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Este é o primeiro post que escrevo sobre o mestre francês Edgar Morin. Na verdade, acabei de ler este livro, "Diário da China", de 96 páginas. A obra reflete, através de relatos, os anseios e desafios vivenciados pelo filósofo em sua passagem pelo maior país populacional do mundo, entre os meses de agosto e setembro de 1992.
Primando pela disciplina intelectual, Morin hipotesia a tragédia do inacabamento da cultura, do sujeito, das idéias, do conhecimento. Verdades absolutas e suas explicações finalistas são rigorosamente questionadas e discutidas na magnitude de uma obra aberta que abarca desde uma reflexão matricial acerca do método, até títulos considerados como sociologia, antropologia, política e escritos de conjuntura.
O diário de Morin configura um caleidoscópio de eventos e situações vividas pelo autor em uma China pós-revolucionária, que vive os desafios e as contradições próprias a todo momento.
O livro explicita os contextos, as situações, os acasos e as incertezas vividas pelo sujeito detentor do conhecimento; dessacraliza a ciência, tornando-a mais próxima dos comuns mortais. Permite conhecer as condições emocionais, políticas e circunstanciais que arquitetam o solo vivo e existencial às idéias, argumentos e compreensões do mundo.
by Gustavo Ferrari