês popular - 'Public Address', que refere-se às caixas de som cuja intenção principal é o som destinado ao público. Falha total. Cerca de 47 mil pessoas estavam na Arena Maeda, em Itu, naquele momento.
Gustavo Ferrari/Telão RATM
A primeira interrupção da banda aconteceu quando um tumulto, envolvendo as pessoas rentes às grades que dividem a platéia do palco se romperam. O som parou.
O próprio Eduardo Fisher - organizador do evento - pediu calma aos presentes e solicitou que todos dessem três passos atrás, para que houvesse o recuo do espaço mínimo necessário de segurança.
A segunda interrupção foi a grotesca. Com o contrabaixo altíssimo, o PA cedeu e Zack de La Rocha cantava 'sem voz'. Não havia potência em nada: guitarra, baixo, bateria. Tudo zerado. O gás inicial, elevado pelas canções 'Bombtrack', 'Know Your Enemy' e 'Bullet in Your Head', entre outras, acabara ali.
Tom Morello, inconfundível em seu timbre até então, não sabia se pulava, solava ou se desculpava-se com as falhas no som. Fãs chiaram e reclamaram muito da organização. Somente 'Killing in the Name' - a última - minimizou a apresentação do quarteto americano. Que lástima!
Hermanos salvam
Gustavo Ferrari/Árvore Vermelha
O retorno do quarteto Los Hermanos foi caloroso, independente da temperatura de 15 graus feita na noite de ontem, por volta das 20h. Os dados foram transmitidos pelo Instituto de Meteorologia (Inmet).
Empolgado com os cerca de 30 mil fãs presentes até então - segundo a organização do evento -, Marcelo Camelo agradeceu a todos pelo fato do retorno da banda ter se dado devido ao clamor do público. "Fomos escolhidos por vocês; por isso estamos aqui", frisou.
Gustavo Ferrari/Roda Gigante
De Londrina, Mayara Lindaura não se preocupou com o frio, nem com a umidade relativa do ar, que beirava os 75%. "Quero é curtir. SWU é azaração. Vamos pular pra esquentar", disse a paranaense.
No campo musical, os Los Hermanos fizeram um aparato de toda a carreira, mas não tocaram o hit 'Ana Júlia'. Mesmo assim, canções como 'Todo Carnaval Tem O Seu Fim' e 'Romance' levantaram o público, que aguardava ansiosamente a primeira aparição da banda americana Rage Against the Machine.
Gustavo Ferrari/Mutantes
Antes dos Hermanos, Sérgio Dias comandou um Mutantes totalmente reformulado e com tons politizados. Brincou com Dilma Rousseff. E soltou a voz em 'Ando Meio Desligado', 'Balada do Louco' e 'Minha Menina'. A vocalista Bia Lemos, que se apresentou grávida, parecia intimidada nas músicas clássicas, principalmente em 'Baby'.
Gustavo Ferrari/Infectious Grooves
Vai de qualquer jeito
Distante dos palcos principais como o Água e o Ar, artistas independentes se apresentavam para um público ecleticamente independente. "Quero som novo; por isso arrisquei vir de Pernambuco e tô curtindo muito", salientou o estudante de administração Mauro de Azevedo. Ele estava na Tenda da Oi durante a apresentação da banda cearense Cidadão Instigado. "Fernando Catatau é um roqueiro muito porreta", resumiu.
Gustavo Ferrari/Coca Cola Rapel
O Cidadão Instigado fez um show baseado no CD "Uhuuu" e levantou as mais de três mil pessoas que acompanhavam o som. 'O Nada' e 'Contando Estrelas' estiveram entre as músicas executadas pelo quintento do Nordeste. "Rock independente é tudo", frisou a paulistana Jéssica Sampaio. Mallu Magalhães também esteve entre os artistas da mesma tenda e mostrou um visual retrô, estilo década de 30.
Gustavo Ferrari/Cidadão Instigado
Gustavo Ferrari/Mallu Magalhães
Um fato negativo, admitido pela organização, foi a ação de algumas pessoas que estavam na fila para comprar tíquetes de alimentação e bebida, que acabaram repentinamente. Elas resolveram promover uma rápida baderna. Parte das bilheterias foi chutada e copos voaram entre os vendedores. Ninguém se feriu. Um copo de cerveja era vendido por R$ 7.
Gustavo Ferrari/Lounge
Outro fato negativo foi a muvuca generalizada na saída do evento. Isso foi constatado às 2h30 do domingo, após o término da primeira noite do festival.
A equipe do Cruzeiro do Sul permaneceu duas horas num engarrafamento, que parecia não ter hora para terminar.
Fãs que participaram do SWU reclamaram, a todo instante, que o serviço de ônibus e de vans - oferecido pela organização a quem deixasse os veículos nos estacionamentos autorizados - não estaria cumprindo os horários combinados.
Gustavo Ferrari/Catavento reciclado
Muitos voltaram quilômetros a pé.
Capa da Playboy
Erick Pinheiro/Nicole Bahls
De resto, a minha foto com a capa da Playboy deste mês diz tudo. Até mais tarde!
by Gustavo Ferrari
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Crashdïet no Inferno
Gustavo Ferrari/When the night falls on, all the city lights, so
Animal! Foi assim que defino a apresentação que a banda sueca de Hard Rock Crashdïet fez, sábado passado, no Inferno, em São Paulo. Pegada de Los Angeles com sonoridade européia. Casa lotada, som perfeito.
O terceiro disco do grupo, 'Generation Wild', é simplesmente magnífico, principalmente executado ao vivo. Rock cru, sem firulas ou modismos. Havia mulheres bonitas no local, vestindo aquelas clássicas roupas de couro bem coladas. Isso é fantástico, se tratando de Brasil.
Quanto ao som, não faltaram sucessos do quarteto, que abriu com 'Down with the Dust', petardo oitentista. Em seguida vieram 'So Alive', 'Riot in Everyone', It's Miracle', 'Rebel', 'Armageddon' e 'Breakin' the Chainz', entre muitas outras. No total, 1h40 de show.
Eu estive lá. Pulei, cantei e saí feliz da vida! Nos vemos no SWU.
by Gustavo Ferrari
Animal! Foi assim que defino a apresentação que a banda sueca de Hard Rock Crashdïet fez, sábado passado, no Inferno, em São Paulo. Pegada de Los Angeles com sonoridade européia. Casa lotada, som perfeito.
O terceiro disco do grupo, 'Generation Wild', é simplesmente magnífico, principalmente executado ao vivo. Rock cru, sem firulas ou modismos. Havia mulheres bonitas no local, vestindo aquelas clássicas roupas de couro bem coladas. Isso é fantástico, se tratando de Brasil.
Quanto ao som, não faltaram sucessos do quarteto, que abriu com 'Down with the Dust', petardo oitentista. Em seguida vieram 'So Alive', 'Riot in Everyone', It's Miracle', 'Rebel', 'Armageddon' e 'Breakin' the Chainz', entre muitas outras. No total, 1h40 de show.
Eu estive lá. Pulei, cantei e saí feliz da vida! Nos vemos no SWU.
by Gustavo Ferrari
Assinar:
Postagens (Atom)