sexta-feira, 22 de julho de 2011

O conto do índio errante

Gustavo Ferrari/Desenchantè
Jerônimo prestou concurso público para auxiliar de almoxarifado numa prefeitura do Estado de São Paulo e comemorou quando leu seu nome no jornal: era o quarta da lista, num total de 912 candidatos.

Após duas semanas da aprovação, eis que surgiu um problema: o prefeito da cidade fora informado pelo secretário de Recursos Humanos que as nomeações não poderiam ser realizadas devido a um remanejamento orçamentário da pasta.

Frustrado, Jerônimo comentou com os colegas da roça: "Venci um desafio enorme, que foi deixar os Wapixanas, para chegar até aqui, terminar o primeiro grau, estudar, prestar o concurso, passar, e perceber que de nada valeu".

Os companheiros do campo notaram a decepção estampada no rosto do franzino índio. Porém, faltavam-lhes discernimento para entender que todos os 912 candidatos haviam sido enganados pela prefeitura. O fato é que o concurso público existiu no papel, mas nunca sairia dele. Nem os salários do funcionalismo eram pagos em dia pelo prefeito. A cidade atravessava uma enorme crise financeira.

Sem saber o que fazer, Jerônimo se viu num dilema: permanecer com a enxada na roça ou voltar para a aldeia em Roraima. "Não seja bobo. Fique conosco", ouviu de Marina, a proprietária da venda que acostumava frequentar todos os dias no final do expediente.

Quatro noites em claro foram suficientes para Jerônimo tomar uma decisão. Seus pensamentos o remetiam ao passado, à infância, aos conterrâneos, a toda uma família deixada para trás. "Vou voltar. Não consigo permanecer aqui, após ter sido enganado por esse prefeito bandido", disse aos amigos.

Na rodoviária despediu-se com um abraço apertado. Segurava na mão direita uma gloriosa amarela e o terço feito de madeira, ambos presentes de Marina. Acomodou-se no assento de número 23. Era o início dos 4.740 quilômetros.

by Gustavo Ferrari

sábado, 16 de julho de 2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

México: país onde se mata jornalista


Passei 12 dias no México, em abril deste ano, e conheci 10 cidades. Encontrei um povo fanático por futebol, num país contrastado pela sua riqueza histórica e a pobreza. Algo semelhante ao Brasil.

Mas foi o problema enfrentado pelos jornalistas de algumas cidades que me chamou a atenção. Em Tijuana, Baja Califórnia, por exemplo, alguns repórteres são obrigados a usar, diariamente, coletes à prova de balas e metralhadoras. Muitos portam o famoso fuzil americano AR-15.

Ontem, mais um jornalista mexicano perdeu a vida. Miguel Angel López Velasco, colunista e subeditor do diário Notiver, do Estado de Veracruz, foi morto à queima roupa.

López era conhecido como 'Milo Vela' e escrevia uma coluna política e policial chamada 'Va de Nuez'. Além do jornalista, foram assassinados sua mulher, Agustina Solana, e seu filho, Misael, de 21 anos. Segundo a Agência France Press, o responsável pelos assassinatos foi um grupo armado, que entrou na residência deles, no leste do México.

A imprensa do país tem sido alvo nos últimos anos de ataques crescentes, o que levou organismos como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) a qualificar o país como o mais perigoso para o exercício do jornalismo no continente.

A Comissão Nacional de Direitos Humanos registrou até agora o assassinato de 68 jornalistas desde 2000. No mapa acima, os pinos azuis indicam que um jornalista foi morto; os pinos amarelos significam que um jornalista foi sequestrado; os pinos verdes indicam outras formas de ataque. As informações são do Knight para o Jornalismo nas Américas (http://knightcenter.utexas.edu):

Saltillo, Coahuila (04/03/2011)
O cinegrafista da Rede Televisa, Milton Martínez, é detido e agredido por policiais ao cobrir um confronto com bandidos.

Hermosillo, Sonora (28/02/2011)
O fotógrafo do jornal El Imparcial, Julián Ortega, é agredido física e verbalmente por policiais ao cobrir uma operação policial. A agressão foi captada por um colega dele.

Cuernavaca, Morelos (25/02/2011)
Homens armados disparam contra o veículo que transportava um correspondente da AP e um assessor da Radio Fórmula, em Cuernavaca. O funcionário da emissora foi atingido na perna.

Oaxaca, Oaxaca (15/02/11)
Um repórter é atingido por tiros ao cobrir um confronto entre a polícia e professores durante uma visita do presidente Felipe Calderón a Oaxaca.

Torreón, Coahuila (09/02/2011)
Um grupo armado invade os estúdios do Grupo Multimedios e da Radiorama em Torreón. Um técnico da Multimedios morre.

Monterrey, Nuevo León (06/02/2011)
Agentes da Polícia Federal agridem e tomam o equipamento de cinegrafista da Rede Televisa que cobria confronto entre traficantes e policiais, em Monterrey.

Acapulco, Guerrero (19/01/2011)
Desconhecidos distribuem centenas de exemplares falsos do jornal La Jornada de Guerrero, em pelo menos cinco municípios do Estado de Guerrero: Acapulco, Chilpancingo, Iguala, Taxco e Costa Grande.

