"A mecânica desses jardins em nenhum relógio se revela,
ao modo de bruxos na frase do livro feito areia do céu onde sonhamos;
a palavra do anjo, a sílaba do tempo, o incomunicado silêncio de costas para as constelações do azul inumerável, digo das substâncias que se roeram em nós;
corpos amigos em sepulturas pálidas, digo deste sono que meu pai cravou em minhas costas e que cravo nas costas de meus filhos,
à maneira de asas, talvez anjos, já vos disse, este jeito de sorrir e amar o humano, herança do que me resta"
Poesia by
Afonso Henriques Neto, professor do
Instituto de Artes e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense