sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Crimes apontados na Operação Pandora foram praticados durante a campanha tucana de Lippi

Prefeito de Sorocaba/Luiz Setti
Os crimes que a Polícia Civil e o Ministério Público apontaram durante a investigação da Operação Pandora, que indiciou os ex-secretários da Prefeitura de Sorocaba, José Dias Batista Ferrari (Habitação) e Maurício Biazotto Corte (Governo), por formação de quadrilha, corrupção passiva e tráfico de influência, foram praticados em 2008, ano da instalação do hipermercado Extra, no Parque Campolim, e da campanha do prefeito Vitor Lippi (PSDB) à reeleição.

À época, o secretário de Habitação, Urbanismo e Meio Ambiente (extinta Sehaum), José Dias Batista Ferrari, deixou o cargo público na Prefeitura de Sorocaba para se dedicar como coordenador da coligação tucana 'Sorocaba do Trabalho e da Justiça Social'. Foi na mesma época em que Maurício Biazotto Corte, então secretário de Governo e Planejamento (SGP), iniciou romance com a assessora da empresária Ivanilde Vieira Serebrenic, Valéria Cavaler. Hoje estão casados.

Durante a campanha eleitoral, Ivanilde, que presidia a regional do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), manteve laços políticos estreitos com Lippi. Presidente do Partido Social Cristão (PSC), a empresária recebeu, por diversas vezes, comitivas de políticos tucanos em seu escritório, localizado no mezanino do posto de combustíveis que mantém na avenida Dom Aguirre. Biazotto, Ferrari e o próprio Lippi se reuniram no local para tratar de apoios para a campanha.

A primeira pesquisa à corrida eleitoral de 2008, que apontou Lippi como o grande favorito à reeleição, foi encomendada ao Instituto de Pesquisa de Sorocaba (Ipeso), a pedido de Ivanilde. Ela, inclusive, procurou Biazotto para pedir o auxílio da SGP na questão de um embargo às obras do hipermercado Extra, no Parque Campolim. Segundo o próprio ex-secretário, a empresária se dizia amiga do engenheiro Humberto Amaral Monteiro, indiciado no inquérito.

Ao jornal Cruzeiro do Sul, Biazotto disse ontem, por telefone, que em um dia de 2008 sentou-se à mesa com representantes do Extra para resolver uma questão junto à Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), a respeito da abertura de um acesso ao hipermercado entre a rua professor Horácio de Mesquita Camargo e a Rodovia Raposo Tavares.

No mesmo período, Ivanilde e Valéria viajaram a Bariloche, na Argentina, região onde se pratica esqui na neve. Dois meses depois do retorno a Sorocaba, as duas teriam rompido a amizade, incluindo os laços profissionais, devido a compras de eletrodomésticos no Magazine Luiza, feitas por Valéria com o cartão de crédito de Ivanilde. O caso é citado no inquérito.

Biazotto e Ferrari frisaram que só se pronunciarão após os respectivos advogados de defesa tomarem ciência das acusações. A Secretaria de Comunicação (Secom) informou que Lippi também não comentaria o assunto. No final do ano passado, a Prefeitura arquivou uma sindicância aberta para apurar as possíveis irregularidades na Administração apontadas na Operação Pandora.

Em nota, o hipermercado Extra ressalta "que pauta suas ações na ética, sempre mantendo sua conduta na obediência irrestrita à legislação brasileira, bem como aguarda a manifestação do Ministério Público com a decisão do juízo competente".

by Gustavo Ferrari

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Relatos de uma desgraça

Divulgação
No total, foram 19 dias de uma batalha diária, desdobrando-se para dar conta dos casos de emergência, feridos infeccionados, doentescrônicos, partos, acompanhamento pós-operatório e cuidados de saúde primários na cidade de Les Cayes, uma das regiões mais atingidas pelo terremoto que devastou o Haiti no início do ano.

Na bagagem de volta apenas a certeza de ter feito tudo o que foi preciso fazer, novos planos e a necessidade de voltar para dar continuidade ao atendimento médico e hospitalar à população do Haiti.

"Só estando lá, vivenciando o caos provocado por um terremoto daquela magnitude, para entender das dificuldades encontradas, tanto pela população, quanto pelos médicos, em manter a estabilidade emocional e seguir a diante. Para eles, qualquer tipo de ajuda, apoio, ou até mesmo um simples aperto de mão, um sorriso e um desejo de boa sorte é supervalorizado. E é isso que nos motiva", conta o ortopedista Ricardo Affonso Ferreira, membro do Instituto Affonso Ferreira e presidente da ONG Expedicionários da Saúde.