Monterrey, Nuevo Leon (11/01/2011)
Um grupo de homens armados com fuzis dispara e atira uma granada contra a redação do Jornal El Norte. Ninguém fica ferido, mas as janelas e a fachada do edifício foram danificadas.

Piedras Negras, Coahuila (08/01/2011)
A redação da Rede de televisão Televisa é atacada com pelo menos duas granadas na cidade fronteiriça de Piedras Negras, Coahuila, na madrugada de 8 de janeiro. O Exército mexicano consegue desativar a bomba.

Acapulco, Guerrero (10/11/2010)
Um grupo armado invadiu a redação do Jornal El Sur. Ninguém saiu ferido no ataque. O editor do jornal não descarta a hipótese de uma tentativa de intimidação.

Mazatlán, Sinaloa (03/10/2010)
Um grupo de homens armados com fuzis abre fogo contra o edifício do Jornal El Debate. Ninguém fica ferido. Do ataque resultam apenas danos materiais.

Ciudad Juárez, Chihuahua (16/09/2010)
Luis Carlos Santiago Orozco, fotógrafo do El Diario de Juárez, é morto por homens armados no estacionamento de um centro comercial. Um outro fotógrafo que estava a seu lado ficou ferido.

Mazatlán, Sinaloa (01/09/2010)
Ninguém ficou ferido no ataque a tiros ao Jornal Noroeste, horas depois de a publicação receber ameaças por telefone. Um dia depois, outra ameaça obriga o mesmo jornal a ter sua sede evacuada.

Ciudad Victoria, Tamaulipas (27/08/2010)
Um carro-bomba explode nas primeiras horas da manhã perto da Rede de TV Televisa. A emissora interrompeu suas transmissões durante várias horas.

Monterrey, Nuevo León (15/08/2010)
Um ataque com granada contra o edifício da Televisa deixa dois trabalhadores levemente feridos e um carro danificado. O ataque teria sido cometido por criminosos ligados à gangue Los Zetas.

Matamoros, Tamaulipas (14/08/2010)
As instalações da emissora Televisa são atacadas com granadas. Ninguém ficou ferido no ataque, atribuído à gangue Los Zetas.

Jerez, Zacatecas (28/07/2010)
O jornalista Ulises González García é sequestrado em sua casa, ao amanhecer, por um grupo armado. O editor do Jornal La Opinión foi libertado 10 dias depois.

Gómez Palacio, Durango (26/07/2010)
Dois repórteres e dois cinegrafistas são sequestrados por membros do crime organizado, com o objetivo de manipular a cobertura jornalística.

Chihuahua, Chihuahua (10/07/2010)
Homens não identificados matam Guillermo Alcaraz Trejo, que era responsável pela publicação e produção de conteúdos televisivos para o site da Comissão Estadual de Direitos Humanos.

Rodovia Montemorelos-Rayones, Nuevo León (09/07/2010
Marco Aurelio Martínez Tijerina, da Rádio La Tremenda, é sequestrado e assassinado.

Rodovia entre Tepalcatepec e Aguililla, Michoacán (06/07/2010)
Hugo Olivera Cartas é encontrado morto em seu veículo, com três tiros. Ele era correspondente da Agência Quadratín, escrevia para o La Voz de Michoacán e era editor do Jornal El Día de Michoacán.

Coyuca de Benítez, Guerrero (28/06/2010)
Os jornalistas Juan Francisco Rodríguez Ríos e María Elvira Hernández Galeana, que eram casados, são assassinados em casa por duas pessoas não identificadas.

Torreón, Coahuila (22/06/2010)
Um grupo armado ataca o edifício do Jornal Noticias de El Sol, de la Laguna. Uma mulher ficou ferida.

Tepic, Nayarit (17/05/2010)
Com tiros e granadas, um grupo ataca as instalações do Canal 2, filial da Televisa, na cidade de Tepic.

Xalapa, Veracruz (27/04/2010)
Evaristo Ortega Zárate, editor do semanário Espacio, está desaparecido há uma semana. A sua família não tem qualquer informação sobre o seu paradeiro.

Morelia, Michoacán (10/04/2010)
O corpo de Enrique Villicaña Palomares, colunista de La Voz de Michoacán, é encontrado. Ele tinha sido sequestrado uma semana antes.

Paracho, Michoacán (06/04/2010)
Ramón Ángeles Zalpa, correspondente do Jornal Cambio de Michoacán, desaparece. É o quarto jornalista desaparecido no Estado desde 2006.

Chilpancingo, Guerrero (12/03/2010)
Evaristo Pacheco Solís, repórter do semanário Visión Informativa, é encontrado morto a tiros.

Reynosa, Tamaulipas (09/03/2010)
Em apenas duas semanas, pelo menos oito jornalistas foram sequestrados junto à fronteira, num agravamento da violência relacionada ao tráfico de drogas.

Ayutla, Guerrero (30/01/2010)
Jorge Ochoa Martínez, editor do semanário El Sol de la Costa, é morto com um tiro na cabeça.

Los Mochis, Sinaloa (27/01/2010)
Um grupo de criminosos queima o carro de Adriana Aguirre San Millán, dona da Rede Radiofônica Organización Impulsora de Radio (OIR).

