segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Inteligência + Peripécia = ?

Divulgação
Quando escrevi a resenha do espetáculo "Snowshow" para o caderno Mais, do jornal Cruzeiro do Sul, em junho deste ano, não pude expressar, por completo, o sentimento de gratidão por ter assistido a uma das mais belas formas de sagacidade cultural, cômica e, ao mesmo tempo, trágica sobre um tablado. Tampouco pude escrever o texto da forma que gostaria. Para o editor, nenhum leitor entenderia o meu pensamento.
Slava Polunin, nome artístico de Vyacheslav Ivanovich ou simplesmente "the Truth Russian Clown", como é conhecido em Novosil, Oryol Oblast, cidade do leste europeu russo, é o que podemos chamar de a "perfeição artística" que traz o riso, a tristeza, o choro e a felicidade.
Especilizado na técnica híbrida das artes circenses, Slava dosa a ingenuidade de um "pai controlador" com a macro sabedoria da singela "mímica universal"; transpõe abaixo o sentimento centralizador da zombaria, da perseguição unipotente e supri, no melhor estilo comediante, emoções, da magia à dramaticidade.
Como "espertalhão mambembe", Slava organizou, no final da década de 80, a chamada "Caravana da Paz", quando mímicos de várias partes do mundo puseram-se na estrada por seis meses para apresentar, nas principais ruas periféricas da Europa, o espetáculo teatral às pessoas que não poderiam pagar o valor do ingresso para ver uma boa apresentação. Desse movimento surgiu, posteriormente, a "Academia dos Tolos", um centro dedicado a ressurreição da cultura do carnaval na Rússia. Para aplaudir Slava precisa-se de um bom preparo físico.

by Gustavo Ferrari