Instalados no Hospital Canadense 'Brenda Strafford', em Les Cayes, cidade localizada a 150 quilômetros da capital Porto Príncipe, Ricardo comenta que os "Doctor Brasilien", que na tradução livre quer dizer "Doutores Brasileiros", como são conhecidos pela população, tornaram-se referência na região para tratamento de casosortopédicos complexos.

"São dezenas de pessoas que chegam diariamente ao hospital trazendo cartas de recomendações e encaminhamento de diversos centros de triagem e tratamento de muitas partes do país", relata o ortopedista. "A habilidade, a dedicação e, principalmente, o carinho de toda a equipe de médicos que compõe osExpedicionários da Saúde para com a população haitiana conquistou-os definitivamente".

Ferreira lembra que a maioria dos haitianos que chega para ser atendida pelos médicos dos Expedicionários da Saúde vem com a camiseta da Seleção Brasileira, ou com a estampa da nossa bandeira, ou apenas com o nome do Brasil estampado na roupa, como forma de agradecimento pelos serviços prestados. "É incrível como mesmo em um momento de muita dor, como este, eles têm a preocupação de querer nos agradar e agradecer", descreve.

No total são 28 voluntários, formado por médicos, enfermeiros, cirurgiões, anestesistas, radiologistas e instrumentadores, que continuam com os atendimentos médicos no Haiti.

A demanda, segundo Ferreira, é superior a capacidade de atendimento de cerca de 15 cirurgias diárias que, a depender da complexidade dos casos, o número de atendimentos cai. "Selecionamos os casos mais difíceis e complexos e, com o coração apertado, somos obrigados a declinar o tratamento imediato para os que possuem estado de saúde menos crítico, já sabendo que será muito difícil encontrar auxílio em outro local. Eles entendem a situação e não há mágoas ou exaltações por conta disso", relata.

Como ainda não há data prevista para finalização dos atendimentos no Haiti, o pessoal dos Expedicionários da Saúde montou outras duas equipes que querem ir à Les Cayes, enquanto outros precisam voltar para o Brasil para rever familiares e resolver questões pessoais.

Segundo Ferreira, a segunda equipe viajou rumo ao Haiti no dia 10 de fevereiro, e uma terceira equipe de médicos viaja hoje.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Tormenta

Reprodução
Tormenta é um fenômeno atmosférico, com longa duração, marcado por ventos fortes, responsável pelo naufrágio do navio veleiro canadense 'Concórdia', dia 17, que deixou 64 tripulantes à deriva distante cerca de 300 milhas do litoral do Rio de Janeiro.

A embarcação, pertencente à West Island College International, realizava a travessia de Recife para Montevidéu, tendo partido em 8 de fevereiro, com previsão de chegada no dia 23. Cada estudante desembolsou cerca de US$ 40 mil pelo curso no navio escola, que tinha duração de 10 meses.

Segundo o Comando do Primeiro Distrito Naval, os náufragos chegaram à Base Naval do Rio de Janeiro, na Ilha de Mocamguê, hoje pela manhã. Os tripulantes foram resgatados pela Fragata Constituição e pelos navios mercantes Hokuetsu Delight e Cristal Pionner. Todos os 64 tripulantes se salvaram.

Para quem quiser entender o que aconteceu com o 'Concórdia', recomendo o filme Tormenta (White Squall), lançado em 1996, que é dirigido pelo mestre Ridley Scott (Blade Runner).

A história, baseada em fatos reais, lembra que, em 1961, um grupo de adolescentes embarcou para uma longa viagem no veleiro 'Albatroz', um navio escola semelhante ao 'Concórdia', que era comandado por Christopher Sheldon (Jeff Bridges), junto com Alice (Caroline Goodall), sua mulher. Ambos pretendiam transformar aqueles jovens em homens.

No decorrer da viagem, o medo que os alunos sentiam pelo capitão fora substituído por respeito e admiração, mas uma tragédia colocou esta confiança em risco.

by Gustavo Ferrari

E o homem enganou...

Fala que eu te escuto/Divulgação
Qualquer semelhança com um marreteiro do Largo da Batata, no recôncavo da elite oestiana de São Paulo, é mera coincidência. No retorno de um rápido café, ele voltou à redação e bocejou: "Se levarmos um furo hoje, damos melhor amanhã!". Era sempre assim, não havia contra-argumento.