Los Mochis, Sinaloa (15/01/2010)
O corpo de José Luis Romero, jornalista da Estação de Rádio Línea Directa, é encontrado duas semanas depois do seu sequestro.

Saltillo, Coahuila (07/01/2010)
Sequestro e assassinato de Valentín Valdés, jornalista e fundador do Jornal Zócalo Saltillo.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Quadrilha do Jaleco Branco é presa

Ricardo José Salim (ex-diretor-geral do CHS)
O piso frio do xadrez não terá o mesmo sabor daquele propiciado pelo ar-condicionado do escritório administrativo do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). Desmantelada numa operação deflagrada na manhã desta quinta-feira (16), pelo Grupo Antissequestro e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco), a Quadrilha do Jaleco Branco, formada por 13 pessoas acusadas de peculato, tráfico de influência e fraudes, tomou conta do noticiário nacional durante todo o dia. Segundo as denúncias, era encabeçada pelo ex-diretor-geral do Conjunto, o médico Ricardo José Salim, e pelo atual diretor-geral da instituição, Heitor Fernando Xediek Consani. Uma dentista está foragida.

No total, 12 pessoas foram presas e, a partir de agora, terão suas respectivas condutas analisadas minuciosamente pelos promotores Wellington dos Santos Veloso, Maria Aparecida Rodrigues Mendes Castanho, Cláudio Bonadia, e pelos delegados Wilson Negrão e Rodrigo Ayres. A citar: Tania Maris De Paiva, Célia Chaib Arbage Romani, Marcia Regina Leite Ramos,Tânia Aparecida Lopes, Tarley Eloy Pessoa de Barros, Kleber Castilho, Antonio Carlos Nasi, Maria Helena Pires Alberici, Vera Regina Boendia Machado Salim (esposa de Ricardo), Edson Brito Aleixo e Edson da Silva Leite. Os mandados de prisão foram expedidos pelo juiz criminal Hugo Leandro Maranzano.

De acordo com o Gaeco, a operação é resultante de investigação iniciada em setembro do ano passado, responsável por esclarecer uma série de crimes cometidos pela organização criminosa que desviava verbas destinadas ao pagamento de plantões a servidores do CHS, direcionando-as para beneficiários que não cumpriam com suas jornadas de trabalho.

Em suma, conforme o promotor Veloso, os funcionários recebiam cerca de R$ 600 por um plantão que não existia. Além disso, havia a existência de plantonistas fantasmas, que nunca chegaram a comparecer ao local de trabalho.

Escutas telefônicas apontam, ainda segundo a força-tarefa, que Consani indicava nomes e participava efetivamente dos acertos, muitos deles destinados à assinatura de cartões-ponto ou até mesmo rasuras em documentos timbrados do CHS. "Era uma forma deles se beneficiarem do valor pago para cada plantão sem exercê-lo", ressaltou a promotora Maria Aparecida.

Práticas ilícitas

As investigações também revelaram a prática de falsificações, estelionato e fraudes a licitações, com favorecimentos e direcionamentos de certames relacionados às compras de próteses e medicamentos.

Os policiais cumpriram, ainda, mandados de busca e apreensão para checagens nas residências dos investigados, no próprio CHS e em mais 11 hospitais de Itapevi e da Capital, entre eles o de Vila Nova Cachoeirinha, Ipiranga e o Hospital Pérola Byington - Centro de Referência da Saúde da Mulher.

Os médicos Castilho e Nasi foram soltos após sete horas de depoimentos. Os outros 10 detidos foram encaminhados à carceragem do Batalhão da Polícia Militar de Sorocaba. Todos possuem diploma e, portanto, têm direito a prisão especial.

by Gustavo Ferrari

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Jornalismo Independente

Bastidores de uma CPI que nunca existiu

Quando a Câmara Municipal de Sorocaba resolveu acatar a decisão do juiz titular da Vara da Fazenda Pública, Marcos Soares Machado, e instaurar - a contragosto - a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o pagamento do Executivo à quitação de empréstimo consignado em folha de cerca de 1.200 servidores junto ao Banco Único S.A. (antigo BNL do Brasil), sabia que apenas iria "cumprir a tabela". "Isso não daria em nada mesmo", disse um vereador ao ÚNICO, no final de abril. Menos ainda após a decisão do promotor Orlando Bastos Filho, em arquivar o inquérito aberto pelo Ministério Público com a mesma finalidade.

Em 27 de outubro de 2006, data da assinatura da Transferência Eletrônica Disponível (TED) dos R$ 851.021,80 pelo prefeito Vitor Lippi (PSDB) ao Banco Único S.A., a instituição financeira pertencia ao Unibanco. Atualmente, por coincidência, está nas mãos do Itaú - o mesmo que administra a folha de pagamento da Prefeitura. Outra coincidência: o Itaú permaneceu sendo um dos bancos da cidade a não cumprir a Lei 8.146/07, de autoria do presidente da CPI, vereador José Francisco Martinez (PSDB), que obrigava garantir, antes de ser derrubada pela Justiça, privacidade aos clientes no momento de serem atendidos nos caixas das agências do município.

