domingo, 4 de novembro de 2007

A Elite da Tropa!


Quero imaginar que José Padilha, ao dirigir Tropa de Elite, pensou nas dificuldades enfrentadas pelos Policiais Militares do Rio de Janeiro em agir nas ações coordenadas nas inúmeras favelas comandadas pelos meganarcotraficantes.

De fato, a clareza na narrativa do capitão Nascimento deixa um vácuo entre o Estado de bem e o Estado de direito. O primeiro crava uma batalha entre a necessidade de uma solução imediata, no que diz respeito ao fazer, do BOPE, um esquadrão guerreiro, articulado e bravo. Já o segundo mostra, na visão do diretor e isso fica explícito frame to frame, que a transformação da corrupção como argumento plausível para a existência da Força gera medo, insegurança e mortes.

Porém, não há do que se queixar: somos nós, telespectadores, que fomentamos e alimentamos o exercício, mesmo que mosaico, para não dizer diferenciado, das premissas igualitárias do cinema. O ser do não ser existe; basta exercê-lo!

by Gustavo Ferrari