Num determinado sábado, ele fez questão de entrar pelas portas do fundo e foi direto para sua sala. Escondia-se atrás da pilha de jornais e revistas antigas. Acredito que não a lia, mas fazia questão de ostentar alguns exemplares que ele mesmo ajudou a criar.

T.Ninja era cidadão correto, sorridente. Pelo menos demonstrava ser. Enquanto muitos murmuravam ou reclamavam de algum problema, com ele tudo parecia estar bem. Gostava de um bom bate-papo, justamente para contar histórias que vivera. Não passava de prosador de primeira linha. Parecia um paizão. "Se malandro soubesse como é bom ser honesto, seria honesto só por malandragem", brincava, parafraseando a deixa de Ben Jor, o carioca que nasceu Jorge Duílio Lima Meneses.

Dirigir uma publicação lotada em uma cidade interiorana não é fácil. Agora, dirigir uma publicação lotada em uma cidade em que o intelecto beira a mais profunda raiz vitoriana, onde não há um patrão, menos ainda. Mas ele tirou de letra. E como! "Nego pode ser bobo, mas não rasga nota de dólar. Principalmente se a nota for alta", argumentava.

Com ele, as horas passavam em frações de segundos. O papo suave, sedutor e pouco objetivo, atraía os ouvidos. Era um momento de introspecção; uma espécie de faz de conta e tudo bem.

T.Ninja chegou tímido. Aos poucos foi adquirindo confiança e passando a dele aos demais. Não faltaram puxa-sacos nem lagartos, para não dizer buius, jaimes, capachos, papagaios de pirata ou servos dos mais medíocres. Alguns conseguiram até promoção. Outros, que também foram promovidos, se viram obrigados a retroceder. Mas continuam recebendo os mesmos salários daqueles que se fizeram merecer. "Atacar" é a saída, no melhor estilo pica-pau.

by Gustavo Ferrari

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Iced in melted Funchal

Enquanto Beyoncé rebolava 'Single Ladies', sábado à noite, no Morumbi, o Iced Earth fazia arder as estruturas da Via Funchal, com a genuinidade de um setlist pautado na sinceridade do grupo com os fãs. O vocalista Matt Barlow debochou da apresentação da atual diva da música pop, afirmando que a Funchal era, naquele instante, a capital mundial da música.

Confesso que desconhecia a potência de suas cordas vocais ao vivo, o que me surpreendeu. Há tempos não assistia um belo show de metal como este. O vídeo abaixo explica tal surpresa.



De quebra, Schaffer & cia. encerraram a primeira e única apresentação em solo paulistano com 'A Question of Heaven' e 'Iced Earth', duas canções épicas.

Mas o ápice da noite veio com a poderosa 'The Hunter'. Rising to the heavens light, just to plea for death... Just to be denied:

In Sacred Flames
Behold The Wicked Child
Burning Times
Declaration Day
Violate
Pure Evil
Dracula
Melancholy (Holy Martyr)
Ten Thousand Strong
Stormrider
The Hunter
Prophecy
Birth Of The Wicked
The Coming Curse
Dark Saga
A Question of Heaven
My Own Savior
Iced Earth

by Gustavo Ferrari

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Renna deixa prisão e vai para condomínio de luxo

Fábio Rogério/Ex-secretário deixa P2 no começo da noite
Após 165 dias encarcerado na Penitenciária 'Antônio Souza Neto' (P2), o ex-secretário de Administração da Prefeitura de Sorocaba, Januário Renna, de 63 anos, foi solto, no começo da noite de ontem, por determinação dos desembargadores Ivan Marques da Silva e Francisco Orlando de Souza, ambos do primeiro grupo da segunda Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ).

Eles concederam habeas corpus (hc) ao réu sob a alegação de que o prazo para ele ser julgado expirou. Pelo código de processo penal, uma pessoa presa em flagrante não pode permanecer detida por mais de 81 dias sem que haja condenação. Dessa forma, esgota-se o prazo para término da instrução processual, tornando-se a prisão um constrangimento ilegal. Porém, há jurisprudência contrária a esse entendimento.

O promotor do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Wellington dos Santos Veloso, acredita que a decisão foi "equivocada". "Analisaram, apenas, as questões aritméticas (os prazos processuais). Esqueceram-se que este é um caso altamente complexo, justamente por ter diversas vítimas", apontou. A promotora de Itu, Mariane Schmidt, está em período de férias e não foi localizada para comentar a decisão.