No entendimento do MP, a "ilegalidade do ato", ou seja, a quitação da dívida pela Prefeitura, que ocorreu de forma "equivocada", não caracteriza ato de improbidade administrativa e, consequentemente, não atinge o Chefe do Executivo. Em miúdos, o promotor Orlando Bastos Filho preferiu não processar Lippi, pois, tal decisão judicial levaria, no mínimo, 10 anos para ser publicada. Acontece que o prefeito de uma cidade tem foro privilegiado, e só pode responder no Tribunal de Justiça (TJ).

O Executivo pagou a dívida porque quis. Um documento assinado pelo então secretário de Administração Municipal, Carlos Roberto Levy Pinto, em 5 de abril de 1999, - época do rompimento do acordo entre o BNL do Brasil e a Prefeitura de Sorocaba -, "lavava as mãos" do Paço à quitação de saldos devedores. Se baseava nos termos da cláusula 4.4 do convênio. Mesmo assim, a administração Lippi optou por quitar a dívida, em 27 de outubro de 2006, descontando do holerite dos servidores que fizeram os empréstimos uma taxa de 0,25% de juros aos mês. Os bancos cobravam, à época, taxas que variavam de 1,5% a 1,8% ao mês.

O mesmo convênio chegou a ser firmado entre a Câmara Municipal de Sorocaba e o BNL do Brasil. Porém, ao cancelar o contrato, em setembro de 2005, segundo o departamento jurídico do Legislativo, considerou-se inviável o acordo que o Banco Único S.A. se propôs a fazer (nos mesmos moldes do realizado com a Prefeitura). Dessa forma, a Câmara resolveu romper, unilateralmente, com a instituição financeira. Diferentemente da Prefeitura, o Legislativo não arcou com o ônus da dívida contraída pelos seus funcionários.

"Poderia ocorrer uma desgraça no Paço"

O único órgão de imprensa a noticiar o fato envolvendo a Prefeitura e o acerto financeiro com o Banco Único S.A. foi o Cruzeiro do Sul, por meio deste mesmo repórter, com exclusividade, em 24 de maio de 2007, sob o título na página A6: 'Prefeitura paga R$ 851 mil em dívidas de servidores'. Os bastidores da notícia, nunca antes revelado, estarão expostos abaixo, para a opinião do leitores.

Ao saber da quitação da dívida pela Prefeitura junto ao Banco Único S.A., e de uma representação protocolada no Ministério Público pelo comerciante Marco Antônio Portella Defácio (responsável pela mediação do acordo do então BNL do Brasil com o Paço para o crédito consignado), o então repórter do Cruzeiro do Sul foi atrás dos fatos. Mesmo pressionado, não desistiu da publicação, que ganhou a manchete do veículo e repercutiu em toda a cidade.

Após deixar a sala em que funciona o protocolo do MP, no subsolo do Fórum de Sorocaba, e entrevistar Portella Defácio, Gustavo Ferrari caminhou na direção do Paço. Chegou ao quarto andar do Palácio dos Tropeiro, local da Secretaria de Comunicação. Conversou com a então diretora de comunicação, Nerli Peres, e com o assessor de imprensa Renato Monteiro. Explicou a situação aos dois e solicitou, com urgência, uma entrevista com o prefeito Vitor Lippi (PSDB). Era por volta das 16h45 do dia 23 de maio de 2007.

Renato Monteiro e Nerli Peres deixaram a sala do quarto andar e pediram para o repórter esperar. Por volta das 18h20, Monteiro solicitou que Gustavo Ferrari subisse ao sexto andar, local onde funciona o Gabinete do Chefe do Executivo. Foi quando o então secretário de Governo e Planejamento (extinta SGP), Maurício Biazotto Corte, o recebeu em sua sala. Em seguida, juntaram-se ao 'líder do governo' o então secretário de Comunicação (Secom), Carlos Alberto Maria, o então secretário de Recursos Humanos (Serh), Rodrigo Moreno, o então secretário de Habitação, Urbanismo e Meio Ambiente (extinta Sehaum), José Dias Batista Ferrari, e, posteriormente, o então vice-prefeito, Geraldo de Moura Caiuby. Somados a eles estavam Renato Monteiro e Nerli Peres. Eram sete servidores municipais e um repórter na mesma sala.

Moreno e Biazotto argumentaram que o procedimento feito por Lippi era "legal". Diante da insistência do repórter em questionar se a Prefeitura de Sorocaba tornara-se banco, que emprestava e quitava dívidas particulares, Biazotto foi incisivo e disparou: "Poderia ocorrer uma desgraça no Paço". Intrigado com a resposta, o repórter prosseguiu: "Como assim"? Biazotto complementou: "Havia funcionário desesperado, que não sabia o que fazer para pagar a dívida. Inclusive teve gente que ameaçou a se jogar do prédio da Prefeitura". O repórter fez-se de desentendido e continuou a questionar: "Então, poderia haver suicídio aqui. É isso"? "Exatamente isso", acrescentou Biazotto. Moreno utilizou pareceres jurídicos para explicar a operação. Para Cauiby, a publicação da matéria no Cruzeiro do Sul era desnecessária.

