terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Mensagem de Amor


Passava das 20h quando o Paralamas do Sucesso subiu ao gigante palco do Maracanã para iniciar a apresentação que abriria o show do Police no Brasil. Hebert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone apareceram com um integrante inusitado: Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura.
"Vital e sua moto", a faixa de abertura, empolgou os cariocas, mas não os paulistas, que estão acostumados com peso e barulho. "I, deu mole", ouvi uma loirinha, provavelmente do Rio, pelo sotaque que exibia, dizer a uma amiga que estava na fila para comprar cerveja Sol. "Empolgante", respondeu a outra.
A segunda música, "O calibre", continuou não empolgando. Mas, era visível a excitação do público nas arquibancadas do estádio. "Vai lá, Hebert", dizia outra garota carioca. Alias, mulher era o que não faltava no Maracanã. Fiquei pensando: se em Sorocaba existem sete mulheres para cada homem, pelo que notei no Rio esse número dobra facilmente.
Em "Óculos", que também não me contagiou, Vianna fez um trocadilho com "Por trás dessa lente tem um cara legal", do refrão, e disparou: "Em cima dessas rodas também bate um coração". Fiquei angustiado, pois desde o início malhei o grupo.
A redenção no palco veio com "Mensagem de Amor", do álbum "O passo do Lui", de 1984. Totalmente diferente da versão original, que é lenta, a música pesou em mim. Kisser, literalmente, conseguiu transformá-la em rock, para minha satisfação. Foi o que salvou a apresentação e acabou me emocionando. Duas baixas: "Meu erro" precisou ser refeita (um dos músicos atravessou a entrada) e o som estava sem reverberação.

by Gustavo Ferrari