Renna deixou a P2 às 18h, no carro conduzido pela filha do advogado criminalista Mário Del Cístia Filho. Demonstrava abatimento. "Ele está super contente por ter conseguido essa liberdade", disse o seu defensor à imprensa. Ao deixar o local, o trio tentou despistar os jornalistas enquanto seguia para Sorocaba. Antes de entrar na rodovia Castelinho, a filha do advogado fez retorno na alça de acesso a Aparecidinha e rumou sentido Itu, pela estrada velha, até chegar ao luxuoso condomínio Terras de São José, local em que o ex-secretário passaria a noite. "Ele está na casa de um amigo", ressaltou Del Cístia.

Segundo o criminalista, a soltura do réu começou a ser elaborada no final do ano passado, após as audiências dos dia 15 e 17 de dezembro. Ele requereu dois benefícios ao cliente no TJ: um pedido de relaxamento da prisão por excesso de prazo (há um prazo para o juiz iniciar e terminar o processo; esse prazo, segundo entende, foi superado por conta da complexidade do processo); o outro foi de liberdade provisória (um hc dentro do próprio hc).

"O pedido de liminar foi negado, mas ficou acertado, que, após as férias forenses, ia-se marcar o julgamento do pedido. Hoje iniciou-se esse julgamento, com a participação do Ministério Público (MP), com um procurador de Justiça, um desembargador presidente e três desembargadores votando. Foi concedido a ele a liberdade através do excesso de prazo, por dois votos a um", destacou Del Cístia.

Conforme o advogado, o desembargador relator do caso, Roberto Martins de Souza, votou pela não-concessão da ordem (benefício) nos dois sentidos. No entendimento dele, não estava ocorrendo o excesso de prazo, o que justificaria tal demora tratando-se de algo complexo. "Os outros dois desembargadores estavam até propensos a conceder a liberdade provisória, mas isso iria demandar, pelo menos, mais uma sessão de julgamento. Então, os dois concederam a ordem por excesso de prazo, determinando a liminar de expedição de soltura", acrescentou.

Há duas audiências de instrução marcadas para os dias 5 e 24 de março, quando serão ouvidas as 8 testemunhas de defesa. Del Cístia afirmou que Renna irá comparecer às duas. "Não tem perigo nenhum dele desaparecer. Tão logo seja intimado, comparecerá imediatamente", finalizou.

Flagrante

Renna foi preso, em flagrante, no dia 15 de agosto (aniversário de Sorocaba), por policiais da 5.ª Delegacia do Deic, da Capital, em um quarto de motel, com três menores (duas de 14 anos e uma de 15 anos), em Itu. Ele foi seguido pelos policiais, no momento em que saiu de Salto acompanhado das garotas, até a entrada do motel. Os policiais esperaram alguns minutos e o flagraram já no quarto com as meninas. Não resistiu à prisão.

Diligências da Delegacia da Infância e da Juventude (Diju) e da Promotoria da Infância e Juventude de Sorocaba encontraram outras vítimas de Renna. Oitivas (depoimentos) de outras seis menores -, que também teriam mantido relações sexuais com o acusado -, foram colhidos pelo titular da Diju, José Augusto de Barros Pupin, pelo delegado de Itu, Nicolau Santarém, e pelos promotores Antônio Domingues Farto Neto, Mariane Schmidt e Wellington Veloso.

2.181 fotos

No disco rígido (hd) do computador pessoal que o ex-secretário utilizava em seu gabinete, no 1.º andar do Palácio dos Tropeiros, a perícia do Instituto de Criminalística (IC) de Sorocaba encontrou 2.181 fotos de crianças, com idades entre 3 e 15 anos, nuas ou seminuas, sendo abusadas sexualmente ou em situações constrangedoras. Isso renderá um outro processo, que está em fase de elaboração pelo Gaeco.

Segundo apurou o jornal Cruzeiro do Sul, uma servidora lotada na própria pasta chegou a ser transferida para outro setor do Paço, após flagrar Renna acessando sites de pedofilia.

O MP pede que Renna seja condenado a 60 anos de prisão. Ele foi denunciado por seguidas violações aos artigos 218-B, 2.º parágrafo, inciso 1, do Código Penal (praticar conjunção carnal ou ato libidinoso com menor de 18 anos e maior de 14 na situação de prostituição ou exploração sexual, com pena que varia de 4 a 10 anos); 244-A, do Estatuto da Criança e do Adolescente (submeter ou explorar menor a prostituição, com pena que varia de 4 a 10 anos); 214, do Código Penal (constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso, com pena que varia de 6 a 10 anos).

by Gustavo Ferrari

sábado, 2 de janeiro de 2010

Virado à Paulista

Gustavo Ferrari/Réveillon na Avenida Paulista
A festa da virada de ano na maior capital do país bateu recorde de público. Cerca de 2,5 milhões de pessoas - segundo a São Paulo Turismo (SP Turis) e a Polícia Militar (PM) - estiveram na Avenida Paulista para festejar a entrada de 2010.