Jornalista experiente, Renato Monteiro tentou argumentar ao repórter informações que ele já havia colhido com o denunciante do fato, o comerciante Portella Defácio. Tentou 'elucidar' o procedimento do prefeito, quando Carlos Alberto Maria taxou: "Tinha que ser feito. Não havia outra solução". Todos tentaram eximir Lippi de qualquer culpa, e solicitaram ao repórter que deixasse isso claro no texto que iria publicar, caso fosse escrito.

Na redação do Cruzeiro do Sul, o editor-chefe na ocasião dos fatos pediu ao repórter que segurasse a matéria. Porém, com argumentos e documentos em mãos, Ferrari conseguiu o consenso: a manchete de 24 de maio de 2007 estava desenhada.

'Tucanos' polarizam Comissão


Assim que soube do arquivamento do inquérito que investigava o pagamento da quitação do empréstimo consignado em folha pelo Executivo de Sorocaba junto ao Banco Único S.A., o presidente da Câmara Municipal, Mário Marte Marinho Júnior (PPS), foi obrigado a interromper a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), aprovada uma semana antes por sete votos (incluindo o próprio). Tonão Silvano (PMDB) voltou atrás e desistiu da assinatura. Com 6 votos, a instauração ficou prejudicada. Quando a Justiça, acionada por Francisco França (PT) e José Antônio Caldini Crespo (DEM), obrigou que a CPI prosseguisse, José Francisco Martinez (PSDB), líder de Lippi no Legislativo, foi nomeado pela comissão como presidente, e Hélio Aparecido Godoy (ex-PSDB, atual PTB), tornou-se o relator. Assim foi comandada, por 15 dias, a tal 'CPI Tucana'.

Com apenas quatro oitivas, a Comissão determinou o arquivamento da apuração. A principal alegação foi a de que o Ministério Público - órgão responsável pela investigação - havia arquivado o que os vereadores iriam descobrir. Dessa forma, durante a sessão ordinária do dia 26 de abril de 2011, os parlamentares aprovaram, com quatro votos contrários (França, Izídio, Crespo e Cláudio do Sorocaba 1), o arquivamento do relatório oficial da CPI do Empréstimo. Diferentemente do discurso inicial de que todos os responsáveis seriam ouvidos, a comissão ouviu os dois denunciantes (Marco Antonio Portella Defácio e Eilovir José Brito), a ex-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais (Maria Winnifred) e o jornalista do Bom Dia, Pedro Guerra.

De autoria de Godoy e subscrito por Martinez e quatro membros (Rozendo de Oliveira-PV, Benedito Oleriano-PMN, Irineu Toledo-PRB e Anselmo Neto-PP), o relatório não apontou improbidade administrativa, ilicitude penal ou irregularidade por parte do prefeito Vitor Lippi (PSDB), mas relatou vantagem indevida do banco conveniado que teria agido de má-fé, lesando os funcionários públicos. Segundo os argumentos apresentados, havia previsão legal no orçamento (reserva de contingência) para o pagamento, posteriormente ressarcido pelos funcionários.

O relatório também contém recomendações para que a assinatura de convênios semelhantes seja evitada pelo Poder Público; que a administração estude ação contra o banco conveniado na ocasião e executores do contrato local quanto ao ressarcimento dos danos aos servidores, e para que a Câmara regulamente no Regimento Interno o funcionamento das CPIs, com fixação de procedimentos para as próximas a serem instaladas. Os vereadores Claudio do Sorocaba 1, Francisco França e José Crespo, que não assinaram o documento, apresentaram relatório em separado divergente ao do relator da CPI.

Os parlamentares alegaram que “manobras praticadas pela base adesiva do Governo, abortou o final dos trabalhos”. O documento elenca uma série de questionamentos que teriam ficado sem respostas pela falta de estudo e novas oitivas, além de apontar irregularidades como a falta de licitação pra escolha da instituição financeira, escolhida arbitrariamente; abuso nos financiamentos, desrespeitado o dispositivo que limitava os descontos em folha a 30% do salário, e não autorização da Câmara para quitar o débito. Os dois relatórios serão encaminhados a demais autoridades como a Prefeitura e o Ministério Público para ciência.

Agora será na Justiça

Os vereadores da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), Francisco França, também vice-presidente da Câmara Municipal, Izídio de Brito Correia (líder) e o democrata José Antônio Caldini Crespo protocolaram, no Fórum de Sorocaba, uma ação popular contra o prefeito Vitor Lippi (PSDB), o secretário municipal de Finanças, Fernando Furukawa, o ex-secretário de Recursos Humanos do Executivo, José Vicente Dias Mascarenhas e ainda contra o Banco Itaú, sucessor do Banco BNL do Brasil.

A ação está baseada na ilegalidade cometida pelo Chefe do Executivo em fazer com que a municipalidade arcasse com o pagamento de dívidas particulares de servidores com a antiga instituição financeira.

Arquivo morto espera...

A lição que fica da atitude da Prefeitura de Sorocaba ao quitar a dívida dos servidores públicos municipais é só uma: a do bom samaritano. Vitor Lippi (PSDB), ao assumir o compromisso que não fora dele, mostrou que no cofre do Paço há sobras de dinheiro capazes de honrar até contas particulares. E numa espécie de banco - que não é nem privado nem estatal - conseguiu um desconto na folha de pagamento dos funcionários de 0, 25% ao mês, algo inacreditável para um país como o Brasil.

A oposição na Câmara Municipal, que resolveu se manifestar tardiamente (a primeira denúncia do caso foi em 24 de maio de 2007), perdeu mais uma para o Executivo. Aliás, não ganha uma. É como se dividisse a bola com um gigante, que possui as mãos e as pernas maiores que a maioria. A "dupla do contra", José Antônio Caldini Crespo (DEM) e Francisco França (PT), ingressou novamente à Justiça, agora com uma ação popular. Dessa forma, tentam reverter o fracasso da Comissão Parlamentar de Inquérito. Outro arquivamento, que se soma às CPIs dos Transportes e do Serviço Funerário. Mas não seria diferente, já que o Executivo mantém sob a sua aliança 16 dos 20 parlamentares. Crespo e França estão sozinhos. E vão perder, sempre!

Como Davi, Lippi reina. Tem a Câmara nas mãos, uma parte da imprensa sorocabana e o sorriso de bom samaritano. As lambanças ocorridas durante seus seis anos e meio à frente do Executivo local caíram no esquecimento do povo. Menos no esquecimento do ÚNICO. Vamos recordar: carros Corolla para secretários; isenção de imposto para firma de secretário; escritório na China que nunca existiu; Operação Pandora e dois secretários presos; secretário preso em motel com adolescentes; secretário denunciado por descaso em hospitais psiquiátricos; secretário processado por favorecimento no pagamento de precatórios... Quantos exemplos temos para citar.

Ninguém entra na carreira pública por obrigação. Logo, não faz favor à população. Dessa forma, não pode se queixar de ser cobrado e criticado por órgãos independentes, lúcidos, compromissados com a verdade dos fatos, com a decência moral e a licitude ética. Assim, o Único expõe a bandeira do idealismo, para uma sociedade democrática que se preocupa com o crescimento social e o desenvolvimento pela transformação.

Um equívoco não pode ser corrigido com um erro. E no entendimento do Ministério Público, além do erro houve uma ação ilegal por parte do prefeito de Sorocaba ao quitar a dívida. Mas o promotor Orlando Bastos Filho optou por não processar o Chefe do Executivo porque sabe que, provavelmente, estaria aposentado quando a sentença - se é que haveria uma - sairia publicada. Só não podemos nos esquecer de que um arquivamento não quer dizer nada. O que é arquivado hoje pode ser desarquivado amanhã. Afinal de contas, papel aceita tudo.

by Gustavo Ferrari

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Por que o rock não envelhece?

Gustavo Ferrari/Arnel Pineda e Neal Schon
Semana passada tive o privilégio de assistir duas bandas que ainda mantêm o mesmo pique de 20 anos atrás: o Journey e o Air Supply. Foram shows memoráveis. No primeiro, um espanto: o filipino Arnel Pineda canta demais, além de ter uma presença de palco só vista em Bruce Dickinson.

No segundo, a dupla australiana mantém uma juvenilidade impressionante. Quanto fôlego para executar 18 músicas, em quase duas horas de apresentação.

Atualmente, o pop anda meio vagaroso. Bandas como The Killers, Coldplay, Arcade Fire e até mesmo os Kings of Leon arrebatam um grande público em seus shows, mas não empolgam ao vivo. Digo isso porque cansei de ver coisas do gênero, citando como exemplo o MGMT, The National, Passion Pit, entre outras.

O público quer vibração, distorção, suor. Por isso o AC/DC e o Kiss continuam na ativa. O mesmo se vale ao Aerosmith, Whitesnake e ao Motley Crue.

Rock é energia. Essa é a essência que jamais irá mudar o rumo da música, mesmo que os computadores insistam em derrubá-la.

by Gustavo Ferrari

quarta-feira, 6 de abril de 2011

2012 Maya's


Mudanças ocorrerão, eles creem. E você?



by Gustavo Ferrari

terça-feira, 5 de abril de 2011

Acapulco



Acapulco, localizado no Estado de Guerrero, México, é outro paraíso que me encantou. A hospitalidade recebida foi algo impressionante. Belas paisagens, ventos refrescantes e um mar que lembra um cartão postal.

Do aeroporto é possível avistar a beleza da costa, que se divide entre Diamante, Tradicional e Dourado. Eu preferi a Diamante. Pássaros pretos tonificam o colorido de Acapulco, que é belo por natureza.

Gustavo Ferrari/15 quilômetros do paraíso
















Gustavo Ferrari/Black Bird




















by Gustavo Ferrari

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Spring Break 2011

Gustavo Ferrari/Coco Bongo tomado!
Em março, o Spring Break (recesso escolar da primavera) agita Cancún. Praticamente todas as escolas e universidades americanas e canadenses reservam hotéis na ilha, para se divertir e também descansar do ano letivo que virá a se iniciar.
As baladas ficar hiperlotadas, semelhantes ao nosso Carnaval. E a mulherada libera geral, digo, vão e bebem todas. Principalmente tequila.