Animado e assediado ao mesmo tempo, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) comemorou o feito. "É um momento em que milhões de pessoas procuram desejar às outras um Ano Novo, com muita sorte e alegria. É isso o que eu faço aqui, com vocês da eficiente e querida imprensa. Torço para que possamos trabalhar juntos e fazer o melhor neste ano que se inicia", ressaltou.

Kassab chegou ao evento às 23h10, minutos depois da cantora Maria Rita deixar o palco, coincidentemente quando a tradicional garoa começou a cair em São Paulo. "Superar nossos desafios e atingir os objetivos traçados são as metas para 2010", destacou o prefeito, que fez questão de agradecer o trabalho realizado pela PM na noite.

A queima de fogos durou 15 minutos. Foram soltos 10 mil balões e cinco milhões de confetes metalizados. Nenhuma ocorrência grave foi registrada pelos policiais.

Rock, MPB, samba e sertanejo

O cantor Dudu Nobre estava radiante com a festa. "Uma beleza; que multidão linda", disse. Enquanto Maria Rita (MPB) esbanjava charme e sensualidade, o veterano Martinho da Vila transpirava felicidade. "Uma noite maravilhosa", frisou. A imprensa, que teve total acesso às áreas vips do evento, festejou o réveillon com buffet oferecido pelos patrocinadores.

A festa começou pontualmente às 20h30 do dia 31, com a apresentação da roqueira Pitty. Pouco antes da virada, a dupla sertaneja Edson e Hudson puxou o coro de Adeus Ano Velho. Enquanto os fogos de artifício explodiam sob o céu da capital, uma chuva de confete metalizado caía sobre a Paulista.

Uma sequência de imagens de vitoriosos esportistas brasileiros foi transmitida no palco e nas 13 torres, que incluíam telões ao longo da avenida.

O primeiro show do Ano Novo foi de Martinho da Vila, seguido pelo trio de irmãos do KLB. Passava das 2h30 quando a escola de samba Mocidade Alegre, campeã do Carnaval de 2009, agradeceu o público presente, encerrando o evento promovido pela Prefeitura.

by Gustavo Ferrari

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2010: Ano do Tigre

Divulgação
2010 será o ano do Tigre no horóscopo chinês. A previsão é de que o mundo viva uma intensidade anormal. A expressão "Um metal forte está aprimorando uma dura madeira" dita o que virá pela frente.

O ano será favorável às pessoas dos signos de Cavalo (nascidas em 1930, 1942, 1954, 1966, 1978, 1990 e 2002). Eu me incluo nessa.

Feliz 2010 a todos!

by Gustavo Ferrari

sábado, 12 de dezembro de 2009

Espírito natalino

Luiz Setti/O que falta às pessoas, sobra em agência de veículos


















by Gustavo Ferrari

domingo, 6 de dezembro de 2009

Renna tinha 2.181 fotos de crianças

Malta e Renna: fotos de menores
"Seu computador é um sex shop com crianças". Foi com essa afirmação e lágrimas nos olhos que o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pedofilia (CPI), senador Magno Malta (PR-ES), referiu-se ao ex-secretário de Administração da Prefeitura de Sorocaba (Sead), Januário Renna, após verificar o resultado da perícia do computador utilizado por ele no próprio gabinete, localizado no 1.º andar do Palácio dos Tropeiros.

No disco rígido do aparelho (hd) foram encontradas 2.181 fotos de crianças, com idades entre 3 e 15 anos, nuas ou seminuas, sendo abusadas sexualmente ou em situações constrangedoras. "A internet facilita quem gosta de pornografia infantil, né?", acrescentou Malta a Renna, que preferiu o silêncio durante a 1h10 de sabatina. "Reservo-me o direito de permanecer calado", foram suas palavras em boa parte dos questionamentos.

Abatido e demonstrando frieza, o ex-secretário iniciou a conversa com Malta dizendo que não é pedófilo. Imediatamente, o senador ergueu o tom de voz e avisou: "O senhor está na desvantagem. Quem pergunta algo aqui sou eu; você só ouve e responde. Não cresça a voz comigo", rebateu.

Após ouvir palavras do delegado da Infância e Juventude (Diju), José Augusto de Barros Pupin,- o qual foi elogiado pela atuação e condução do inquérito, ao lado do promotor Wellington dos Santos Veloso, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco) -, o presidente da CPI iniciou uma bateria de perguntas ao réu, que será julgado pelos crimes cometidos contra nove meninas nos dias 15 e 17, no Fórum de Itu. "Nunca houve isso na sua família? (referindo-se a casos de abuso sexual infantil); Tinha uma pessoa maior de idade envolvida?; O senhor fazia depósitos em conta bancária de alguém?" Só obteve uma única resposta de Renna: "Não houve pagamentos".

Em seguida, Malta novamente pressionou o ex-secretário: "O senhor teve uma fraqueza que não podia ter. Agora, aceite as consequências", referindo-se aos crimes que responde. Nesse momento, o senador pediu a ele que sentasse ao seu lado. Foi um instante de apreensão e comoção a cerca de 50 pessoas presentes à sala do Colégio Recursal no Fórum, na tarde da última sexta-feira. O presidente da CPI mostrou um calhamaço contendo as fotos de menores a Renna. O engenheiro e ex-professor universitário observou uma a uma, limitou-se a dizer que não as conhecia; porém, não demonstrou reação nem arrependimento.

"E se alguém fizesse isso a um neto seu?"

"Prefiro não responder". Essa foi a tática de Renna diante das inquietas indagações de Malta sobre as fotos reveladas pela perícia. Nelas, crianças amarradas, com esparadrapos na boca ou amordaçadas eram submetidas às sessões de sexo. "E se alguém fizesse isso a um neto seu?", questionou o senador. "Desconheço essas fotos", resmungou o ex-secretário, que ouviu do parlamentar: "Quem abusa de crianças gosta disso, gosta de ver".

Diante da inércia de Renna em falar, o presidente da CPI 'atacou' o advogado do acusado, o criminalista Mário Del Cístia Filho. "O senhor quando pegar isso aqui (o calhamaço contendo as fotos das menores) vai vomitar". Em seguida, indagou a Renna: "Todas as suas alunas falariam bem ao seu respeito?"

Para a CPI e para o Gaeco, Renna utilizou o computador pessoal de seu gabinete, na Sead, para baixar todas as 2.181 fotos reveladas. "O sistema encontrado era usado na rede da Prefeitura", ressaltou Malta. Dois funcionários da Secretaria de Comunicação do Paço (Secom) acompanharam a sabatina e ouviram a revelação.

Segundo apurou o Cruzeiro do Sul logo após a prisão do ex-secretário, uma servidora lotada na própria pasta chegou a ser transferida para outro setor do Palácio dos Tropeiros, após flagrar Renna acessando sites de pedofilia. "Isso aqui sacia a lascívia, sacia a tara. Crianças tiveram a infância violada por você, que mexeu na moral, no psicológico delas. São meninas pobres, valendo-se de uma nota de R$ 100", concluiu o senador.

Fotos de Renna fumando cigarros em biqueira, junto das meninas que estavam ao lado dele, no flagrante do motel (dia 15 de agosto), também foram mencionadas pela CPI.

by Gustavo Ferrari

sábado, 21 de novembro de 2009

Malta intima Renna a depor em audiência pública

Emídio Marques/CPI da Pedofilia vai à P2 em Sorocaba
Calado. Foi assim que o engenheiro Januário Renna portou-se diante do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, senador Magno Malta (PR-ES), ontem à tarde, durante encontro com promotores e delegados na penitenciária 'Antonio Souza Neto', a P2, em Aparecidinha.

O parlamentar intimou o ex-secretário de Administração da Prefeitura de Sorocaba a participar de uma audiência pública, programada para acontecer entre os dias 9 e 10 de dezembro, na Câmara Municipal, sob a condição de que se cooperar com os trabalhos desenvolvidos pela comissão (com denúncias de crimes), poderá obter benefícios da lei (delação premiada).

A 'reunião' na P2 durou duas horas. Renna não disse sim nem não. Informou às autoridades que pretende discutir o assunto com o seu advogado, o criminalista Mário Del Cístia Filho, e com a própria família, para depois se posicionar. Porém, ouviu de Malta que uma nova lei, a ser sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em dezembro, que concede 30 anos sem progressão de regime para o pedófilo e rastreamento eletrônico até a morte, pode contribuir para atenuar as penas, caso venha a ser condenado pelo juiz Hélio Villaça Furukawa.