Gustavo Ferrari/Homem Aranha sem limites!
Numa das baladas, o Coco Bongo, show e discoteca se fundem numa loucura sem precedentes. Bebia livre a noite toda. E o abuso é constante. O pessoal parece achar que o mundo vai acabar numa só noite e arregaça mesmo. Coisa de estudante americano, a maioria nas ruas Cancún.








Gustavo Ferrari/Mulherada a mil!
As mulheres não estão nem aí. O primeiro que encostar leva fácil para onde quiser. São, digamos, liberais. E vão à carater: saia justa acima do joelho e adoram um esfrega-esfrega.

Gustavo Ferrari/Mandala ferveu!
Numa das baladas, a Mandala, é possível ver mulheres seminuas atraindo clientes para a casa. Cada balada oferece um preço diferenciado, que incluiu bar aberto e atrações diversas.

Gustavo Ferrari/Noite tenebrosa
Após a belíssima noite de lua cheia, mostrada neste blog, o céu começou a encobrir, transformando o local em algo tenebroso. Parecia que o clima ia mudar da noite para o dia, o que não aconteceu.












Gustavo Ferrari/Juan Y Pyton
No shopping central, ao lado das baladas, Juan cobrava 10 dólares para se tirar uma foto segurando a sua Pyton. A gringaida adorou. Eu achei sem graça, até porque odeio animais em cativeiro.












Gustavo Ferrari/Trio Parada Dura
Mulheres bonitas e atraentes não faltaram em Cancún. E todas com tequila nas mãos. Restava saber quem se habilitava a tomar uma dose servida na boca e enfiar a cabeça no gelo. Preferi ficar só na observação.

by Gustavo Ferrari

domingo, 3 de abril de 2011

Um paraíso chamado Cancún

Gustavo Ferrari/Baila la Playa
Cancún, em Quintana Roo, pode ser chamada de O Paraíso na Terra. Uma mistura de Las Vegas com as Bahamas. Com 750 mil habitantes, o local, que dobra na época do Spring Break, adora o povo brasileiro. Fui tratado como rei no hotel que fiquei. E adorei o Jácua (drink de vodka com melancia).








Gustavo Ferrari/Azul turquesa

Passeios diversos podem ser feitos no mar. O de jet é o mais procurado. Embora a flâmula vermelha indicasse 'mar perigoso', era possível arriscar alguns mergulhos. Havia bombeiros por todos os lados das areais. As praias são particulares e de responsabilidade de cada hotel, que somam mais de 200.






Jerry O'Brian/Cancún

Em Cancún Downtown há shoppings luxuosos, com grifes européias e seguranças portando fuzis AR15. Quando descobriram que eu sou brasileiro, pediram para tirar fotos ao meu lado. E gritaram: "Você vem do país do Pelé. É bem-vindo aqui!". Eles adoram futebol, principalmente o time do América.


Gustavo Ferrari/Private Beach

O sol nasce às 6h e se põe às 18h. Em ponto. O entardecer é lindíssimo. A cor turquesa do mar se funde às cores solares e transforma Cancún num verdadeiro cartão postal. Ótimo para que estiver à procura de um lugar para passar a lua de mel. Ou simplesmente se divertir, como foi o meu caso.







Gustavo Ferrari/Na boca do paraíso




















by Gustavo Ferrari

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Mulheres

Gustavo Ferrari/Isla Mujeres
Isla Mujeres é um paraíso que fica a cerca de 40 minutos de Cancún. É um dos principais pontos de mergulho da região de Quintana Roo. Nesse local já se avistaram, por diversas vezes, o raríssimo tubarão baleia. Água quente o ano todo. Uma maravilha.

Gustavo Ferrari/A dois passos do paraíso
Da sacada do hotel é possível avistar a beleza da cor da água de Mulheres. Parece algo surreal. Uma metáfora sem precendentes. Transparente, a visibilidade da água chega aos 100 metros. Um mergulho num lugar desses deveria ser chamado de a Sete Maravilhas do Mundo.

Gustavo Ferrari/Liberdade

No céu é possível avistar albatrozes, pelicanos, papagaios, aves marinhas de diversas tipologias. Uma fauna riquíssima encontra-se em Mulheres. Um dos lugares mais belos do México.

Héctor Sanchez/Museu de Arte Subaquática
A 37 metros do solo é possível avistar o Museu de Arte Subaquática (Musa), com belíssimas esculturas expostas aos mergulhadores. Impressionante como os peixes se misturam às obras de arte. Fantástico!





Gustavo Ferrari/Papagaio Cinzento




















by Gustavo Ferrari

quinta-feira, 31 de março de 2011

A Carmen de Cozumel

Gustavo Ferrari/Farol

Cozumel é uma ilha localizada a pouco mais de 40 minutos de Playa Del Carmen, no Estado de Quintana Roo, México.

Tradicional ponto de mergulho mundial, o local, que adora estrangeiros, reservou-nos uma grande surpresa: ruínas submersas.

Com a equipe do Discovery, tive a oportunidade de fazer o total de sete mergulhos na região. E todos foram fantásticos, com visibilidade que chegava aos 80 metros.