"Disse a Renna que se ele entregar setores da sociedade (referindo-se a pedófilos), que possa mudar a vida de São Paulo, já é um ganho muito grande para todos. Ele ficou calado durante o encontro, mas agradeceu a vinda da CPI. A conversa do acordo (delação premiada) tem de ser feita antes da sentença. Coloquei todos os direitos e benefícios da lei e ele ficou de estudar", destacou Malta. Para Mário Del Cístia, "Renna não é pedófilo".

A comitiva chegou em Salto às 11h. Lá, o presidente da CPI, ao lado da psicóloga judiciária Tatiana Hartx, ouviu, durante quatro horas, as nove meninas que teriam sido vítimas dos abusos de Renna, no Conselho Tutelar. Todas colaboraram e confirmaram os fatos contidos nos dois volumes do processo, que corre na 2.ª Vara Criminal de Itu.

"O processo está muito bem conduzido pelo Ministério Público. Vim para cá balizar o comportamento da CPI daqui pra frente. Entendemos a denúncia e, agora, precisamos tomar atitude a partir do depoimento das crianças; para isso, trouxemos a psicóloga judiciária, que ouviu-as aqui, para que não fossem levadas a Brasília", ressaltou o senador.

Perícia

Malta interessou-se pelo resultado da perícia feita nos computadores de Renna, que ainda não está concluído. Ele acredita que até a segunda semana de dezembro, entre os dias 9 e 10, novas provas contra o ex-secretário surgirão.

"A perícia dos computadores oferece duas coisas significativas, entre elas a criminalização da posse, que é uma lei recém-sancionada. Havendo material pornográfico no computador, o réu pode pegar até oito anos de prisão. Se for comprovado que ele (Renna) postou material pornográfico de fotos que mesmo fez, a tipificação de conduta do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) diz que a pena dobra para mais oito anos. Só aí serão outros 16 anos de prisão", argumentou.

De acordo com o parlamentar, "ninguém desequilibrado e dopado conquista tanta menina em um dia só e leva três, quatro, para o motel". Por isso, não descarta a possibilidade de haver, na região de Sorocaba, uma rede de pedofilia.

"A minha experiência pessoal diz que na tipificação de crime organizado, duas ou mais pessoas se reúnem para cometer o delito. Dessa forma, ninguém é pedófilo com um grupo significativo de crianças e adolescentes sem ter ajuda de alguém", sustentou.

Crimes pela web

Segundo o presidente da CPI, o Brasil é recordista em crimes de internet, e está entre os três 'maiores abusadores do Planeta'. "Aqui (em Salto) foram detectadas essas crianças do mesmo bairro (Jardim das Nações). Em Catanduva passam de 80 no mesmo bairro (crianças do acusado de pedofilia Zé da Pipa). O que fica de pedagógico nessas revelações é a mesma coisa que nos envergonha. Há a necessidade de agirmos, muito rapidamente, para que o Poder Público cumpra o seu papel e se levante como cooperador no sentido de fazer a sociedade cumprir o seu. Políticos, polícia, Ministério Público, Conselho Tutelar... Todos agem com a porta arrombada, pois já houve o crime, já teve criança abusada, já tem criminoso para prender, denunciar, sentenciar. Não é disso que precisamos e não é isso que vai resolver o problema social. Precisamos de um comportamento em que a família se compenetre com sua responsabilidade. E criação de filho é responsabilidade de pai e mãe", ao referir-se a novos casos diários que surgem de pedofilia no país.

Cooperação

Para o senador, o Poder Público pode ser o cooperador no combate à pedofilia, no sentido de se fazer multiplicador do comportamento preventivo, ao mesmo tempo que multiplicador no sentido de socorrer a sociedade às suas necessidades "mais gritantes num momento como este".

"Tem muita gente, de forma sacerdotal, cumprindo um papel do Estado, que não faz por que não sabe fazer e não deve se meter. O Estado poderia ser cooperador e chamar essa gente para dentro, para que fossem parceiros, como as ONGs, igrejas (que recupera drogados, viciados em crack), pastorais (pegando meninas prostituídas, pois não se tem prostituição infantil, mas sim criança levada para a prostituição). Por isso, argumento de defesa de pedófilo não presta e não vale. Não existe criança prostituta. Alguém conduziu, induziu. Se a mãe ou o pai favoreceu, precisa ser punido. Isso está na lei", acrescentou.

Como lembrou, há um ano e sete meses "ninguém sabia a dimensão dos crimes de pedofilia no Brasil. Tinha a certeza de que era um monstrinho... A sociedade acordou e justamente esse acordar é que me traz aqui, pois temos um caso emblemático. Hoje, ela (sociedade) fala, denuncia, não tem mais medo de entregar e não quer saber de convivência com pedófilo. Não dá para fazer um discurso na Tribuna do Senado e não correr para ajudar as famílias. Salto é tão difícil e problemático como outras regiões do país", concluiu.

by Gustavo Ferrari

domingo, 8 de novembro de 2009

Cruzeiro ganha 3 prêmios de direitos humanos

Aldo V. Silva/Premiação de sexta
O primeiro e segundo lugares da categoria Jornalismo Impresso do 9º Prêmio Jornalístico ASI/Schaeffler Group de Direitos Humanos foram vencidos por profissionais do Cruzeiro do Sul, de Sorocaba/SP. A repórter Telma Silvério venceu a categoria Jornalismo Impresso, com a reportagem 'Marcas Nazistas na Região'. O segundo lugar da mesma categoria foi conquistado pelo repórter Gustavo Ferrari, com a matéria 'Estudantes pulam catraca de ônibus e acabam na delegacia'. O terceiro lugar foi na categoria fotojornalismo, com imagem de Bruno Cecim, que ilustrou a matéria 'Marcas Nazistas na Região'.

Na opinião do editor responsável do Cruzeiro, Eugênio Araújo, o prêmio jornalístico é importante porque valoriza o trabalho da imprensa e incentiva a prosseguir com apuração e denunciando as afrontas contra os direitos humanos. "A premiação dos profissionais significa que estamos trabalhando bem em defesa dos direitos humanos, tanto com as imagens como com textos", declarou o editor responsável.

Quanto ao primeiro lugar, Araújo afirmou que foi um trabalho de jornalismo e pesquisa, e tão importante quanto a conquista do prêmio foi o fato de a revista alemã Der Spiegel ter feito uma edição especial mostrando os remanescentes da fazenda nazista, ao tomar ciência da reportagem do Cruzeiro. "Foi um reconhecimento internacional", enfatizou.

A jornalista vencedora da categoria jornalismo impresso, Telma Silvério, disse que a premiação é importante como reconhecimento de um trabalho que teve muita repercussão quando publicado. Citou que pessoas de outros estados entraram em contato ela por causa da reportagem. "Não é todos os dias que podemos contar uma história como essa. Escrever sobre o principal personagem da reportagem já foi um prêmio", frisou.

A presidente da Associação Sorocabana de Imprensa (ASI), Sandra Virgili, disse que a premiação tem o objetivo de valorizar principalmente o jornalista e não só o veículo de trabalho. Acrescentou que, por meio do prêmio, a ASI reforma um cenário mais democrático. "Valorizamos o profissional sério que não se contenta apenas com uma versão", ressaltou, explicando que uma reportagem deve ter vários depoimentos que façam com que leitor tenha acesso a uma diversidade de opiniões.

Simbora em Si sorrisus

Libertas quae sera tamen/Gustavo Ferrari
Mel, ácido, lacrimeja os olhos esperançosos que exprimem sentimentos arrestados em torno de uma paixão inacabada, remanescente de desejo. Um sonho realçado, imaculado, desperto nas figuras horizontais, alicerçado no amor.

Azulejo realça a cor turquesa dos mesmos olhos esperançosos, que continuam brilhando sem lágrimas derramadas. O frescor de alivio renova a beleza, rara, que finge não existir, se não soubesse o quão grande era tal paixão, indeclarada.

Fogo aceso inflama os sentimentos fervorosos, contribuídos por um reencontro, interminantemente prazeroso, entrelaçado de descobertas e, voluptuosamente, encantado de felicidade.

Os mesmos que eram continuam sóbrios. Falo do carinho, do afeto, da vontade do reatamento. Água refresca o (re)encontro poético do brilho, da seiva que transcende alegria, doce pacificidade.

Cruzado em versos, o sorriso que assim expressa o querer e o gostar envolta a ampla e clara certeza do absoluto destino. Sobriedade que ficou indica o traje, belo, do amor. Simbora, Sissi, em intermináveis sorrisos.

by Gustavo Ferrari

domingo, 1 de novembro de 2009

2 anos e 111 mil acessos


O Blog do Guga comemorou, no mês passado, dois anos online e mais de 111 mil acessos, segundo registro do SiteMeter. Sigo em total reflexão, em sintonia com a poesia do mestre Vinicius:

"Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces; porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto. No entanto, a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida. E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto, e em minha voz a tua voz.

Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado. Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados; para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada, que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.


Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face. Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada. Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite; porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.


Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço, e eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos, mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir. E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada".

Ausência.

by Gustavo Ferrari