Héctor Sanchez/33 metros underwater
Durante um dos mergulhos foi possível avistar cardumes de Barracuda, Arraiamanta, tartarugas e uma extensão de corais fascinantes. Não posso deixar de mencionar que os divers masters locais gostam de adrenalina. E eu também. Fomos atrás de um tubarão no paredão.

Gustavo Ferrari/Ruínas à beira-mar

Ao redor da ilha é possível avistar prédios em ruínas e casas destruídas, frutos dos constantes furações que assolam a região entre maio e setembro. O Wilma, por exemplo, causos estragos que até hoje são visíveis.











Gustavo Ferrari/RHCP in Hard Rock Café
No Hard Rock Café de Cozumel há uma parede dedicada ao Red Hot Chilli Peppers, com o disco de ouro proveniente das vendagens de Blood Sugar Sex Magic, o álbum que eu mais gosto. Há outros quadros, como o de Ace Frehley (Kiss), Bad Company e Aerosmith. A bebida Midori com laranja é demais! E de quebra, ouvimos Coheed & Cambria.






Gustavo Ferrari/Sozinho nas areias
Esse pássaro, vagando solitariamente na areias de Cozumel, parecia uma ave apaixonada pela vida. Impossível não abservá-la e clicá-la.


Gustavo Ferrari/Fullmoon in Cozumel
















by Gustavo Ferrari

quarta-feira, 30 de março de 2011

O Castelo de Chac Mool



Em Chichén-Itzá está o Grande Castelo Maia. Foi possível, por meio das aulas de história do professor Juan Baltéz, perceber a grande serpente que cerca a pirâmide, também chamada El Castillo.

O cenário, que é belíssimo, fica mais belo na época da primavera. O alinhamento do templo com o Sol e a Lua dá a dimensão de como os Maias eram povos avançadíssimos para a época que existiram.

Gustavo Ferrari/Templo dos Guerreiros

O nome Chichén-Itzá tem raiz Maia e significa "na beirada do poço do povo Itza". Estima-se que o local foi fundado por volta dos anos 435 e 455. O Templo dos Guerreiros Maias encontra-se praticamente intacto. Na reconstrução do início do século passado pelos americanos, as ruínas foram admiradas pela sua extensão.

Gustavo Ferrari/Mil Colunas do Templo dos Guerreiros

No Templo dos Mil Guerreiros, as colunas chamam a atenção de quem está rodeando O Castelo. É possível verificar esculturas (Chac Mool) segurando, nas mãos, uma taça destinada, segundo se pensa, a receber as dádivas aos deuses, talvez resultado de sacrifícios humanos, na espécie de um altar.

Suelén Margot/O outro lado da serpente

A equipe de Baltéz é minunciosa com as explicações sobre o solo Maia. Nele, aponta, há uma diversidade de pensamentos e ritos, que se seguiam mediante a previsão do calendário solar e lunar.










Gustavo Ferrari/Serpente Emplumada

A serpente, também chamada pelo povo local de jaguar, protegia o templo ao lado de um guardião. Quando os Maias seguiam para os rituais no Cenote Sagrado, era a serpente que guardava El Castilo.

Gustavo Ferrari/O Guardião

O Cenote Sagrado era usado para a furificação Maia. O povo acreditava que a água, oferendada em noite de lua cheia, servia para espantar qualquer tipo de maldição. Eles a conservavam num grande poço a céu aberto, que era iluminado pelo sol e também pela lua.

Gustavo Ferrari/Cenote Sagrado
















Gustavo Ferrari/Ossário

Ao lado direito de El Castillo encontra-se o Ossário Maia; porém, os arqueólogos acreditam, hoje, que a estrutura não era um túmulo nem que os personagens enterrados nela eram sacerdotes.




by Gustavo Ferrari

terça-feira, 29 de março de 2011

Fantasmas de Valladolid

Gustavo Ferrari/Catedral de São Gervásio
Localizada no Estado de Yucatán, México, Valladolid é, ao lado de Mérida, uma das principais cidades Maias. Após a batalha de 1847, quando muitos nativos morreram, o município, reconstruído, tem vivido do turismo e guarda suas relíquias históricas não só nos livros, mas na memória de seu povo.

Juan Baltéz, da Universidade Nacional Autônoma do México, acredita que o solo de Valladolid mantém sua maior riqueza: os fantasmas da Batalha de Yucatán!

Gustavo Ferrari/Cenote Zací

Distante 10 minutos das Grandes Mesas de Chichén-Ytzá, como El Castillo, e três horas de Cancún, Valladolid é berço de monumentos históricos da Cultura Maia, como a Catedral de São Gervásio e o Cenote Zací, dois pontos turísticos de fantásticas revelações.

O poço Zací tem mais de 80 metros e possuí diversas lendas, que são defendidas pela população local. Numa delas, quem banha das águas se purifica. O rito é Maia, espelhado no Cenote Sagrado de Yucatán.

by Gustavo Ferrari

terça-feira, 8 de março de 2011

Beleza de Carnaval

Gustavo Ferrari/Juju Panicat








Gustavo Ferrari/Vivi Araújo


















Gustavo Ferrari/Acadêmicos do Tucuruvi











Gustavo Ferrari/Ana Hickmann















Gustavo Ferrari/Musas











by Gustavo Ferrari